Candidato da PSOL superou Everaldo Eguchi (Patriota) por 26.628 votos e voltará à prefeitura de Belém após 16 anos
Brasil de Fato | Belém (PA) | 29 de Novembro de 2020 às 17:42
Edmilson Rodrigues (PSOL) confirmou favoritismo e foi eleito prefeito de Belém - Edilson Moura
Edmilson Rodrigues (PSOL) foi eleito o novo prefeito de Belém, capital do Pará, superando o candidato do Patriota, delegado Everaldo Eguchi. O candidato da esquerda, que já foi prefeito entre 1997 e 2004, recebeu 390.723 (51,76%), enquanto Eguchi somou 364.095 votos (48,24%).
Foram computados 15.897 votos brancos e 29.295 nulos, somando 5,65%. No total, 209.721 de pessoas se abstiveram, o que representa 20,77% dos eleitores de Belém.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Edmilson comemorou uma vitória democrática contra o fascismo.
"Belém é uma capital da Amazônia, que está em foco diante do mundo pelas queimadas, o desmatamento, a grilagem, o genocídio contra indígenas, a violência contra os trabalhadores rurais sem-terra. Nós não enfrentamos um candidato liberal. Nós enfrentamos um candidato que representa o pensamento da extrema-direita. Então, foi uma vitória contra o fascismo e uma derrota para o presidente Bolsonaro que apoiou meu adversário."
O prefeito eleito também elogiou o trabalho do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no combate às fake news no pleito em Belém. "Muitos que votaram no meu adversário, não votaram por ser fascistas nem autoritários. Eles usaram muita fake news, nós tivemos várias decisões favoráveis a nós no Tribunal Regional Eleitoral. Mas quando você retira de quem publicou, ela já se espalhou para milhares de pessoas."
O candidato da esquerda foi eleito pela coligação "Belém de Novas Ideias" composta pelo PSOL, PT, PDT, PCdoB, PCB, UP e Rede. No primeiro turno, Edmilson Rodrigues teve 34,22% dos votos válidos e o delegado Eguchi (Patriota) 23,06%. No segundo turno a diferença se ampliou ainda mais.
Quem é Edmilson Rodrigues (Psol)?
Edmilson Rodrigues tem 63 anos e uma extensa carreira política. Em 2018, o prefeito eleito foi o deputado federal mais votado do estado do Pará com 184 mil votos.
Professor, arquiteto, autor de livros e doutor em geografia humana pela Universidade de São Paulo (USP), Rodrigues começou a trajetória como professor da rede pública estadual. Atualmente, é professor efetivo do Estado e também da Universidade Federal da Amazônia (UFRA).
Em 1996 foi eleito prefeito de Belém (1997-2000) e o primeiro a ser reeleito (2001-2004). A gestão de Edmilson marcou a história de Belém com grandes projetos e ações na capital, que são lembrados até hoje, entre eles, a maior revitalização já registrada no Ver-o-Peso, a primeira fase da macrodrenagem do Tucunduba e a macrodrenagem da Bacia do Una.
Outros feitos são: o prolongamento da Avenida João Paulo II; o Pronto Socorro do Guamá, orlas de Icoaraci e Mosqueiro, Aldeia Cabana, Ver-o-Rio, atendimento médico em casa com o programa Família Saudável, drenagem e pavimentação da Avenida Pedro Miranda e centenas de vias, assim como a reforma das Avenidas Almirante Barroso e da Augusto Montenegro, ciclovias e ciclofaixas pela cidade e dezenas de ações na área de assistência e educação reconhecidas e premiadas, como a biorremediação do aterro do Aurá.
Em reconhecimento pela gestão de excelência, Belém foi consagrada ao receber mais de 50 prêmios nacionais e internacionais, com destaque ao “Prefeito Criança”, recebido por três vezes.
Quem é Edilson Moura (vice-prefeito)?
Edilson Moura iniciou a atuação comunitária em plena ditadura militar, na década de 80. Após concluir as graduações em Educação Artística e Ciências Sociais, se engajou na defesa da educação de qualidade e de melhores condições salariais e de trabalho para os professores.
De 2007 a 2010, foi Secretário de Cultura do governo do estado do Pará com a tarefa de fomentar e implementar a política cultural como um direito de todos. Foi deputado estadual (2011-2015) eleito em 2010 com mais de 32 mil votos.
Em 2015 e 2016 desempenhou o cargo de delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) do Pará com o compromisso de promover a democratização do acesso à terra, a inclusão produtiva, a ampliação de renda da agricultura familiar e a paz no campo, fundamentais para se alcançar a soberania alimentar e o desenvolvimento econômico, social e ambiental do povo paraense e brasileiro.