quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Delator afirma que diretor de empresa levou R$ 300 mil da UTC a Aécio Neves

Editoria de arte/Folhapress 
Trecho do depoimento de Carlos Rocha, funcionário do doleiro Alberto Youssef


Em delação premiada homologada pelo STF, Carlos Alexandre de Souza Rocha, entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Rocha, conhecido como Ceará, diz que conheceu Youssef em 2000 e, a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos.

Ele disse que fez em 2013 "umas quatro entregas de dinheiro" a um diretor da UTC chamado Miranda, no Rio.

Também em depoimento, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou que o diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D'Agosto Miranda e que "guardava e entregava valores em dinheiro a pedido" dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Nem Pessoa, também delator na Lava Jato, nem Santana mencionaram repasses a Aécio em seus depoimentos. A assessoria do senador chamou a citação de Rocha de "absurda" (leia abaixo).

Em uma das entregas, que teria ocorrido entre setembro e outubro daquele ano, Rocha disse que Miranda "estava bastante ansioso" pelos R$ 300 mil. Rocha afirmou ter estranhado a ansiedade de Miranda e indagou o motivo.

O diretor teria reclamado que "não aguentava mais a pessoa" lhe "cobrando tanto". Rocha disse que perguntou quem seria, e Miranda teria respondido "Aécio Neves", sempre segundo o depoimento do delator.

"E o Aécio Neves não é da oposição?", teria dito Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: "Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, [...] todo mundo".

O comitê da campanha presidencial do tucano em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas à Justiça. A campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões.

Rocha disse ter manifestado estranheza sobre o local da entrega ser o Rio de Janeiro, já que Aécio "mora em Minas". Miranda teria respondido que o político "tem um apartamento" e "vive muito no Rio de Janeiro".

O delator disse que não presenciou a entrega do dinheiro ao senador e que ficou "surpreso" com a citação.

Rocha prestou o depoimento em 1º de julho. Em 4 de agosto, foi a vez de Santana também dar declarações.

Embora tenha dito que Miranda não tinha "nenhuma participação no levantamento do dinheiro para formar o caixa dois" da construtora UTC, Santana observou que "pode ter acontecido algum episódio em que o declarante ou Pessoa informaram a Miranda quem seriam os destinatários finais da entrega".

OUTRO LADO

A assessoria de Aécio Neves disse que considera "absurda e irresponsável" a citação a seu nome, "sem nenhum tipo de comprovação".

"Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações". A assessoria cita o fato de que Ricardo Pessoa, dono da UTC, não incluiu Aécio na lista de quem recebeu recursos da empresa no esquema da Petrobras.

"A falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época mencionada. O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições de que participou, a única campanha que recebeu doação eleitoral da UTC foi a de 2014, através do Comitê Financeiro do PSDB", diz a nota.

Procurada, a UTC disse que "a acusação não tem fundamento".

Fonte: Folha, 30/12/2015

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Novo salário mínimo vai injetar R$ 57 bi na economia, diz Dieese

É equivalente a 2,14 cestas básicas, o que significa o maior valor desde 1979
João Wainer/Folhapress 
Cédulas de real; com baixo rendimento da poupança, investidores buscam alternativas de investimento

O aumento do salário mínimo de R$ 788 para R$ 880 deve injetar R$ 57 bilhões em renda na economia no ano que vem.

São 48,3 milhões de brasileiros com rendimento referenciado ao salário mínimo, segundo estudo do Dieese divulgado nesta terça-feira (29).

Desse total de 48,3 milhões de brasileiros, 22,5 milhões são aposentados e pensionistas; 13,5 milhões são empregados com carteira assinada; 8,2 milhões são trabalhadores por conta própria e 3,99 milhões são empregados domésticos.

O salário de R$ 880 acumula ganho real (descontada a inflação) de 77,35% desde 2002, quando o piso foi estabelecido em R$ 200. Nesse mesmo período, a inflação medida pelo INPC é de 148,09%. O cálculo considera INPC estimado em 0,80% em dezembro de 2015.

Com o novo valor do mínimo, o incremento na arrecadação tributária sobre o consumo é estimado pelo Dieese em R$ 30,7 bilhões por ano.

IMPACTOS

O reajuste do valor do salário mínimo para R$ 880 causa impacto total no Orçamento federal de 2016 de aproximadamente R$ 4,77 bilhões, segundo informou o governo em nota.

"Desse total, parcela de R$ 3,03 bilhões é relativa ao regime geral da Previdência Social, fatia de R$ 612,19 milhões refere-se aos benefícios da renda mensal vitalícia da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) e R$ 1,12 bilhão, aos benefícios de abono e seguro-desemprego", segundo dados do Ministério do Planejamento.

"A cada R$ 1 de acréscimo no salário mínimo há o impacto de R$ 293 milhões ao ano somente sobre a folha de benefícios da Previdência Social", diz José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese.

O estudo do Dieese leva em conta que o peso relativo da massa de benefícios equivalentes a um salário é de 49% e corresponde a 69,2% do total de beneficiários.

"O impacto do custo na Previdência é muito inferior ao gasto que o governo tem ao ano para pagar os juros da dívida pública, ao redor de R$ 400 bilhões", afirma o coordenador.

PODER DE COMPRA

Se comparado ao valor da cesta básica calculada pelo Dieese, estimada em R$ 412,15 em janeiro de 2016, o novo salário mínimo equivale a 2,14 cestas. Em novembro de 2015, o valor da cesta foi de R$ 404.

"É a maior quantidade de cestas básicas já registrada desde 1979, início da série histórica que compara o valor do salário mínimo anual com o valor anual da cesta", afirma Oliveira.

Fonte: Folha, 29/12/2015

Ex-ministro da Educação,Janine Ribeiro diz que: "nem Lula, nem Dilma bloquearam a Polícia Federal"


"Ouve-se que nunca houve tanta corrupção quanto hoje e, ao mesmo tempo, que nunca teve tanta gente processada e condenada. Para isso, a Polícia Federal, que é um braço do Executivo, tem sido decisiva. O Executivo, se quisesse, bloqueava a ação da PF. Não bloqueou nem com Lula nem com Dilma. Eles municiaram a PF e hoje se tem maior percepção sobre a corrupção e menor tolerância", avalia o ex-ministro da Educação e filósofo Renato Janine Ribeiro.

Ele alerta ainda o vice-presidente da República, Michel Temer, para não ser traidor como Café Filho; "Café Filho é um modelo calamitoso de vice que traiu o presidente e se aliou à oposição, aproveitando o fato que [Getúlio] Vargas tinha perdido todo o apoio de classes dominantes. Temer não pode ser igual a Café Filho, um traidor".

Salário mínimo será de R$ 880 em 2016

O segundo mandato de Dilma Rousseff

A presidente Dilma Rousseff assinou decreto nesta terça-feira (29) fixando o salário mínimo em R$ 880. O valor entra em vigor a partir de 1 de janeiro.

O novo mínimo será publicado no Diário Oficial da União amanhã.

"O governo federal dá continuidade à sua política de valorização do salário mínimo, com impacto direto sobre cerca de 40 milhões de trabalhadores e aposentados, que atualmente recebem o piso nacional", afirma nota da assessoria de imprensa da Presidência.

O salário mínimo, hoje em R$ 788, foi projetado em R$ 871 no projeto aprovado pelo Congresso Nacional para o Orçamento de 2016, mas o valor final é definido pelo governo. Ele também serve de parâmetro para o piso dos benefícios previdenciários.

Em busca de uma saída

*Hélio Doyle

Ninguém se atreve a dizer como será 2016. Pior, ninguém se atreve a ser otimista quanto ao que esperar do ano que vem. Claro que há os astrólogos de profissão e as polianas por obrigação, mas nenhum analista sério arrisca previsões ou manifesta esperanças de que a imensa crise econômica, política e ética que o país vive seja superada ou mesmo razoavelmente minimizada nos próximos 12 meses.

Esse é o pior sintoma da crise brasileira: está muito difícil, quase impossível, enxergar a saída. Muitos têm a receita do que fazer, ou acham que têm. O problema é como fazer em uma sociedade extremamente polarizada ideológica e politicamente e em que cada proposta ou medida encontra forte reação contrária. Não há maioria clara, não há posição nitidamente hegemônica, falta legitimidade aos poderes Executivo e Legislativo. E até, em menor grau, ao Judiciário. Como não se consegue fazer, seja lá o que for, a saída fica a cada dia mais distante.

No quadro atual, gostemos ou não, faltam sobretudo lideranças políticas respeitadas, independentemente de suas posições. Há crises e polarizações extremadas em outros países, mas há também líderes. Na vizinha Argentina, Mauricio Macri e Cristina Kirchner polarizam e lideram seus campos. Na Espanha, em Portugal, na Grécia, países também em crise acentuada, as lideranças partidárias são conhecidas e explícitas. As velhas, dos partidos tradicionais, e as novas, do Podemos, do Bloco de Esquerda ou do Syriza.

Aqui, os líderes não lideram sequer seus agrupamentos, muito menos conseguem respaldo da população. Responda rápido: quem são os líderes que podem neste momento comandar a saída da crise? Dilma, Lula, Fernando Henrique, Temer, Aécio, Alckmin, Marina, Ciro, Chico Alencar, Caiado, Bolsonaro? Todos têm seus seguidores, mas nenhum desses – e podem citar outros – tem capacidade política e mobilizadora de liderar o país. Na verdade, sequer têm iniciativa.

É mesmo quase o fundo do poço. Pois a crise tem de ser enfrentada, e para isso não bastam as medidas paliativas, na economia ou na política. É preciso adotar medidas estruturais e profundas. A crise ética é mais fácil de ser tratada: basta que deixem o Ministério Público, a Polícia Federal e o Judiciário trabalhar sem interferências externas e políticas. E que essas instituições sejam cobradas se estiverem fugindo à exigência de isenção, imparcialidade e respeito aos direitos civis e humanos. 

Para enfrentar a crise política, é preciso uma reforma profunda no Estado, nos poderes e no sistema eleitoral. Para superar a crise econômica, é preciso tomar medidas que levem ao equilíbrio fiscal e financeiro ao mesmo tempo em que se promove o crescimento econômico, sem onerar os mais pobres e mais necessitados das ações do poder público.

Mas que reformas e que medidas? Um bom começo seria o governo e cada força política apresentarem com clareza à população o que propõem e pretendem nos campos econômico e político. Sem tergiversar e sem querer iludir, como se estivéssemos em campanha eleitoral. E que essas propostas fossem discutidas, na sociedade e nos parlamentos, com seriedade e sem sectarismos. Questões mais relevantes poderiam ser levadas à consulta popular, instrumento democrático geralmente rejeitado pelas elites que temem serem derrotadas e preferem os salões e porões dos legislativos.

Difícil acontecer isso, certamente. Mas se o Brasil não reconhecer a gravidade da crise, não sair do caos atual e não tentar elevar o nível das propostas e dos debates, 2016 será um ano ainda pior do que estamos pensando.

*Hélio Doyle é jornalista, foi professor da Universidade de Brasília e secretário da Casa Civil do governo do Distrito Federal.

Fonte: Brasil 247, 29/12/2015

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Argentina entre a crise de governabilidade e a ditadura mafiosa

Se trata da formação de um sistema ditatorial guiado pelos EUA
(Imagem: de dona Mancha)

O Conversa Afiada reproduz, da Carta Maior, texto de Jorge Beinstein:


Se trata da formação de um sistema ditatorial com rosto civil que tem claros antecedentes internacionais e é guiado pelo aparato de inteligência dos EUA

Já se destacou até o cansaço que, pela primeira vez em um século, no dia 10 de dezembro de 2015, a direita chegou ao governo sem ocultar seu rosto, sem fraude, sem golpe militar, através de eleições supostamente limpas, se trata de um grande novidade.

Mas é necessário esclarecer três coisas:

Em primeiro lugar, é evidente que não se tratou de “eleições limpas”, mas sim de um processo assimétrico, completamente distorcido por uma manipulação midiática sem precedentes na Argentina, ativada há vários anos e que finalmente derivou num operativo sofisticado e avassalador. Consumada a operação eleitoral, a presidenta que saía foi destituída poucas horas antes de entregar a faixa presidencial através de um golpe de Estado “judiciário”, demonstração de força do poder real que estabelecia, desse modo, um precedente importante, na verdade o primeiro passo do novo regime.

Isto nos leva a um segundo esclarecimento: o kirchnerismo não produziu transformações estruturais decisivas do sistema, introduziu reformas que incluíram vastos setores das classes baixas, saciou demandas populares insatisfeitas (como o julgamento de protagonistas da última ditadura militar), implantou uma política internacional que distanciou o país do submetimento integral aos Estados Unidos e outras medidas que se impuseram às estruturas e grupos de poder pré existentes. Mas não gerou uma avalanche plebeia capaz de neutralizar as bases sociais da direita, não quebrou os pilares do sistema (seus aparatos judiciais, midiáticos, financeiros, transnacionais, etc) não desarticulou a ofensiva reacionária. A alternativa transformadora radicalizada estava completamente fora do script progressista, a astúcia, o jogo hábil e seus bons resultados em curto e médio prazo maravilharam o kirchnerismo, o levou por um caminho sinuoso, acumulando contradições marchando rumo a uma derrota final. O governo que terminou nunca propôs uma transgressão dos limites do sistema, um salto por cima da institucionalidade elitista-mafiosa, das panelinhas judiciais influenciadas pelo partido midiático, pelos personagens destacados de uma lúmpen burguesia que aproveitou o restabelecimento da governabilidade pós 2001-2002 para curar suas feridas, recuperar forças e renovar seu apetite.

Como era previsível, as classes médias, grandes beneficiárias da prosperidade econômica dos anos do auge progressista, não tiveram uma reação de gratidão para com o kirchnerismo, e sim o contrário. Incentivadas pelo poder midiático, ela retomou os velhos preconceitos reacionários, sua ascensão social reproduziu formas culturais latentes provenientes do velho gorilismo, do desprezo à “negrada”, sintonizada com a onda regional e ocidental de aproximação dessas classes médias ao neofascismo. Não se tratou, portanto, de uma simples manipulação midiática, manejada por um aparato comunicacional bem organizado, mas sim do aproveitamento das irracionalidades ancoradas no mais profundo da alma do país burguês.

A terceira observação é que o fenômeno não é tão novo. É verdade que o processo de manipulação eleitoral se insere no declínio do progressismo latino-americano, o que foi realizado de forma impecável por especialistas de primeiro nível, certamente monitorados pelo aparato de inteligência dos Estados Unidos, não deveríamos esquecer que antes da chegada do peronismo, em 1945, a sociedade argentina foi moldada durante cerca de um século de república oligárquica (que não foi abolida durante o período dos governos radicais, entre 1916 e 1930), deixando rastros culturais e institucionais bem profundos, atravessando as sucessivas transformações das elites dominantes, como uma espécie de referência mítica de uma época onde supostamente os de cima mandavam através de estruturas autoritárias estáveis.

Nesse sentido, é uma curiosa casualidade, carregada de simbolismo, o fato de que foi o presidente “cautelar instantâneo”, Federico Pinedo imposto pela máfia judicial, o encarregado de entregar o bastão presidencial a Macri. Federico Pinedo: neto de Federico Pinedo, uma das figuras mais representativas da restauração oligárquica dos Anos 1930, bisneto de Federico Pinedo Rubio, intendente de Buenos Aires no final do Século XIX e depois deputado nacional durante um prolongado período, representante do velho partido conservador. Seguir a trajetória dessa família permite observar a ascensão e a consolidação do país aristocrático colonial, construído desde mediados do Século XIX. O longínquo descendente daquela oligarquia foi o encarregado de entregar os atributos do mando presidencial a Mauricio Macri, que por sua parte é herdeiro de um clã familiar mafioso de raiz ítalo-fascista, instaurado por um “governo de gerentes”. Os avatares de um golpe de Estado instantâneo, estabelecendo um vínculo histórico entre a lúmpen burguesia atual e a velha casta oligárquica.

Para ler a matéria toda, acesse o link: Argentina entre a crise de governabilidade e a ditadura mafiosa

Para que lado penderá esta história? A resistência popular terá a resposta.

Tradução: Victor Farinelli

Constatação

Temer encerra o ano com dois desempregados na mão - Moreira Franco e Eliseu Padilha - e nenhuma ideia na cabeça.

Palmério Dória

PT, CUT e MST empurram Dilma para a esquerda


Depois de debelar a batalha do impeachment com a ajuda da militância petista e de movimentos sociais, como a CUT e o MST, a presidente Dilma terá, agora, que administrar as cobranças; nesta segunda-feira, a central sindical comandada por Vagner Freitas divulgou uma pesquisa apontando que 90% dos trabalhadores são contra a reforma da Previdência.

O líder do MST, João Pedro Stédile, afirmou que o movimento não aceitará "nenhum desempregado a mais" e para completar, o presidente do PT, Rui Falcão, cobrou "ousadia" da área econômica.

Até agora, o discurso de Dilma e de seu novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, mantém a defesa do ajuste fiscal. No entanto, os aliados que foram às ruas em defesa da legalidade condicionam seu apoio e querem um governo mais à esquerda.

Governadores se unem contra o arrocho fiscal


Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, recebeu nesta segunda-feira, 28, propostas de dez governadores, aliados e de oposição, para o governo federal ajudar os estados a superar a crise financeira; entre outros pontos, os governadores querem que a União volte a autorizar operações de crédito pelos estados.

Um fundo garantidor para que os estados e municípios possam firmar parcerias público-privadas; a regulamentação dos novos indexadores das dívidas dos estados e que estados e municípios possam cobrar dos planos de saúde o atendimento de conveniados que procuram o SUS.

Participaram do encontro Geraldo Alckmin (PSDB- SP), Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Fernando Pimentel (PT-MG), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Rui Costa (PT-BA), Ivo Sartori (PMDB-RS), Marconi Perillo (PSDB-GO), Marcelo Miranda (PMDB-TO), Wellington Dias (PT-PI) e Paulo Câmara (PSB-PE)

FHC ou a tragédia da elite brasileira


"FHC tornou-se a triste caricatura desse fracasso da velha elite brasileira. De teórico da transição conservadora e de presidente de uma nota só – a estabilidade monetária -, de social democrata a um reles neoliberal -, tornou-se um golpista sem ideias e sem apoio popular", diz o colunista Emir Sader.

"A tragédia da trajetória de FHC resume, de forma exemplar, o fracasso da elite tradicional brasileira diante de um pais que teve revelado todo o seu potencial com o governo Lula e que busca seu reencontro com esse caminho, derrotando, uma vez mais, a FHC e a direita brasileira".

O desemprego no mundo

Os piores e os ainda piores de 2015


Pior ator: Michel Temer. Depois de ter se destacado por muitas temporadas no papel de “Mordomo de filme de terror” atraindo atenção para a verossimilhança com a sua vida real, decepcionou seus fãs partindo para um papel cômico em “Trair e coçar é só começar”, no qual não convenceu nem o público nem a crítica.

Pior cantada: “Dizem por aí que você é muito namoradeira”. Foi com essa que Dom Juan levou todo aquele mulherio para cama.

Pior vinho: o que Katia Abreu jogou na cara do Serra. Ninguém desperdiça um bom vinho nem com a pior cantada do mundo.

Melhor figurino: Supremo Tribunal Federal. Meu Deus, quem corta aquelas capas? Batman morreria de inveja.

Pior figurino: Sérgio Moro. Continua tentando combinar gravatas pretas com camisas idem.

Pior novela: “Impeachment”. Autoria de Eduardo Cunha (sob pseudônimo), direção de Eduardo Cunha (completamente sem direção), com Eduardo Cunha no papel principal. Motivos do fracasso: um enredo inverossímil, sem consistência, péssimos atores, muitas brigas nos bastidores derrubaram o ibope de capítulo para capítulo até ser retirado do ar

Pior Suplicy: Marta Suplicy

Exportador do ano: Eduardo Cunha. Em plena crise mundial conseguiu vender para a África, sem fazer o menor alarde e sem ajuda do BNDES muitas toneladas de carne em lata e nem precisou matar os bois ou emitir notas fiscais.

Pior roteiro de fuga: Delcídio do Amaral, que planejava tirar Nestor Cerverò do Brasil pelo Paraguai e depois largá-lo na Espanha onde seria confundido com um quadro do Picasso.

Melhor gravação: Bernardo Cerveró

Pior troca de partido: Marta Suplicy, que, não suportando mais a companhia de envolvidos da Lava Jato no seu partido trocou-o pelos envolvidos na Lava Jato do outro partido

Troféu Bola de Ouro: José Maria Marin - as bolas acorrentadas a seus pés são de ouro maciço cuja origem está sendo investigada pela Interpol

Pior enredo: “Vai indo que eu não vou”, de autoria de Aécio Neves, criado especialmente para os desfiles de rua pela volta de Dom Sebastião os quais estimulava, mas não ia

Pior pássaro: Hélio Bicudo que, na muda, não canta

Pior cidade do mundo: Curitiba

Pior lugar para curtir um porre: Leblon

Troféu Vivo Sem: Lula, que nunca teve, não tem e nunca terá telefone celular

Pior strip-tease: Maytê Proença – ou não fala que tira e não tira ou fala que tira e tira, mas falar que tira e não tirar é caso para anular todo o campeonato da série B e começar tudo de novo

Drama do Ano: Esperando Janot. Quando ele resolveu agir, o ano acabou.

Pior ex-presidente com mais de 80 anos: Fernando Henrique Cardoso. Levou a melhor porque Sarney passou o ano calado.

O PSDB vai desmoralizar Janot como desmoralizou Moro

Basta o Janot seguir o "método de Grandis"

A reportagem do DCM que o Conversa Afiada reproduziu é a comprovação inequívoca da deslavada roubalheira que os tucanos construíram em torno de Furnas, sob a batuta do Aecim, o pior e mais nefasto homem público do ano, segundo a judiciosa avaliação do Paulo Nogueira.

Faz tempo que o Procurador Geral recebeu de políticos mineiros o dossiê completo sobre a roubalheira de Furnas, de onde segue a reportagem do DCM.

Não há um único motivo a justificar a passividade de Janot diante de provas muitas vezes confirmadas e ratificadas por exaustivos trabalhos na Justiça.

Janot já exibe em seu morinho currículo ter esperado Cunha perder a serventia.

Enquanto Cunha foi útil ao Golpe, Janot não o importunou.

Agora, Janot se prepara para macular o Ministério Público com o mesmo partidarismo que manchou irremediavelmente o trabalho do Dr Moro, que se notabilizou por aplicar um " não vem ao caso", diante do mais tênue indício de que se aproxime de uma roubalheira tucana.

É a síndrome do notável Procurador de Grandis: quando vem ao caso, a gente esquece o tucano na gaveta!

O Cerra do trensalão lá adormece !

Janot argumenta que o depoimento do Youssef não basta para incriminar Aecim.

Youssef só serve para denunciar roubalheira de petista.

É o método morinho de Guantánamo.

Mas, e os documentos que Rogerio Correia e agora o DCM revelam?

Esquece o Youssef.

Faz de conta que as delações dele não prestam.

O que dizer dos juízes e promotores que comprovaram repetidamente, inequivocamente a deslavada roubalheira tucana?

Viva o Brasil !

O Brasil do Moro, do Janot e do Gilmar (PSDB-MT).

Se o Moro não prender o Lula com a ajuda da PF do , a história lhe reservará o papel dos salvadores da Pátria: será um tuiteiro ilustre.

Moro não quebrou a Petrobras, a engenharia pesada nem derrubou a Dilma.

A Casa Grande espera dele prender o Lula, como a última e derradeira missão.

Se fracassar é como se nem tivesse feito a prisão do preso José Dirceu.

Do Janot a Casa Grande espera passar a mao na cabeça do Aecim.

Basta não fazer nada.

Mandar o dossiê do Rogerio Correia ao Procurador de Grandis.

E Janot entrará à História pela mesma porta por que passaram seus ilustres antecessores.

Antonio Fernando de Souza, o do Ali Babá e os 40 ladrões, que depois se dedicou à enobrecedora tarefa de defender Daniel Dantas !

Janot também se encontrará no vale do opróbrio com o Gurgel, de saudosa memória !

É o Brasil que o Chico Buarque definiu: em que um dos partidos se compõe de bandidos .- bandidos impunes.

Paulo Henrique Amorim, em Conversa Afiada, 28/12/2015

Ponte para o futuro vai do nada a lugar nenhum

Barroso defende seu voto e critica "paixão cega"


Autor do voto que foi seguido pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso critica distorções que políticos e a mídia têm feito de seu posicionamento sobre o rito do impeachment proposto contra a presidente Dilma Rousseff.

Segundo ele, o entendimento da corte 'não mudou uma linha sequer' do processo contra o ex-presidente Fernando Collor: "O noticiário tem sido pouco factual nessa questão do impeachment, muito opinativo, em que as pessoas misturaram um pouco fato com opinião, e acho que apresentaram erradamente a decisão final do Supremo nessa matéria. O problema é que as pessoas se apaixonaram, e a paixão cega. E aí as pessoas começam a ver de um ângulo errado, houve muitas notícias erradas, as pessoas que ficaram infelizes com a decisão gostam de truncar as coisas também", diz Barroso.

Confiança da indústria fecha 2015 com alta em dezembro


O Índice de Confiança da Indústria (ICI) encerrou o ano com ganhos em dezembro devido à melhora das expectativas, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta segunda-feira; o ICI teve alta de 1,1 ponto em dezembro na comparação com o mês anterior, atingindo 75,9 pontos.

"A alta do ICI no quarto trimestre traz boas notícias, como o movimento no sentido de normalização dos estoques e alguma melhora das expectativas", afirma a coordenadora da pesquisa, Tabi Thuler Santos.

Filósofo diz que Dilma garante independência da Lava Jato


"Pode-se dizer qualquer coisa, o que não se pode dizer é que o Governo Dilma bloqueou a Lava Jato. Agora, se alguém disser que ninguém é capaz de bloquear a Lava Jato, não é verdade", diz o filósofo e cientista político Marcos Nobre, em entrevista ao El Pais.

"Outro Governo, um eventual Temer, por exemplo, vai obstruir? Não sei, mas o fato do movimento político, capitaneado por Eduardo Cunha, de deflagrar o impeachment é um sinal de que há alguma esperança de que, derrubando o Governo, e colocando o vice, seja possível adiar a prestação de contas com a Justiça".

Para Noblat, com carta, Temer deu ensejo a ser chamado de traidor


247 – O jornalista Ricardo Noblat avalia que o vice-presidente Michel Temer cometeu um erro primário, ao enviar uma carta à presidente Dilma Rousseff, em que chora suas mágoas e se coloca como alternativa de poder.

"A carta de Temer a Dilma foi o maior erro de um vice que pareceu cansado de esperar", escreveu Noblat. "Temer jamais poderia tê-la escrito nos termos que o fez; apequenou-se; e deu ensejo a ser chamado de traidor".

O risco, agora, está dentro do próprio PMDB. "Temer jamais poderia tê-la enviado a Dilma sem a certeza de que o PMDB respaldaria seu gesto. Ele corre o risco de, confrontado pelo senador Renan Calheiros e pelo PMDB chapa-branca, perder a presidência do partido."

Fonte: Brasil 247, 28/12/2015

domingo, 27 de dezembro de 2015

Prêmio Nobel de Economia diz que o capitalismo não está funcionando

Um terço dos americanos vive na pobreza!

(Imagem de Omar Motta, no facebook)


Saiu no RT, em espanhol:


El premio Nobel de Economía en 2001, Joseph Stiglitz, asegura que un modelo económico que no proporciona bienestar a los ciudadanos es un fracaso.

En un foro de investigadores en Montevideo, Uruguay, el ganador del Nobel de Economía en 2011, Joseph Stiglitz, ha señalado que "un sistema económico que no proporciona bienestar a una parte muy importante de la sociedad, es un sistema económico que fracasa", según cita sus palabras la cadena TeleSur. 

"Los ingresos no solo han estado estancados, sino que además están reduciéndose", sostuvo Stiglitz criticando el actual modelo capitalista. El Nobel de Economía opina que los bancos de desarrollo multilaterales tienen que desempeñar un papel principal para llevar a cabo la reforma de los mercados financieros.

Tras su visita a Uruguay durante la entrega del título de Doctor Honoris Causa por la Universidad de la República (Udelar), Stiglitz también ha compartido su punto de vista sobre la economía y el estado actual del capitalismo con el medio uruguayo 'El País'.

"Lo que está pasando es el inicio de un diálogo político que, al menos para Estados Unidos y Europa, dice que la economía de mercado no está funcionando de la manera que se supone que debería", opina Stiglitz, destacando que el salario mínimo en Estados Unidos actualmente es más bajo que el de hace 60 años. "Por lo menos la tercera parte de los estadounidenses pasan parte de sus vidas en la pobreza. ¿Cómo puede ser?"

Navalha
Sobre por que o capitalismo não está funcionando, ler em Piketty.

Aqui, os defensores do sistema que não está funcionando são os tucanos e seus trombones pigais, como a Urubóloga, que entrevista economistas de bancos e neles se abastece de lugares comuns (e carcomidos).

Por falar nisso, a comunidade acadêmica internacional, de Cambridge a Cambridge, ainda não deu seu veredito sobre a obra de Piketty à espera de que a Urubóloga sobre ele se pronuncie.

Paulo Henrique Amorim, em Conversa Afiada, 27/12/2015

Janot, JanÔÔÔÔt, a lista de Furnas te persegue!

O elo entre a lista de Furnas do Aecim e o tucanato

De Dona Mancha, no C Af

O Conversa Afiada reproduz do DCM:


No ano de 2001, ao emergir do subterrâneo da política, Nilton Antônio Monteiro entregou ao Ministério Público e a um deputado do Espírito Santo documentos que revelavam o envolvimento da mineradora Samarco no pagamento de propina a autoridades do estado, à época governado pelo tucano José Ignácio Ferreira. Alguns meses depois, alguns políticos estavam presos e secretários foram demitidos.

Em 2005, Nilton Monteiro entregou a políticos do PT e à Polícia Federal recibos de depósitos, procurações e uma lista com nomes de políticos mineiros que receberam em 1998 dinheiro desviado do governo de Eduardo Azeredo através do publicitário Marcos Valério, no esquema que ficou conhecido como Mensalão de Minas Gerais.

Demorou dez anos para sair a primeira condenação no caso do Mensalão de Minas Gerais. O ex-governador Eduardo Azeredo foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão. Foi uma decisão de primeira instância, ainda sujeita a recursos, mas na sentença chama a atenção o número de vezes em que Nilton Monteiro é citado: 66 vezes, numa sentença que tem 125 páginas.

Nilton Monteiro é também o autor da denúncia da Lista de Furnas e a pergunta que sobressai da leitura do texto que condena Azeredo é: se Nilton Monteiro acertou quando denunciou o esquema de propina no Espírito Santo e teve suas revelações confirmadas pela sentença do Mensalão de Minas Gerais, por que a Procuradoria Geral da República ainda não investigou os políticos que integram a Lista de Furnas?

No início da semana passada, eu fiz esta pergunta à assessoria de imprensa da Procuradoria Geral da República, em Brasília, que me pediu para formalizar o questionamento via e-mail. Foi o que fiz, e até agora não recebi resposta.

Também procurei a assessoria do senador Aécio Neves, em razão do protagonismo dele na Lista de Furnas, seja por indicar pessoas que deveriam receber recursos, inclusive sua irmã, Andrea, seja por ser apontado como padrinho político do diretor de Engenharia, Planejamento e Construção de Furnas, Dimas Toledo, que a lista revela como o mentor do esquema de corrupção.

“Não posso. Tem pressão do Aécio, tem pressão do Aécio”, teria dito em 2004 o então ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, quando o deputado delator do Mensalão de Brasília Roberto Jéfferson, presidente do PTB, cobrou a indicação de um apadrinhado seu para o posto de Dimas Toledo. A assessoria prometeu enviar uma nota do senador, que é presidente do PSDB, ou me colocar em contato com ele, mas não fez nem uma coisa nem outra.

A matéria é rica em detalhes e caso você queira lê-la integramente acesse o link: Janot-Janoooot, a lista de Furnas te persegue

Fonte: Conversa Afiada, 27/12/2015