quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Com endosso de Stiglitz, Nobel de Economia, Lula é convidado a palestrar na Universidade de Columbia, EUA

Lula deve ir aos EUA no começo de 2022. Agenda começa a ser montada e pode incluir palestra na Universidade de Columbia

Brasil 247, 30/12/2021, 10:43 h Atualizado em 30/12/2021, 11:24
Lula e Joseph Stiglitz (Foto: Ricardo Stuckert)

Lula deve ir aos Estados Unidos no começo de 2022. Entre outros compromissos, o maior líder popular do Brasil foi convidado a palestrar na Universidade de Columbia, em Nova York, uma das mais importantes dos Estados Unidos e integrante do seleto grupo conhecido como Ivy League.

O ex-presidente deve repetir nos Estados Unidos o mesmo êxito de sua recente viagem à Europa, onde se encontrou com líderes progressistas e intelectuais de prestígio.
O convite para palestrar na Universidade de Columbia partiu de uma organização chamada Brazil Talk, formada há seis anos por alunos brasileiros focados em Relações Públicas e Internacionais na instituição, informa o jornalista Lauro Jardim no Globo.

Os organizadores do evento planejam que em sua palestra Lula tenha como mediador o economista Joseph Stiglitz, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2001.

Stiglitz, com quem Lula se encontrou em Bruxelas, em novembro, endossou o convite feito pela ala da comunidade acadêmica brasileira em Columbia.

Requião pode se filiar ao PT para disputar o governo do Paraná

Ex-senador, Requião quer ser o candidato de Lula no Paraná em 2022

Brasil 247, 30/12/2021, 14:12 h Atualizado em 30/12/2021, 14:26
(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Blog do Esmael - Censurado pela velha mídia corporativa do Paraná, desde 2010, quando deixou o governo, as notícias que se tem do ex-senador Roberto Requião (sem partido), do Partido dos Trabalhadores e dos movimentos populares são possíveis somente pela imprensa estrangeira, mídia independente [Blog do Esmael] ou pelos jornalões de outros estados.

Dito isso, o jornal O Dia, do Rio de Janeiro, anotou nesta quinta-feira (30/12) que Requião vai entrar no PT e que será o franco-atirador do ex-presidente Lula contra as candidaturas do suspeito ex-juiz Sergio Moro e Alvaro Dias ao Senado, ambos do Podemos.

A TV Esmael vai entrevistar hoje, às 18h, Requião, o deputado Arilson Chiorato, presidente do PT no Paraná, e Elton Barz, presidente do PCdoB do Paraná. Eles irão fazer a retrospectiva política de 2021, mostrando os melhores e piores momentos da vida pública nacional. Portanto, nós vamos conferir logo mais essa história de filiação no PT.

Veja o que registrou hoje O Dia, que será objeto de discussão com Requião e demais convidados na entrevista de logo mais:

Fator Requião

O ex-governador e ex-senador Roberto Requião, sem mandato, quer voltar ao Poder em grande estilo ano que vem, e sempre polêmico. Após 40 anos no MDB, do qual se desfiliou, pode se filiar ao PT – ou outro partido de centro-esquerda – e quer ser o candidato de Lula da Silva ao governo do Paraná. Inconformado com o desdém dos petistas pelo que considera seu potencial eleitoral de recall, mandou recado para Lula através da namorada Janja, e criticou a indiferença da presidente do partido, Gleisi Hoffmann, sua amiga desde os tempos em que ela era líder estudantil e, ele, governador.

Requião é boquirroto, mas mão firme no trato político. Ele quer ser o nome de Lula contra a coalizão da chapa de Sergio Moro e Alvaro Dias no Estado. E tem munição.

Se Requião entrar no PT, falta aparar arestas. Petistas e dilmistas não esquecem o cartão de aniversário que ele enviou para a então presidente, assinado pelo seu motorista do Senado.

Governo Bolsonaro recusa ajuda humanitária da Argentina na Bahia

POLÍTICA

País vizinho ofereceu apoio para o suporte às vítimas das chuvas no Nordeste, mas presidente recusou

NSC Total30/12/2021 - 09h32, Por Folhapress
Mais de 630 mil foram afetadas pelo temporal na região(Foto: Agência Efe/Folhapress)

O governo federal dispensou a ajuda humanitária oferecida pela Argentina no socorro às vitimas das chuvas na Bahia, segundo informou a Defesa Civil do estado nesta quarta-feira (29). Em nota, o governo baiano informa que a decisão da União foi comunicada ao consulado argentino na noite passada.

O país vizinho ofereceu envio de profissionais especializados nas áreas de saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres. O governador Rui Costa (PT) chegou a agradecer o auxílio, em publicação no Twitter, e pediu celeridade ao governo federal para autorizar a ajuda internacional.

No documento oficial, o governo brasileiro agradeceu o apoio da Argentina e justificou a dispensa afirmando que a situação na Bahia "está sendo enfrentada com a mobilização interna de todos os recursos financeiros e de pessoal necessários".




O Ministério das Relações Exteriores disse ainda que "na hipótese de agravamento da situação, requerendo-se necessidades suplementares de assistência, o governo brasileiro poderá vir a aceitar a oferta argentina de apoio da Comissão dos Capacetes Brancos, cujos trabalhos são amplamente reconhecidos".

As chuvas que atingem o estado desde o início do mês deixaram 24 pessoas mortas e 434 feridas. A previsão do tempo é de mais chuvas na região para os próximos dias. O total de afetados é de cerca de 630 mil pessoas, segundo dados divulgados nesta tarde pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec).

Há 37.324 pessoas desabrigadas e 53.934 desalojadas. O número de municípios afetados é de 141, sendo que 132 estão em situação de emergência.

As cidades que registraram mortes foram: Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (2), Aurelino Leal (1), Itabuna (2), São Félix do Coribe (2) e Ubaitaba (1). Há uma pessoa desaparecida em Amargosa há 15 dias.

Merval se rende e prevê volta de Lula em primeiro turno após desastre bolsonarista

Colunista do Globo já aponta cenário de retorno do ex-presidente, em razão do "comportamento psicótico" de Bolsonaro

Brasil 247, 30/12/2021, 05:30 h Atualizado em 30/12/2021, 06:22
Merval Pereira e Lula (Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução)

"A insensibilidade do presidente Bolsonaro diante do sofrimento alheio, quando ele é difuso, é sinal de que é incapaz de compreender o alcance do papel de um presidente da República, que chegou aonde chegou pelo voto dos cidadãos, e não por escolha divina. Bolsonaro é capaz de comover-se com a morte de um rapper conhecido por fazer 'funk de direita' ou de um militar no exercício de sua função, mas é incapaz de homenagear um grande artista nacional que seja de esquerda ou simplesmente adversário de sua maneira de ver o mundo. Para ele, existem apenas os que são seus apoiadores ou os adversários, não há brasileiros como coletividade, todos os que deveriam estar representados por ele como presidente. Não viajar para a Bahia diante da catastrófica inundação que deixou milhares de desabrigados e mais de 20 mortos, para passear de jet ski no sul do país, é mais um desses episódios que demarcam sua psicótica personalidade", escreve o jornalista Merval Pereira, um dos grandes fomentadores do antipetismo, em sua coluna no Globo.

"A cada atitude dessas, Bolsonaro une a maior parte dos que votaram nele para se livrar do PT na direção contrária, transformando o antipetismo que o levou ao poder numa reação que poderá levar Lula à Presidência logo no primeiro turno, pois se mostrou durante seu desgoverno uma solução pior que aquela que ele representava quando foi eleito. A anticorrupção, grande motor para levá-lo à eleição, já não se mostra suficiente para evitar o PT, pois o bolsonarismo transformou-se num nicho radicalizado que não justifica um voto útil contra Lula ou a esquerda", admite. "O maior eleitor de Lula é o fracasso do governo de Bolsonaro", finaliza.

Bolsonaro demonstra desprezo à vida humana, diz Rui Costa, governador da Bahia

Bolsonaro permanece na praia e ignora a tragédia na Bahia. Governador critica o titular do Planalto por não ir ao estado em meio a enchentes

Brasil 247, 30/12/2021, 05:18 h Atualizado em 30/12/2021, 05:27
Rui Costa e Jair Bolsonaro (Foto: Camila Souza/GOVBA | Reuters)

"O presidente durante toda a sua gestão demonstrava desprezo em relação à vida humana (...) Ele não demonstra nenhum sentimento em relação à dor do próximo", afirmou o governador.

O governador Rui Costa (PT) diz em entrevista à Folha de S.Paulo que o enfrentamento às chuvas que assolam o estado e já causaram ao menos 24 mortes é o maior desafio de sua gestão. As enchentes destruíram estradas, inutilizaram estoques de medicamentos e vacinas e deixaram mais de 90 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.

Questionado pelo jornal se aguardava a visita de Jair Bolsonaro, Rui Costa respondeu que não tinha essa expectativa.

Ele estima que os recursos necessários para recuperar o estado cheguem a R$ 1,5 bilhão e espera que o governo federal possa ajudar com valores significativos.

O governador disse ainda que o estado tem enfrentado a situação e vem tentando mitigar as consequências das enchentes com a mobilização de recursos próprios e a ajuda de outros estados e ressalta que o governo federal não tem nenhuma estrutura de ajuda aos estados para desastres. "Os helicópteros do Exército, da Marinha, são completamente inadequados para esse tipo de coisa. São helicópteros para a guerra, não para sobrevoar áreas urbanas. Um helicóptero daquele tamanho, quando baixa a uma altura mais reduzida, arranca as telhas, é um desastre".

Rui Costa destaca que Jair Bolsonaro durante toda a sua gestão demonstrava desprezo em relação à vida humana. "Durante três anos, em nenhum momento, em nenhum outro desastre, na pandemia, ou em qualquer situação que significasse prestar solidariedade à vida humana ele fez qualquer gesto. É um presidente que não demonstra nenhum sentimento em relação à dor do próximo".

"O mínimo que qualquer presidente pode fazer é dirigir uma palavra de conforto ao seu povo num momento de sofrimento", acrescenta, criticando o ocupante do Palácio do Planalto por não se preocupar em fazer nem isso.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Moro confessa que Lava Jato foi projeto político para combater o Partido dos Trabalhadores

A confissão foi feita em entrevista a uma rádio. Para derrubar o partido, o ex-juiz parcial também destruiu empresas brasileiras e o sistema judicial

Brasil 247, 29/12/2021, 15:36 h Atualizado em 29/12/2021, 16:26
O ex-presidente Lula e o ex-juiz suspeito Moro (Foto: Reprodução | ABr)

O ex-juiz Sergio Moro, declarado parcial e suspeito pelo Supremo Tribunal Federal, finalmente confessou que a Lava Jato foi uma operação para combater o Partido dos Trabalhadores, e não propriamente a corrupção. Sua confissão foi feita em entrevista a uma rádio do Mato Grosso nesta manhã. "Como é que a gente pode defender um governo desse? Com pessoas [com fome] da fila de ossos, um governo que foi negligente com as vacinas, um governo que ofende as pessoas, um governo que desmantelou o combate à corrupção. Tudo isso por medo do quê? Do PT? Não. Tem gente que combateu o PT na história de uma maneira muito mais efetiva, muito mais eficaz. A Lava Jato", disse Moro na entrevista.

Para derrubar o Partido dos Trabalhadores, Moro corrompeu o sistema judicial, como foi reconhecido pela suprema corte brasileira, e destruiu 4,4 milhões de empregos, segundo o Dieese, criando as condições para o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Depois de quebrar construtoras como a OAS e a Odebrecht, Moro prendeu o ex-presidente Lula para eleger Jair Bolsonaro, de quem foi ministro, e depois foi trabalhar para a consultoria estadunidense Alvarez & Marsal, que assumiu a recuperação judicial destas empresas e passou a viver como rico nos Estados Unidos. Em razão do conflito de interesses, os pagamentos da Alvarez & Marsal a Moro serão investigados pelo TCU. Saiba neste link como apoiar o documentário de Joaquim de Carvalho sobre o enriquecimento de Moro.

Logo depois de ter admitido a perseguição ao Partido dos Trabalhadores, o ex-juiz considerado suspeito e parcial pelo STF e ex-ministro de Bolsonaro recuou. Claramente, percebeu a confissão e tentou contorná-la dizendo que a Lava Jato apenas teria descoberto "os esquemas de corrupção" supostamente praticados pelo PT.

A confissão de Moro provocou a reação imediata do ex-ministro Nelson Barbosa. 

Presidente do PSB agora descarta federação com PT por falta de apoio nos estados

Carlos Siqueira voltou a cobrar apoio em São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo
Brasil 247, 29/12/2021, 06:30 h Atualizado em 29/12/2021, 12:23
Carlos Siqueira (Foto: Humberto Pradera/PSB)

A federação entre PT e PSB, aparentemente, se enfraqueceu, segundo informa a jornalista Cristiane Agostine, no Valor Econômico. "O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reiterou ontem as dificuldades enfrentadas com o PT para formar uma federação e colocou em xeque o acordo com os petistas. Siqueira defendeu a reciprocidade nas alianças e voltou a cobrar apoio em cinco Estados: Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo", diz ela.

“Em primeiro lugar, nós não vamos fazer federação com ninguém, principalmente com o PT, antes de ter um acordo geral sobre os apoios que nós precisamos do PT. Em segundo lugar, a rigor, nós não precisamos de federação alguma para disputar as eleições”, disse Siqueira. “Nós admitimos a hipótese de federação como uma forma de valorizar a unidade das forças de esquerda, mas estamos tendo muita dificuldade até o momento para se concretizar.”

“Aliança pressupõe acordo entre partes e temos disposição para fazer esse acordo, mas isso pressupõe a reciprocidade de ambos os lados. Há muitos meses colocamos para o PT as demandas do PSB e até agora não tivemos resposta sobre nenhuma delas”, queixou-se Siqueira. “O PT deve pensar, refletir bem e decidir qual é seu plano central, seu objetivo principal, se é eleger Lula na Presidência ou se é disputar com seu principal aliado os governos estaduais”, afirmou.

Fernando Haddad, no entanto, não pretende abrir mão de sua candidatura em São Paulo. “Estamos com candidato no primeiro lugar no Rio Grande do Sul, Pernambuco e São Paulo, que são colégios eleitorais importantíssimos”, disse Haddad, em entrevista à rádio Bandeirantes.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Governo Bolsonaro cancela autorizações de garimpo na Amazônia após pressão do MPF

Heleno autorizou a atividade em uma região conhecida como Cabeça do Cachorro, uma das áreas mais preservadas da Amazônia e que abriga 23 etnias indígenas

Brasil 247, 27/12/2021, 15:20 h Atualizado em 27/12/2021, 15:22
Garimpo ilegal na Terra Indígena Kayapó (Foto: Divulgação)

Após pressão do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, cancelou nesta segunda-feira (27) a autorização de sete projetos de pesquisa de ouro em área preservada na Amazônia. O cancelamento das pesquisas foi publicado no Diário Oficial da União.

O recuo do governo se dá após o Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas ter instaurado um procedimento de apuração para investigar e fiscalizar o risco socioambiental das autorizações dadas pelo ministro Heleno.

O MP trabalha com a suspeita de que as autorizações de pesquisa de garimpo na região de São Gabriel da Cachoeira, cidade mais indígena do Brasil com 23 etnias, buscavam preparar terreno para a mineração em Terras Indígenas.

“Recuperar a importância sistêmica da Petrobrás é quase impossível”, diz Gabrielli

Ex-presidente da Petrobrás se diz “muito pessimista” quanto à possibilidade de recolocar a Petrobras nos trilhos

Brasil 247, 28/12/2021, 11:04 h Atualizado em 28/12/2021, 11:18
(Foto: Reprodução | REUTERS/Sergio Moraes)

O ex-presidente da Petrobrás e professor da UFBA Sergio Gabrielli, que ocupou o cargo de 2005 a 2012, se diz “muito pessimista” quanto à possibilidade de recolocar a Petrobras nos trilhos em um eventual governo Lula a partir de 2023.

“Acho muito difícil, quase impossível retomar a importância sistêmica da Petrobras depois da destruição que foi feita. Dificilmente será possível reconstruir um programa de desenvolvimento grande depois dos leilões, do fim da operação única [sobre as reservas do pré-sal], do desmonte da integração vertical da Petrobras, do desmonte da engenharia brasileira; da venda da BR Distribuidora, da Liquigás, das refinaria”, disse.

“É muito difícil que a Petrobras venha a desempenhar um papel relevante, significativo, como aquele do início dos anos 2010.”, acrescentou.

Em sua visão, “a área de pré-sal era prioritária, mas acho que deveria ter integração maior com petroquímica inicialmente, para depois fazer as refinarias. Eu mudaria somente a ordem e as prioridades“.

Gabrielli também fala sobre os efeitos da Lava Jato e os interesses dos Estados Unidos na Petrobras. Para ele, no entanto, foi a precipitação do fim do governo petista que acelerou a depredação da empresa, que hoje está sob ameaça de privatização, com o governo Bolsonaro aproveitando o descontrole da economia e os sucessivos reajustes nos preços dos combustíveis para rifar de vez a petroleira.

Lula e Alckmin podem fazer campanha em dois palanques em São Paulo

PT quer lançar Fernando Haddad ao governo paulista e o PSB não abre mão da candidatura de Márcio França

Brasil 247, 28/12/2021, 07:35 h Atualizado em 28/12/2021, 08:17
Alckmin e Lula (Foto: Stuckert)

Diante do impasse nas negociações para que PT e PSB estejam juntos no palanque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, dirigentes dos dois partidos já admitem que uma eventual chapa do petista com Geraldo Alckmin de vice pode levar a uma situação inusitada em São Paulo. Como o PT quer lançar Fernando Haddad ao governo paulista e o PSB não abre mão da candidatura de Márcio França, a solução, caso não haja acordo nacional entre os dois partidos, seria Lula fazer campanha com Haddad e Alckmin subir no palanque de França. A reportagem é o jornal Estado de S.Paulo.

Por esse raciocínio, que agrada a pessebistas e petistas ouvidos pela reportagem, todos sairiam ganhando. Há no PT, porém, quem defenda que Alckmin se filie a outro partido para ser vice de Lula, sendo o PV e o Solidariedade opções – ambos já sinalizaram interesse na filiação do ex-tucano.

Segundo relato de participantes, na última reunião entre Lula e o PSB, na semana passada, um acordo chegou a ser colocado na mesa: em maio de 2022 os partidos fariam uma pesquisa qualitativa em São Paulo para saber quem estaria melhor colocado, Haddad ou França. E o pior colocado abriria mão da candidatura.

Há, porém, desconfiança dos dois lados em relação a esse cenário. Procurado, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que a candidatura de França “está colocada”. “Se for prejudicial para a esquerda, então tira a do Haddad”, disse. Depois da reunião com o PSB, Lula participou de um evento com catadores, como faz tradicionalmente desde o início de seu primeiro mandato, em 2003. Durante seu discurso, falou que Haddad vai ganhar a eleição ao governo de São Paulo, o que foi interpretado como um sinal de que a candidatura é inegociável.

PSDB tira a máscara de democrata e mostra medo da chapa Lula-Alckmin com ataques de baixo nível

O PSDB despiu-se inteiramente da máscara de democrata e abandonou definitivamente a pose de um partido centrista e equilibrado

Brasil 247, 28/12/2021, 10:19 h Atualizado em 28/12/2021, 10:23
Alckmin com Lula e João Doria (Foto: Ricardo Stuckert | GovSP)

Amargando os últimos lugares nas pesquisas eleitorais e índices sofríveis de aprovação do seu governo em São Paulo, o PSDB abandonou definitivamente a postura de partido centrista, democrático e equilibrado no jogo político.

Os tucanos e seu candidato a presidente, o governador de São Paulo João Doria, perderam totalmente a compostura diante do avanço dos entendimentos para a cosolidação da aliança entre Lula e Alckmin.

O PSDB optou pela linguagem própria de bolsonaristas. Chamando o governador Geraldo Alckmin de "traidor" que assumiu sua "face oportunista", o PSDB acusa-o de "corroborar com o crime" ao se associar a Lula.

João Doria diz que combaterá tanto Lula como Alckmin e anuncia que será "duro no enfrentamento" durante a campanha eleitoral.

A informação é do Radar da Veja.

Alvarez & Marsal terá que revelar tudo que pagou ao ex-juiz suspeito Sergio Moro

Decisão foi tomada pelo TCU e obriga a empresa a abrir todos seus contratos sobre quanto lucrou com a quebra das construtoras brasileiras e depois pagou a Moro

Brasil 247, 28/12/2021, 04:33 h Atualizado em 28/12/2021, 05:20
Sergio Moro lança livro contra corrupção em Curitiba (Foto: Foto: Reprodução/Twitter @sergiomoro)

O Tribunal de Contas da União quer saber como a empresa estadunidense Alvarez & Marsal lucrou com a Lava Jato, na quebra das construtoras brasileiras, e como remunerou o ex-juiz Sergio Moro, declarado suspeito e parcial pelo Supremo Tribunal Federal. A decisão foi tomada pelo ministro Bruno Dantas, acatando a um pedido do procurador Lucas Furtado. Com isso, será possível saber se e como o ex-juiz suspeito se tornou multimilionário (apoie aqui o documentário de Joaquim de Carvalho), num período em que o Brasil se tornava mais pobre. De acordo com o Dieese, as ações tomadas por Moro destruíram nada menos do que 4,4 milhões de empregos no Brasil, mas os processos de recuperação judicial de empresas como Odebrecht e OAS foram assumidos pela Alvarez & Marsal, que depois o contratou, num modelo conhecido como "porta giratória" nos Estados Unidos. Isso significa que agentes públicos são pagos por empresas que favoreceram, depois que deixam suas funções.

"O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), determinou que a empresa Alvarez & Marsal revele quanto pagou ao ex-juiz Sergio Moro depois que ele deixou a empresa, em outubro, para se lançar na política. Dantas acolheu um pedido feito pelo Ministério Público junto ao TCU no começo do mês. E determinou também o levantamento, no Judiciário, de todos os processos de recuperação judicial em que a Alvarez & Marsal atuou no período da Lava Jato", informa a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna desta terça-feira, na Folha de S. Paulo.

"O ministro solicitou os contratos da Alvarez & Marsal em ordem cronológica, para saber a evolução dos negócios da companhia no Brasil desde a Lava Jato. Ao justificar o pedido de investigação, o subprocurador-geral Lucas Furtado afirmou ser necessário apurar os prejuízos ocasionados aos cofres públicos por 'operações supostamente ilegais' de integrantes da Lava Jato e de Moro 'mediante práticas ilegítimas de revolving door', ou 'porta giratória' –quando servidores públicos assumem postos como lobistas ou consultores na área de sua atividade anterior no serviço público", esclarece ainda a colunista.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Eleitores pobres e das periferias abandonam Bolsonaro e voltam ao PT

Pesquisa Ipec apontou que 22% dos eleitores mais pobres ou residentes nas periferias que votaram em Jair Bolsonaro em 2018 devem migrar para Lula em 2022

Brasil 247, 22/12/2021, 05:55 h Atualizado em 22/12/2021, 08:15
(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS/Ueslei Marcelino)

Um cruzamento de dados da pesquisa Ipec divulgada na semana passada aponta que os eleitores mais pobres, com renda familiar mensal de até um salário mínimo, e os que moram nas periferias de grandes centros urbanos tendem a migrar o voto de Jair Bolsonaro (PL) para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito presidencial de 2022. Segundo o Ipec, 55% dos eleitores dizem que não irão repetir o voto em Jair Bolsonaro, inclusive votando em branco ou nulo. Outros 45% dizem que devem repetir o voto no atual ocupante do Palácio do Planalto. Entre os eleitores de Bolsonaro, 22% dizem que votariam em Lula, caso a eleição fosse realizada hoje.

De acordo com o jornal O Globo, o levantamento destaca que “o percentual que migra para Lula sobe para 32% entre os mais pobres, considerando os eleitores que já declaram agora intenção de votar em algum candidato, em branco ou nulo”. Entre os eleitores das periferias, 37% dos que votaram em Bolsonaro em 2018 apontam que deverão votar em Lula em 2022.

“Em 2018, o PT perdeu votação expressiva nas periferias de grandes cidades, em um contexto de problemas econômicos do governo Dilma, casos de corrupção e alta do antipetismo. Depois de três anos de governo Bolsonaro, parece haver uma avaliação de que a situação atual é pior, especialmente em termos de renda e desemprego”, observou o cientista político Oswaldo Amaral, diretor do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop), da Unicamp.

Chefe de gabinete de Bolsonaro compra terreno de R$ 2 milhões no Lago Sul

Célio Faria Júnior disse que, com os trabalhos feitos no governo Bolsonaro, suas responsabilidades aumentaram, assim como seus ganhos

Brasil 247, 22/12/2021, 09:40 h Atualizado em 22/12/2021, 10:14
Jair Bolsonaro e Célio Faria Júnior (Foto: Reprodução)

Impressiona o aumento patrimonial de Célio Faria Júnior, chefe do gabinete pessoal de Jair Bolsonaro. Junto com sua mulher, a economista Vanessa Lima, eles obtiveram três postos como conselheiros em empresas públicas, o que permite receber valores acima do teto do funcionalismo, fixado em R$ 39 mil mensais. Hoje, a renda mensal dos dois chega a R$ 76 mil.

Até o início do governo, o casal recebia R$ 40 mil mensais. Em março deste ano, o casal adquiriu um terreno no Lago Sul em Brasília no valor de R$ 2,15 milhões.

Faria Júnior disse ao UOL que, com os trabalhos feitos no governo Bolsonaro, suas responsabilidades aumentaram, assim como seus ganhos. "Depois que eu entrei no governo, eu assumi um cargo mais alto, um cargo de natureza especial", disse.

"Sou chefe de gabinete e recebi um [cargo num] conselho de uma empresa que paga um salário um pouco melhor, com mais responsabilidades", disse.

IstoÉ escolhe Alexandre de Moraes como brasileiro do ano e revolta bolsonaristas

Segundo a ISTOÉ, Moraes “se destacou este ano por sua incansável defesa da democracia” pois levou adiante ofensiva contra bolsonaristas

Brasil 247, 22/12/2021, 14:54 h Atualizado em 22/12/2021, 16:16
(Foto: Reprodução)

A revista ISTOÉ elegeu o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como Brasileiro do Ano de 2021. “Destemido, corajoso e resoluto, ele é um dos principais ministros do Supremo Tribunal Federal na luta pelo Estado de Direito”, argumenta a revista. O prêmio foi escolhido pelos editores do órgão de imprensa.

Segundo a ISTOÉ, Moraes “se destacou este ano por sua incansável defesa da democracia” pois levou adiante ofensiva contra os setores da extrema direita bolsonarista considerados antidemocráticos. “Houve condutas atentatórias, mas as instituições souberam evitar a ação dos radicais”, afirmou à revista.

A nomeação revoltou os bolsonaristas, que levaram o nome do ministro do STF e da revista aos assuntos mais comentados do Twitter.

Receita Federal tem debandada em 9 Estados após corte no Orçamento. Centenas de profissionais entregam cargos

De acordo com o Sindifisco, trata-se de um movimento nacional que atinge 90% dos 100 chefes de unidades da Receita Federal

Brasil 247, 22/12/2021, 16:16 h Atualizado em 22/12/2021, 20:25
        (Foto: Reprodução)

Quarenta e seis auditores e analistas da Receita Federal entregaram seus cargos nesta quarta-feira, 22. Eles atuam em cargos de delegados e chefes do órgão tributário no estado de São Paulo. Também onze auditores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo entregaram os cargos e, no Acre, outros dez outros 10 servidores fizeram o mesmo, informa o G1.

A estimativa, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), é a de que mais de 300 servidores de todo o país já entregaram seus cargos. De acordo com a entidade, trata-se de um movimento nacional. O presidente do Sindifisco, Kleber Cabral, disse nesta quarta-feira, 22, em entrevista ao Uol, que 90% dos 100 chefes de unidades da Receita do país entregaram seus cargos e que há risco de greve do órgão.
O motivo

Os servidores protestam contra o corte orçamentário para os sistemas do órgão e contra a falta de regulamentação de uma lei vigente que prevê bônus por produtividade para a categoria.

Em carta, delegados dizem que a Receita teve seu orçamento reduzido em 51,4% e denunciam que os cortes afetam principalmente a administração das unidades e a gestão de soluções informatizadas. Há risco de não haver recurso para pagamento de contas de água e energia elétrica, denunciam.

O corte no orçamento do órgão para 2022, informam os servidores, é equivalente ao valor (R$ 1,7 bilhão) que foi destinado ao pagamento do aumento salarial dos integrantes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A aprovação do reajuste para os policiais é uma derrota para o ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, e abriu crise entre setores do funcionalismo da Receita Federal.

"Observa-se que o valor corte orçamentário proposto é proporcional ao valor destinado para a reestruturação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e do Ministério da Justiça. Com isto temos que os valores que serão cortados da Receita Federal do Brasil serão utilizados para satisfazer os reajustes acordados com as carreiras retro citadas, numa demonstração de absoluto desrespeito à administração tributária", diz a carta.

Os servidores também denunciam que o governo descumpriu um acordo de pagamento de um bônus de eficiência, no valor de R$ 450 milhões, após a reestruturação da carreira.

De acordo com o G1, “entre os que deixaram os cargos em São Paulo estão chefes de alfândega, que atuam na liberação de mercadorias no Porto de Santos e nos aeroportos. No Acre, estão incluídos no grupo os chefes das unidades da delegacia de Rio Branco, inspetorias de Epitaciolândia, Assis Brasil e Cruzeiro do Sul”.

Somaram-se aos protestos, servidores do Banco Central, que manifestaram sua insatisfação por terem sido “deixados de lado nas negociações com vistas a um reajuste remuneratório no próximo ano” em carta enviada ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

“Causou-nos profunda estranheza e indignação as tratativas para reajustes salariais para determinadas categorias do serviço público, alijando outras, gerando evidente assimetria de tratamento, e deixando de fora os servidores desta Casa”, cita o texto. Eles também destacam que é "importante trazer ao conhecimento da Diretoria que os servidores em geral manifestam clara e fortemente que seria um golpe muito duro, uma grande decepção, serem deixados de fora desse movimento de recomposição salarial”.
Orçamento

O Orçamento de 2022 desidratou os gastos sociais. O gasto do governo Jair Bolsonaro com transferência de renda será menor em 2022 em relação a 2021, mesmo com o Auxílio Brasil. São R$ 7 bilhões a menos e 22 milhões de famílias que ficarão sem o benefício.

O patamar de investimentos em obras será o menor da história em 2022: R$ 44 bilhões para infraestrutura, escolas, postos de saúde, defesa e em todas as áreas que dependem de recursos da União.

Serão R$ 504 milhões destinados à Defesa Civil, o menor patamar dos últimos anos. A área é responsável pela preparação do país para enfrentar eventos climáticos extremos, como enchentes.

O Orçamento garante aumento salarial apenas para os policiais. Partidos terão o maior volume de recursos para financiar campanhas da história: R$ 4,9 bilhões. Além disso, em 2022, serão mais R$ 16,5 bilhões repassados por meio das emendas de relator.

Petroleiros entram em estado de greve nacional em protesto contra a privatização da Petrobrás

Deliberação foi aprovada por ampla maioria da categoria, nas assembleias que foram realizadas em todo Brasil pelos Sindipetros filiados à FUP

Brasil 247, 22/12/2021, 17:54 h Atualizado em 22/12/2021, 18:15
                  (Foto: FUP)

FUP – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados vão encerrar o ano de 2021 em estado de greve nacional, num protesto contra as ameaças que o Governo Federal vem fazendo sobre um possível plano de privatização da Petrobrás. A deliberação foi aprovada pela ampla maioria da categoria petroleira, nas assembleias realizadas até essa quarta-feira (22), em todo o Brasil.

“Isso significa que, caso o presidente Jair Bolsonaro tenha a audácia de apresentar no Congresso Nacional o projeto de lei que prevê a venda da estatal, a realização de uma das mais fortes greves da história do setor já está sinalizada pelo setor”, garante o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, que prevê um movimento bem parecido com as duas maiores greves dos trabalhadores, em 1995 e 2020.

Bacelar garante que a FUP e seus sindicatos jamais vão aceitar calados o projeto de privatização. “A Petrobrás está sendo esquartejada e, enquanto isso, o povo ainda paga preços exorbitantes pelos combustíveis”, afirma Bacelar.

O dirigente lembra que, no último dia 30, a Petrobrás concluiu a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão, “valor cerca de 50% inferior em comparação com os cálculos estimados pelo estudo do pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep)”. Também em 2021 foram assinados os contratos para venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná. “Vamos responder à altura e faremos de tudo para proteger os ativos que ainda pertencem à estatal”, comenta o coordenador da FUP.

De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de março de 2015 até novembro de 2021, a Petrobrás se desfez de 78 ativos, sendo 70 no Brasil e oito no exterior. Desse montante, 76% foram vendidos durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, com o total de R$ 152 bilhões. Alguns desses ativos tiveram o processo de venda iniciado no governo anterior (Michel Temer). “Ainda assim, essas vendas refletem a disposição do atual governo de destruir a Petrobrás, patrimônio dos brasileiros, a preço de banana”, lamenta Bacelar. Nos governos dos ex-presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff, foram comprados da estatal, respectivamente, 15 ativos, por R$ 100 bilhões, e quatro, por R$ 9 bilhões.
ativos-petrobras

domingo, 26 de setembro de 2021

‘Bolsonaro efetivamente tentou um golpe no 7 de setembro e vai tentar de novo em 2022’, diz Fernando Horta

“Jair Bolsonaro não vai parar. Ele tentou no 7 de setembro e agora ele tem mais um 7 de setembro para tentar”, afirmou o historiador à TV 247

Brasil 24&, 26/09/2021, 10:25 h Atualizado em 26/09/2021, 10:46
Jair Bolsonaro e Fernando Horta (Foto: Isac Nóbrega/PR | Reprodução)

O historiador Fernando Horta, em entrevista à TV 247, afirmou que Jair Bolsonaro tentou efetivamente dar um golpe de Estado no Brasil na véspera do feriado de 7 de setembro.

“No 6 de setembro Jair Bolsonaro tentou dar um golpe. Nós estivemos na berlinda para que o sistema brasileiro, as instituições brasileiras fossem efetivamente destruídas. Eu fico muito preocupado com jornalistas, analistas que não enxergam isso porque isso é a verdade batendo na cara das pessoas”, afirmou.

Segundo Horta, Bolsonaro não vê como retroceder em sua ascensão ditatorial. "Jair Bolsonaro tenta a todo momento romper com as poucas amarras que as instituições conseguiram lhe colocar. Na medida em que ele domina o procurador-geral da República [Augusto Aras], na medida em que ele tem na manga, por conta de algum acordo, o presidente da Câmara [dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), institucionalmente ele imaginou que estava seguro: ‘não tenho como voltar, não tem como me tirar daqui. Então o único caminho é avançar’. E ele fica o tempo todo tentando, tentando assumir poderes ditatoriais cada vez maiores”.

Ele ainda afirmou que é uma ilusão acreditar que o chefe do governo federal pode ser contido. Para Horta, ele fará uma nova tentativa de golpe em 2022. “Bolsonaro não vai parar. Ele tentou no 7 de setembro e agora ele tem mais um 7 de setembro para tentar. E o próximo 7 de setembro vai ser no meio do processo eleitoral, vai estar pegando fogo, os ânimos vão estar muito acirrados. Estamos brincando com fogo, as instituições brasileiras estão brincando com fogo”.

Bolsonaro já perdeu a eleição", diz Marcos Coimbra, presidente do Vox Populi

Segundo o sociólogo e presidente de empresa especializada em pesquisas de opinião, é "zero" a chance de Bolsonaro vencer o próximo pleito presidencial, e é isso que faz os bolsonaristas tentarem tumultuar o ambiente democrático

Brasil 247, 26/09/2021, 10:40 h Atualizado em 26/09/2021, 11:09
Marcos Coimbra e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Reuters)

O sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi, empresa especializada em pesquisas de opinião, Marcos Coimbra, disse à TV 247 que é "zero" a chance de Jair Bolsonaro vencer a eleição presidencial em 2022.

Para ele, "por tudo que a gente conhece de eleição, de comportamento político-eleitoral do povo brasileiro e de pesquisas feitas no mundo inteiro, o senhor Jair Bolsonaro vai perder a eleição do ano que vem".

Coimbra ainda brincou ao dizer que as chances de Jair Bolsonaro ter sucesso na próxima eleição são as mesmas de seres extraterrestres chegarem à Terra com "a chave da 'vida eterna'". "Existe alguma chance? Sei lá. Desce um ET, entrega para ele a chave da 'vida eterna', da solução dos problemas do mundo, da saúde plena para todo mundo. A chance disso acontecer é zero".

O fato de Bolsonaro já ter selado seu destino com o fracasso, segundo o especialista, é que faz com que os bolsonaristas mais radicais queiram tumultuar o ambiente democrático. "Bolsonaro já perdeu a eleição, e é isso que está fazendo com que uma turma que não aceita a democracia, não aceita que o povo prefira outro tipo de político, com outro tipo de proposta, com outro tipo de política econômica, de saúde, ambiental, educacional... Essas pessoas não aceitam que o povo se pronuncie. Bolsonaro perdeu a eleição".

Bolsonaro perdeu 35% dos que votaram nele em 2018 e 23% já declaram voto em Lula

Percentual de arrependidos é crescente e revela que muitos dos que foram manipulados nas eleições de 2018 regressaram a Lula

Brasil 247, 26/09/2021, 05:05 h Atualizado em 26/09/2021, 05:05
Família Bolsonaro e Lula (Foto: Reprodução/Instagram | Reprodução/Facebook)

O detalhamento da pesquisa Datafolha revela um número crescente de arrependidos entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro em 2018. "Em geral, se comparado com a média da população, o eleitor de Bolsonaro tem melhor avaliação do governo e responsabiliza menos o presidente por mazelas como desemprego, inflação e crise de energia. Mas uma parte se descolou do bolsonarismo e não repetiria seu voto, chegando a avaliar o governo como péssimo, a defender impeachment e a declarar escolha por Lula", aponta reportagem da Folha deste domingo.

"O Datafolha mostra que 24% dos que elegeram Bolsonaro querem que o Congresso analise seu impeachment. Outros 73% não querem isso. Na população, a proporção é de 56% favoráveis e 41% contrários. As três questões mostram que cerca de um quarto do eleitorado de Bolsonaro agora está em terreno de oposição a ele. É próximo do montante de eleitores do presidente que declara voto em Lula, num segundo turno contra Bolsonaro — 23%. A maioria repete o voto (65%), e 12% declararam voto em nenhum, nulo ou branco", prossegue a reportagem. Ou seja: ele perdeu 35% do eleitorado.

No primeiro turno, no principal cenário avaliado pelo Datafolha, a população declara voto em Lula (44%); Bolsonaro (26%); Ciro Gomes (PDT, 9%), João Doria (PSDB, 4%), Luiz Henrique Mandetta (DEM, 3%) e branco, nulo ou nenhum (11%).

Há “prova abundante” para o impeachment de Jair Bolsonaro, diz juíza que atuou no Tribunal Internacional

Bolsonaro deve sofrer impeachment por crimes de responsabilidade e contra a humanidade, opina a juíza Sylvia Steiner, que já atuou no Tribunal Internacional de Haia, que é um dos destinos do relatório final da CPI da Covid

Brasil 247, 26/09/2021, 06:24 h Atualizado em 26/09/2021, 07:07
(Foto: Divulgação/Vem Pra Rua Brasil)

O relatório final da CPI da Covid deverá ser encaminhado ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda.

Única juíza brasileira que já atuou na corte (2003-2016), Sylvia Steiner acredita que há “prova abundante” para uma condenação internacional de Jair Bolsonaro e para abertura de impeachment.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, a juíza diz que os crimes de Jair Bolsonaro na gestão da pandemia são graves. Para ela, as provas de que o ocupante do Palácio do Planalto cometeu crime de responsabilidade são "robustas". Ela se refere ao "crime de causar epidemia, em que há provas, inclusivec ientíficas pela comparação com outros países de que se tivessem sido tomadas as medidas adequadas no momento certo nós não estaríamos chegando neste número espantoso de 600 mil mortes"

A juíza Sylvia Steiner enfatiza que houve também "desrespeito às medidas sanitárias" e isto está muito bem demonstrado. "A prova é abundante, até porque as pessoas do governo nunca tiveram muito cuidado em não se expor".

A documentação da CPI da Covid, de 10 mil páginas, recebida por juristas, demonstra que houve realmente “um projeto, uma política propositada de gerar aquilo que vulgarmente se chama de imunidade de rebanho". De acordo com a juíza, "sendo uma política, é um elemento de contexto de crime contra a humanidade".

"A grande diferença é que, depois dessa análise, percebe-se que não era simplesmente ignorância, incompetência e falta de conhecimento. Foi a implementação de uma política de que uma suposta infecção da população geraria um resultado positivo. Isso é uma política, um ataque. Não se usa uma população como cobaia de um teste; isso, em tese, é um crime contra a humanidade".

Sylvia Steiner também se mostra convencida de que Jair Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade, pela violação de garantias individuais. Quanto ao processamento do relatório da CPI da Covid, ela acredita que "vai ser encaminhado para o Ministério Público e à Presidência da Câmara". E manifesta concordância com a opinião do professor Miguel Reale Jr. de que é necessário modificar urgentemente a legislação que deixa a decisão de tramitar ou não o processo de impeachment exclusivamente na mão do presidente da Câmara. Essa opinião foi defendida também pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros.

Governo Bolsonaro deixa 2,3 milhões fora do Bolsa Família; 844 mil no Nordeste

"Não se trata de um número: são milhões de pessoas passando fome", diz Wellington Dias, governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste.

Brasil 247, 26/09/2021, 14:29 h Atualizado em 26/09/2021, 14:41
(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Revista Fórum - Em meio a promessas de elevar para R$ 300 o valor do seu “Auxílio Brasil”, Jair Bolsonaro (Sem partido) ignora o pedido de 2,3 milhões que estão no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal pedindo para entrar no Bolsa Família.

Segundo reportagem na coluna Painel, na Folha de S.Paulo deste domingo (27), 844.372 dos pedidos para ingressar no benefício são do Nordeste, 834.564 do Sudeste, 247.885 do Norte, 205.941 do Sul e 138.503 do Centro-Oeste.

“Veja que só no Nordeste são 844.372 famílias, não se trata de um número: são milhões de pessoas passando fome. Estamos falando de 2.271.265 famílias no Brasil nesta situação de encaminhar o pedido, o direito e não serem atendidas. É o país sonegando o pão de cada dia para mães e suas famílias”, disse Wellington Dias (PT), governador do Piauía e presidente do Consórcio Nordeste.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

URGENTE: Doria afasta coronel que fez ataques a ele, ao Supremo e defendeu golpe

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastou nesta segunda-feira (23) o chefe do Comando de Policiamento do Interior-7, coronel Aleksander Lacerda, responsável por ataques a ele, ao STF e também por manifestar posição favorável a um golpe no país

Brasil 247, 23/08/2021, 08:18 h Atualizado em 23/08/2021, 08:49
Governador de São Paulo, João Doria, e o coronel Aleksander Lacerda (Foto: Governo do Estado de São Paulo | Divulgação)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastou nesta segunda-feira (23) o chefe do Comando de Policiamento do Interior-7, coronel Aleksander Lacerda, por indisciplina. A informação foi publicada pela coluna de Lauro Jardim. O comandante fez convocações para atos bolsonaristas marcados para o dia 7 de setembro. Além disso, o coronel atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) ao afirmar que sente "nojo" da instituição. Disse que Doria seria uma "cepa indiana".

Lacerda acusou o deputado Rodrigo Maia, recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas do Estado, como beneficiário de um esquema "mafioso".

O coronel também fez manifestações favoráveis a um golpe: "liberdade não se ganha, se toma".

Leia a reportagem do 247 sobre a insubordinação do coronel:

247 - Chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7), o coronel Aleksander Lacerda está convocando seus "amigos" para o ato de apoiadores de Jair Bolsonaro marcado para o dia 7 de setembro em Brasília (DF). O militar atacou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), ao chamar o parlamentar de "covarde". Também disse que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é uma "cepa indiana" e o deputado Rodrigo Maia, recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas do Estado, foi qualificado como beneficiário de um esquema "mafioso". As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O coronel tem sob suas ordens 7 batalhões da PM paulista. É uma tropa de cerca de 5 mil homens em 78 cidades da região de Sorocaba, sede do CPI-7 As manifestações do coronel refletiram a contaminação do bolsonarismo na PM paulista. O temor é que Bolsonaro use as PMs para tentar uma ruptura institucional. Doria e o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), anunciaram no sábado (21) um encontro para esta segunda-feira (23) entre 24 governadores para discutir a defesa das instituições democráticas.

O coronel Lacerda fez suas manifestações no Facebook. Em 16 de agosto, postou "liberdade não se ganha, se toma. Dia 7/9 eu vou".

No dia 20, o coronel publicou mensagem dizendo que "nenhum liberal de talco no bumbum" consegue "derrubar a hegemonia esquerdista no Brasil". "Precisamos de um tanque, não de um carrinho de sorvete".

Sobre o dia 7 de Setembro, compartilhou a mensagem: "caldo vai esquentar".

sábado, 14 de agosto de 2021

Mourão tem encontro secreto com Barroso e diz que Forças Armadas não apoiam golpe bolsonarista

Mourão buscou tranquilizar Barroso diante das ameças golpistas de Jair Bolsonaro. Ele garantiu que a chance de as Forças Armadas apoiarem um golpe é “zero”

Brasil 247, 14/08/2021, 07:06 h Atualizado em 14/08/2021, 07:06
Hamilton Mourão (Foto: ABr)

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, tiveram um encontro fora da agenda oficial na última terça-feira, dia do desfile militar de Jair Bolsonaro, que terminou em fiasco.

Temendo o risco de ruptura institucional, Barroso foi duro contra a investida golpista de Bolsonaro. Ele questionou Mourão sobre a possibilidade de as Forças Armadas embarcarem em uma aventura golpista do chefe de governo.

Mourão buscou tranquilizar o ministro. Ele garantiu mais de uma vez que as Forças Armadas não apoiariam um golpe e que ninguém impediria a realização das eleições de 2022. Afirmou que a chance disso ocorrer era “zero”, pois as Forças Armadas se pautam pela legalidade.

Barroso se mostrou aliviado. (Com informações do Estadão).

Bolsonaro realiza maior ampliação da Abin na história e expande espionagem

Em decreto, Jair Bolsonaro aumentou para 48 o número de órgãos públicos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN)

Brasil 247, 13/08/2021, 20:38 h Atualizado em 13/08/2021, 21:16
Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Correa/PR | Reprodução)

Jair Bolsonaro está realizando a maior expansão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) desde sua criação, em 1999 durante o governo FHC, segundo reportagem da Veja. O chefe do Executivo, através do decreto nº 10.759/2021, aumentou para 48 o número de órgãos públicos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN).

O sistema serve para integrar as medidas e o planejamento das atividades de espionagem do Brasil. Quando Bolsonaro chegou ao governo, eram 39 que integravam o SISBIN, que, além de órgãos federais, também conta com a ajuda de “entidades ou órgãos parceiros” (não divulgados).

Estes órgãos estão obrigados a repassar informações, sigilosas ou não, “sempre que solicitados” pelo presidente da República.

Esta medida serve para fortalecer o Centro Nacional de Inteligência, criado no ano passado na estrutura da Abin para servir na ampliação das investigações domésticas nos casos arbitrados como suspeitos de ameaça “à segurança e à estabilidade do Estado e da sociedade”.

Auditor acusa governo Bolsonaro de alterar documento sobre suposta supernotificação de mortes por Covid

Em junho, Bolsonaro disse a apoiadores que um suposto relatório do TCU mostrava que metade das mortes por Covid-19 que ocorreram em 2020 tiveram, na verdade, outras causas. O TCU desmentiu o chefe do governo e disse que o documento era uma análise pessoal do servidor Alexandre Marques

Brasil 247, 13/08/2021, 18:46 h Atualizado em 13/08/2021, 19:11
Alexandre Marques (Foto: Reprodução | ABr)

Auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Marques acusou o governo federal, em depoimento, de ter alterado documento citado por Jair Bolsonaro sobre supernotificação de casos de Covid-19.

Marques é investigado por ter sido o autor do material e classificou como "irresponsabilidade" a divulgação do documento por Bolsonaro. "Quando eu vi o pronunciamento do presidente Bolsonaro, eu fiquei totalmente indignado, porque achei totalmente irresponsabilidade o mandatário da nação sair falando que o tribunal tinha um relatório publicado, que mais da metade das mortes por Covid não era por Covid. Eu achei bem, uma afronta a tudo que a gente sabe que acontece, a todas as informações públicas, à ciência, etc". O auditor está no radar da CPI da Covid e deve ser convocado para depoimento.

No início de junho, Bolsonaro disse a apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada que um suposto relatório do TCU apontava que 50% das mortes por Covid-19 em 2020 tinha sido provocadas, na verdade, por outras causas.

No mesmo dia, 7 de junho, o tribunal divulgou nota esclarecendo que não tem informações para sustentar a afirmação de Bolsonaro. O TCU ainda disse, à época, não ser o autor do documento.

Em 8 de junho, o tribunal comunicou que o documento citado se tratava de uma análise pessoal feita pelo servidor Alexandre Marques.

Bolsonaro então admitiu o erro de vincular o documento ao TCU, mas seguiu sustentando, sem provas, que houve supernotificação de óbitos causados pelo coronavírus.

Marques disse acreditar que o documento tenha sido alterado pela Presidência da República. "[O documento] não tinha nenhuma alusão ou identidade visual do Tribunal de Contas da União (TCU). Nesse arquivo em pdf que viralizou, não tinha nenhuma identidade visual, data, assinatura, nada. Era somente um só arrazoado".

Jefferson cruzou limites da liberdade e sua prisão foi necessária para manter democracia, diz Pedro Serrano

Segundo o jurista Pedro Serrano, “quando alguém prega violência política de forma sistemática, tem que ser afastado da vida social”. “Muito pior do que atacar o direito individual de uma pessoa, é atacar a democracia”, justificou. 

Brasil 247, 13/08/2021, 20:04 h Atualizado em 13/08/2021, 20:05
(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reprodução/Conexão Política)

O jurista Pedro Serrano, em entrevista à TV 247, comentou a prisão do ex-deputado e atual presidente do PTB, Roberto Jefferson, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Aliado de Jair Bolsonaro, Jefferson foi preso na sexta-feira, 13, no âmbito do inquérito das “milícias digitais”.

Segundo Serrano, a decisão contra o político bolsonarista é favorável, pois “quando alguém prega violência política de forma sistemática, tem que ser afastado da vida social, porque senão esta violência política vai ocorrer”.

“É uma das piores violências que tem, que não só mata algumas pessoas, como liquida com a liberdade de um país e acaba gerando mortes, sacrifício para milhares de pessoas”, justificou.

Ainda, o jurista destacou que “quando se permite este tipo de conduta, o que se está fazendo é atacando todos os direitos. Muito pior do que atacar o direito individual de uma pessoa, é atacar a democracia”.

“Eu fui crítico a todas as prisões ocorridas até agora. Neste caso, não. Cruzou o rubicão, tem que ser duro, porque senão nós vamos ter que enfrentar um golpe militar”, destacou.

Decisão de Moraes

Em decisão, Moraes acusa Jefferson de ter vinculação em “organização criminosa de forte atuação digital [...] com objetivo de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito” (ver abaixo) por manifestações nas redes sociais e declarações em entrevistas, em que o presidente do PTB teve como objetivo o seguinte:
“Atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização e de ódio; e gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos poderes da República”.

Apologia ao nazismo cresce no Brasil desde 2019

Um dos responsáveis por esse fenômeno é o próprio governo Bolsonaro, que recorre a métodos nazistas

Brasil 247, 14/08/2021, 05:53 h Atualizado em 14/08/2021, 06:25
(Foto: Reprodução | Reuters | Aroeira)

Por Ricardo Westin, da Agência Senado – Em junho, um adolescente de 17 anos foi expulso de um shopping center de Caruaru (PE) após ser flagrado ostentando uma suástica (a cruz gamada do nazismo) no braço. No dia seguinte, o secretário de Turismo de Maceió, Ricardo Santa Ritta, foi às redes sociais e expressou surpresa com o tratamento dado ao jovem: “Pensava que a liberdade de expressão existisse”. A prefeitura rapidamente demitiu o secretário municipal.

O shopping de Caruaru e a prefeitura de Maceió não agiram de forma arbitrária. A lei federal antirracismo (Lei 7.716, de 1989) afirma que é crime “veicular símbolos” do nazismo “para fins de divulgação”. Em caso de condenação, a pena é de multa e prisão de dois a cinco anos.

O mesmo artigo enquadra como criminosas as pessoas que produzem, vendem ou distribuem material que contenha símbolos nazistas e também as que utilizam publicações e meios de comunicação para disseminar as ideias do nazismo. Diversos países têm leis semelhantes.

O advogado Luiz Kignel, que é presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, compara:

— Quando um indivíduo decide sair em público vestindo a camiseta de um time de futebol, ele está deixando claro, sem precisar dizer uma só palavra, que admira aquele time, que o respeita, que o apoia, que concorda com ele. A mesma coisa acontece quando um indivíduo ostenta algum símbolo nazista. Um ato desses não é inocente. Os símbolos do nazismo trazem consigo as ideias de intolerância, ódio, racismo e extermínio do outro, que não podem ser admitidas.

Grosso modo, o nazismo prega a destruição de todos os povos e indivíduos que possam contaminar a presumida pureza da raça ariana. Essa ideologia foi posta em prática por Adolf Hitler nas décadas de 1930 e 1940, como política de Estado, na Alemanha e nos países invadidos pelo ditador.

Entre as vítimas dos nazistas, estiveram judeus, negros, gays, pessoas com deficiência física ou mental, ciganos, comunistas e testemunhas de Jeová.

Apenas entre 1941 e 1945, 6 milhões de judeus foram executados nos campos de extermínio nazistas. Para efeitos de comparação, esse é quase o mesmo número de habitantes da cidade do Rio de Janeiro hoje. O genocídio do povo judeu ficou conhecido como Holocausto e é reconhecido como um dos episódios mais traumáticos da história da humanidade.

A lei brasileira de 1989 que elenca os crimes de racismo se baseia no artigo da Constituição que os descreve como inafiançáveis e imprescritíveis. Originalmente, contudo, a lei se concentrava no racismo sofrido pela população negra e não tocava de forma explícita no nazismo e na sua ideologia racista.

A primeira referência à apologia do nazismo foi incluída nessa lei apenas em 1994, por meio de um projeto do deputado Alberto Goldman (PSDB-SP). A segunda referência, em 1997, com uma proposta do então deputado e hoje senador Paulo Paim (PT-RS).

Quem na época achou exagerados os acréscimos à lei e argumentou que os preceitos extremistas de Hitler jamais encontrariam solo fértil no Brasil, tão pacífico e distante da Europa, acabaria sendo surpreendido pela realidade.

Células neonazistas

A ONG Safernet, que defende os direitos humanos na internet, identificou um recente aumento no número de sites com conteúdo nazista. Em junho de 2020, conseguiu a remoção de 7,8 mil páginas com essa temática. Em junho de 2019, havia conseguido derrubar 1,5 mil. A ONG recebe denúncias e as encaminha para o Ministério Público.

Estudos acadêmicos apontam um crescimento no número de células neonazistas (grupos organizados de pelo menos três pessoas) no Brasil. Atualmente existem em torno de 530, espalhadas por todas as regiões do país, de acordo com a antropóloga Adriana Dias, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

As denúncias apuradas pela Polícia Federal também explodiram. Até pouco tempo atrás, eram poucos os inquéritos, entre 4 e 20 a cada ano. A virada se deu em 2019, quando foram abertas 69 investigações de apologia do nazismo. A situação piorou em 2020, quando os policiais federais investigaram 110 casos — um novo inquérito a cada três dias, em média.

Levando em conta as 36 ocorrências investigadas pela PF nos cinco primeiros meses de 2021, é possível esperar que este ano mantenha a tendência de alta dos dois anteriores. Na semana passada, a Polícia Federal prendeu em São José do Rio Preto (SP) um jovem de 21 anos que fazia na internet publicações discriminatórias contra judeus, católicos, nordestinos, negros e gays. Na casa dele, foram apreendidos desenhos e fotos de Hitler.

Em julho, uma juíza do Rio de Janeiro ordenou a apreensão de um quadro com símbolos nazistas que seria posto à venda num leilão on-line.

Silêncio da PF

A Agência Senado perguntou à Polícia Federal a razão da explosão de inquéritos a partir de 2019, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

A Safernet apresenta uma explicação: “É inegável que as reiteradas manifestações de ódio contra minorias por membros do governo Bolsonaro têm empoderado as células neonazistas no Brasil”.

Luiz Kignel, da Federação Israelita do Brasil, afirma:

— Pessoas que até há algum tempo estavam escondidas e caladas agora começam a achar que têm espaço para cuspir o seu veneno. Isso é muito perigoso.

Os sinais desse ambiente favorável a demonstrações de simpatia por ideologias de extrema-direita apareceram em diferentes momentos ao longo dos dois últimos anos e meio. No mais recente, em julho, o presidente Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto, fora da agenda oficial, a deputada alemã Beatrix von Storch, neta de um ministro de Hitler, com quem se deixou fotografar. A foto foi divulgada nas redes sociais da deputada.

Em março, o assessor presidencial Filipe Martins foi gravado fazendo com os dedos um sinal de ódio utilizado por supremacistas brancos dos Estados Unidos. Ele estava atrás do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que discursava durante uma sessão para ouvir o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a participação do Itamaraty na aquisição de vacinas contra a Covid.

Em seguida, por sugestão do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), o Plenário da Casa aprovou um voto de censura a Martins.

A silenciosa manifestação do assessor palaciano foi precedida, em janeiro de 2020, por um ato espetaculoso do então secretário nacional da Cultura, Roberto Alvim. Ele gravou e divulgou um vídeo em que copiou falas do ministro nazista Joseph Goebbels e utilizou como trilha sonora uma das músicas favoritas de Hitler. Após protestos da sociedade e do meio político, Alvim foi demitido.

No Senado, a aventura extremista de Alvim foi repudiada por vários parlamentares. Na época, o senador Major Olímpio (PSL-SP), que morreu em março deste ano, classificou a declaração do secretário como “propaganda nazista”. Depois de observar que “a inteligência é limitada, a ignorância não”, ele cobrou de Bolsonaro: “Demite já o Alvim!”.

Na visão da advogada Milena Gordon Baker, autora do livro Criminalização da Negação do Holocausto no Direito Penal Brasileiro (Thoth Editora), todos esses indicativos de aumento das ideias nazistas no Brasil deveriam acender um sinal de alerta:

— Os estudos do genocídio mostram que existe uma pirâmide do ódio. Tudo começa de maneira sutil e vai piorando pouco a pouco. Primeiro, na base da pirâmide, constrói-se uma imagem estereotipada de determinado grupo oprimido. Depois começam o preconceito generalizado, a discriminação, o discurso de ódio. Em seguida, vem a supressão de direitos. Mais tarde, surgem os ataques físicos. Por fim, já no topo da pirâmide, assentado sobre todos os estágios anteriores, vem o genocídio. Normalmente passa-se de uma etapa para a outra sem que se perceba. É por isso que não podemos baixar a guarda.

De acordo com ela, o direito constitucional da liberdade de expressão não engloba a apologia das ideias nazistas:

— Os direitos não são absolutos e ilimitados. Um direito ganha limites quando ele atropela outros direitos. A própria Constituição, ao proibir o anonimato, já impõe um limite explícito no direito à liberdade de expressão. A manifestação de um pensamento deixa de ser protegida pela liberdade de expressão quando há abuso e ele incita o ódio e a violência contra determinados grupos.

A decisão judicial mais emblemática contra a divulgação do nazismo Brasil foi dada em 2003, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a condenação do editor gaúcho Siegfried Ellwanger pelo crime de racismo. Ele foi processado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul e sentenciado à prisão por publicar livros antissemitas, entre os quais um de sua autoria intitulado Holocausto Judeu ou Alemão? – Nos bastidores da mentira do século. O STF entendeu que ele não estava protegido pelo direito à liberdade de expressão.

— Não se pode atribuir primazia à liberdade de expressão, no contexto de uma sociedade pluralista, em face de valores outros como os da igualdade e da dignidade humana — argumentou na época o ministro Gilmar Mendes.

As redes sociais não aceitam a publicação de discursos de ódio. Em obediência à legislação brasileira, elas consideram tanto a Lei 7.716, que trata do racismo, quanto o artigo do Código Penal que reconhece a injúria racial como crime. A Confederação Israelita do Brasil elaborou uma cartilha em que ensina os usuários a denunciar postagens de cunho racista às diferentes plataformas, como Facebook, Instagram e TwitterO advogado Rony Vainzof, secretário da Confederação Israelita do Brasil, diz que o poder público precisa investir em campanhas de esclarecimento e as escolas devem ir a fundo no ensino dos episódios históricos do nazismo e do Holocausto:

— O tempo vai passando e o nosso receio é que o mundo vá se esquecendo da gravidade do Holocausto e que, por isso, algo semelhante aconteça. O conhecimento do passado é fundamental para impedir novas atrocidades.

O tema está permanentemente na pauta do Senado. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou dois projetos de lei que buscam coibir a divulgação de ideias nazistas. Um deles (PL 3.054/2020) eleva as penas previstas na lei antirracismo de 1989. A condenação mínima sobe de dois para três anos de prisão. A máxima, de cinco para seis anos.

O outro projeto (PL 1.044/2020) criminaliza a negação do Holocausto. A pena prevista é de multa e prisão de quatro a oito anos. Caso o negacionismo seja difundido por meio de livro, revista, jornal, TV, rádio ou internet, o tempo de encarceramento é duplicado.

Segundo Randolfe, trata-se de “comportamentos criminosos que precisam ser extirpados da nossa cultura”.

O senador Fabiano Contarato redigiu um projeto que proíbe a veiculação de anúncios publicitários em sites que promovem fake news e discursos de ódio (PL 2.922/2020). Como os anunciantes nem sempre têm controle sobre os sites em que a propaganda será publicada, seriam multadas as empresas responsáveis por distribuir os anúncios, como Google, YouTube, Facebook e Instagram.

A proposta de Contarato define como discurso de ódio o “ato de comunicação que incite violência contra pessoa ou grupo em razão de sua raça, gênero, orientação sexual, origem ou quaisquer outras formas de discriminação”.

O senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou um projeto que cria a Instituição Independente de Acompanhamento das Mídias Sociais (PRS 56/2019). A entidade, que funcionaria dentro do Senado, estudaria o comportamento das redes e proporia eventuais regras de modo a conter as fake news sem afetar a liberdade de expressão.

“O órgão proposto deverá ser um instrumento da sociedade brasileira contra o abuso cometido por grupos na promoção de campanhas de desinformação que destroem reputações e disseminam o discurso de ódio”, justifica Humberto.

Resposta do Senado

Assim como o repúdio dos senadores ao vídeo do ex-secretário Roberto Alvim e ao gesto do assessor Filipe Martins, o encontro de Bolsonaro com a deputada alemã também mereceu resposta na Casa. O senador Omar Aziz (PSD-AM) protestou numa sessão da CPI da Pandemia:

— Quando recebe uma deputada nazista, o presidente afronta o Holocausto, o povo judeu, a Constituição brasileira, a nossa democracia e o Exército brasileiro, que lutou contra o nazismo [na Segunda Guerra Mundial]. Quando é para pedir ajuda, o presidente liga para o primeiro-ministro de Israel, mas às escondidas tira foto sorrindo com uma deputada nazista. Não podemos permitir isso. Somos solidários com os judeus e todos aqueles que morreram na Segunda Guerra para salvar o mundo do nazismo.