sábado, 3 de dezembro de 2016

Tirar Venezuela do Mercosul é um equívoco, diz embaixador


O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães afirma que a decisão do Brasil de apoiar o afastamento da Venezuela do Mercosul um equívoco, com graves consequências institucionais.

“Isso é extremamente grave, esta atividade. É agressiva e sem razões. Terá consequências sobre as relações comerciais e institucionais com a Venezuela”, disse Samuel Pinheiro Guimarães, os dos mais antigos articuladores do Mercosul.

JB detona Reinaldo: pau mandado do PSDB


Ex-presidente do STF reagiu nesta sexta-feira 2, pelo Twitter, a críticas feitas por Reinaldo Azevedo depois de sua entrevista à Folha de S. Paulo.

"Já era esperado, não era? Há um ano eu não dava entrevista. Abri a boca e já apareceu o primeiro ataque. Feroz. De quem? De um 'pau mandado' de grupos e partidos políticos chamado Reinaldo Azevedo. Um idiota que não tem consciência da própria irrelevância", detonou o ex-ministro.

Na entrevista, Barbosa definiu como "encenação" o impeachment de Dilma Rousseff. O blogueiro de Veja disse que as respostas de JB "trazem uma das maiores quantidades de bobagens por centímetro quadrado dos últimos tempos".

Odebrecht: campanha em El Salvador foi feita com dinheiro que era para o PT


No acordo de delação premiada assinado nesta semana por 77 executivos da Odebrecht consta a informação de que a empresa pagou R$ 5,3 milhões de caixa dois à campanha de Mauricio Funes, que disputou a Presidência da República de El Salvador.

A ex-primeira dama de El Salvador e militante do PT desde os anos 80, Vanda Pignato teria intermediado o negócio.

Ela negou que tenha atuado na arrecadação de dinheiro para a campanha de Mauricio Funes, em 2008 e disse também que nunca conversou com o ex-presidente Lula sobre doações para Funes.

Ministro da Justia de Temer usou avião da FAB para passar feriado em casa

É o dinheiro do povo saindo pelo ralo

Alexandre de Moraes, ministro da Justiça do governo Temer, utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para passar o feriado de 12 de outubro em sua residência em São Paulo.

Como sabia que só deveria usá-lo a serviço, o ministro agendou compromissos na capital paulista no dia 13, mas viajou no dia 11, na véspera da folga.

Com o ato, o ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo infringe uma lei assinada por Dilma Rousseff em 2013 que proíbe os ministros de viajarem para suas residências utilizando aviões da FAB, já que eles já recebem verbas para esses deslocamentos.

Os ministros de Temer já usaram aviões da FAB 238 vezes sem justificativas plausíveis.

PSDB rejeita vaga de Geddel e quer a economia


Um dos principais pilares de sustentação do governo de Michel Temer, o PSDB rejeitou a oferta pelo Palácio do Planalto, que consistia em assumir a Secretaria de Governo, após a demissão de Geddel Vieira Lima.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do partido, agora quer a área econômica e começa a fritar Henrique Meirelles, que vem sendo criticado por não encontrar saídas para a maior recessão de todos os tempos – que é resultado do golpe articulado por Aécio.

"Não existe alternativa para o PSDB a não ser o governo dar certo. Não há plano B", diz Aécio, que corre o risco de morrer abraçado a Temer.

Ontem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou pela primeira vez em eleições diretas "se a pinguela cair" – pinguela é o apelido que FHC dá a Temer.

"Quem não pode ir a velório vive o seu próprio funeral"


"Há risco de protestos em Chapecó? Pior para os organizadores, que desrespeitam o luto alheio. No mais, resta constatar: um presidente da República que não pode frequentar um velório talvez esteja vivendo seu próprio funeral. Em política, quando o vivo é pouco militante muitos têm vontade de lhe enviar coroas de flores", diz o jornalista Josias de Souza, ao comentar a decisão de Michel Temer de não ir ao velório dos jogadores da Chapecoense, por medo de vaias.

O pai de um dos atletas criticou o que considerou "falta de respeito" do Palácio do Planalto. Desde que assumiu o governo, há mais de 200 dias, Temer não participou de nenhuma cerimônia pública, a não ser a abertura olímpica, quando foi vaiado.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Michel Temer respira por aparelhos


"As evidências de que Temer tentou intervir em favor de Geddel Vieira Lima – obrigado a renunciar à Secretaria de Governo e à condição de principal articulador com o Congresso, em um ato claro de corrupção – são concretas. Envolvido em um caso claríssimo de manipulação de órgãos públicos em defesa de interesses pessoais, Geddel deflagrou a crise profunda", diz o escritor e tradutor Eric Nepomuceno.

"Contra Temer, a prova existe, graça a seu fugaz ministro da Cultura. Mais do que nunca o ainda presidente está nas mãos dos artífices do golpe. Até quando terá utilidade? Enquanto essa pergunta ronda os ares em busca de uma resposta, Temer sobrevive, mas respirando por aparelhos. Na próxima esquina, soberbo e sorridente, Fernando Henrique Cardoso espera sua vez".

Venezuela: Está nascendo um Mercosul ilegal




"Os ares golpistas chegaram ao Mercosul", disse a chanceler venezuelana, Delcy Rodriguez, ao comentar a suspensão imposta ao país por pressão do Brasil e da Argentina.

Ela disse não ter sido notificada conforme determinam as regras do bloco e afirmou que a Venezuela é vítima de "um golpe no coração do Mercosul".

Em coletiva nesta sexta-feira em Brasília, o chanceler José Serra, que poderá ser demitido após a delação da Odebrecht, que o acusa de ter recebido R$ 23 milhões na Suíça, disse que a Venezuela "aporrinha" o Mercosul.

Manuela D'Avila desmistica o comunismo após a morte de Fidel


247 – "Fidel lutou contra o capitalismo a vida inteira, coitado, e foi morrer justo no dia da Black Friday!", comenta a deputada Manuela D´Ávilda, em um vídeo bem-humorado em que responde aos comentários surgidos após a morte do líder revolucionário e ex-presidente de Cuba Fidel Castro.

Manuela também tenta desmistificar o comunismo e responder perguntas do tipo: "socialista pode ter iPhone?". Ela diz que as pesquisas para o desenvolvimento do iPhone começaram na União Soviética. "Celulares existem graças aos comunistas, gente! Será que vocês (capitalistas) podem ter iPhone?".

Manuela D´Ávila desmistifica o comunismo. Assista o vídeo


Ela também puxa a orelha dos críticos de Cuba e destaca os bons índices de saúde e alfabetismo na ilha. "Quando querem falar mal do comunismo, usam os defeitos de alguns países socialistas. Também vale a pena dar um Google para ver a diferença entre socialismo e comunismo. Mas vocês já pararam para pensar que o Haiti é capitalista?", questiona.

Sergio Moro dá tratamentos diferentes para Lula e Cláudia Cruz

Juiz Sergio Moro rejeita 2 testemunhas de defesa do ex-presidente Lula no exterior, mas aceita 7 da esposa de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz. Por quê?

Pragmatismo, 01/12/2016
Lula, Sérgio Moro e Cláudia Cruz e Eduardo Cunha (Imagem: Pragmatismo Político)


O juiz Sergio Moro negou a Lula prazo para um acordo de cooperação internacional que viabilizasse a coleta de depoimentos de duas testemunhas de defesa que encontram-se no exterior. Segundo o magistrado, os advogados do ex-presidente não explicaram por que essas testemunha são imprescindíveis para o julgamento do petista. Mas para a esposa de Eduardo Cunha, a jornalista Cláudia Cruz, Moro concedeu prazo de quatro meses, a partir de outubro, para que sete testemunhas sejam ouvidas, “a bem da ampla defesa“, mesmo sinalizando que elas são “dispensáveis“.

A decisão de Moro em relação às testemunhas de Lula encontra-se em despacho assinado na última sexta-feira (25). Nele, o juiz diz que o Código Penal exige que a defesa esclarece os motivos para ouvir testemunhas residentes no exterior. “A lei é clara e cristalina ao exigir, para o deferimento dessa espécie de prova, a demonstração prévia de sua imprescindibilidade“. Isso porque, segundo Moro, a expedição de “cartas rogatórias” para viabilizar essa comunicação costuma ser “custosa e demorada”.

O Brasil dos golpistas versus a Escandinávia: compare e tire suas conclusões

Postado em 02 Dec 2016  por : Paulo Nogueira

Crianças são prioridade

Uma lista traz o índice de desenvolvimento humano no planeta, o IDH. A Noruega ficou em primeiro. Suécia, Dinamarca, Finlândia e Islândia estavam entre os primeiros 20 colocados.

Se você der um Google em busca dos diversos levantamentos que aferem o grau de satisfação das pessoas de um país, a Escandinávia sempre aparece no topo. É o oposto do Brasil da plutocracia. Estamos condenados a ser sempre assim?

Vejo a Globo, vejo Temer, vejo Moro e a Lava Jato, vejo a Justiça e o Congresso — e temo que sim.

Minha primeira temporada escandinava se deu na Dinamarca, onde fui em 2009 para escrever uma reportagem sobre as razões de ela costumeiramente ser a campeã na satisfação.

Foi lá que conheci a Janteloven, as leis de Jante, uma cidade imaginária criada por um romancista escandinavo que simboliza o espírito local. Basicamente, ninguém tem o direito de se sentir melhor que ninguém. Lembro um lixeiro de Copenhague que, nas horas vagas, era técnico do time de handebol da escola pública – e boa – de suas filhas adolescentes. Numa escala de 0 a 10, ele definiu como 8 o seu grau de satisfação.

Pense na sua e veja quanta coisa temos a aprender com a Escandinávia.

Outro dia o DCM publicou um artigo sobre o que significa ser mãe na Noruega. Por exemplo, licença maternidade de 11 meses com salário completo e volta garantida ao trabalho, ou 13 meses com 80% do salário. Fora isso, um subsídio do governo é oferecido à mãe que queira ficar mais tempo em casa com as crianças.

Um sinal do foco nas crianças é o desfile no Dia Nacional da Noruega, 17 de maio. Em quase todos os países, você vê paradas militares. Na Noruega, quem sai às ruas são as crianças.
Desfile de 17 de maio

Lá, é socialmente inaceitável não pagar os impostos justos. A sociedade estabeleceu um consenso segundo o qual os impostos são o preço a pagar para você viver num ambiente quase utópico. Escola gratuita, saúde gratuita, nada de contrastes chocantes entre riqueza extrema (de poucos) e pobreza miserável (muitos).

Você não consegue imaginar, no ambiente norueguês, uma empresa bilionária como a Globo fugindo tão abertamente, tão descaradamente dos impostos, com a conhecida prática da PJ. Você também não consegue imaginar um âncora de tevê como Boris Casoy dizendo que lixeiro não pode ser feliz. Você também não consegue imaginar uma jornalista da estatura de Mônica Waldwogel zombando, histericamente, de ciclistas diante das câmaras.

Se eu for fazer a lista das coisas brasileiras que você não consegue imaginar na Escandinávia, ficaremos aqui alguns anos.

O DCM se orgulha de ter, desde seu nascimento, fixado na formidável Escandinávia um modelo a ser perseguido. E, de pé, manda aplausos entusiasmados para a campeã de IDH Noruega e seus maravilhosos vizinhos.

A classe média começa a perceber a burrada que fez

Pergunta que não quer calar?

Lindbergh a Moro: “O senhor fala muito dos EUA, imagina um juiz de 1ª instância do Texas gravar e divulgar conversa entre Clinton e Obama. O que aconteceria com ele?”

JB pisa no rola-bosta

O "imparcial" do Mensalão enfrenta um amigo do Gilmar

Gilmar Mendes mata Moro para não matar tucanos

Lava Jato perdeu a serventia


Essa revelação veio a calhar!

Assista o vídeo da hora!

Empreiteiro: triplex não é do Lula

Responsável por reforma do apartamento foi ouvido pelo MPF. Tudo indica que não há elementos de condenação de Lula. Como fica o estrago que a Justiça, o Ministério Público e a Polícia federal fizeram na vida política dele?

Conversa Afiada, 01/12/2016

Do site Lula.com.br:


12ª testemunha ouvida por Sérgio Moro em processo contra o ex-presidente afirma o mesmo que as demais: que não sabe de nenhuma irregularidade em que Lula tivesse envolvido

Dando continuidade às oitivas das testemunhas de acusação do MPF-PR (Ministério Público Federal em Curitiba), foi ouvido em Curitiba nesta manhã Armando Magri, da construtora Talento, executor da reforma que foi realizada no apartamento 164-A do Edifício Solaris, no Guarujá (SP), imóvel que os procuradores insistem em dizer que pertence ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele foi a 12ª testemunha de acusação do processo a ser ouvida pelo juiz Sérgio Moro, da 1ª instância da Justiça em Curitiba. Assim como os outros 11 - todos políticos, empresários ou executivos da Petrobras - afirmou desconhecer e nunca ter ouvido falar de qualquer ilicitude em que o ex-presidente Lula tenha se envolvido, muito menos que ele seria o "proprietário oculto" do imóvel. 

Nesta quarta-feira (30), Magri, em depoimento na Justiça Federal do Paraná, afirmou com todas as letras que nunca ouviu da construtora OAS (verdadeira proprietária do imóvel) que o apartamento que ele reformou estaria reservado para o ex-presidente Lula e sua família.

Magri contou que conheceu dona Marisa - que, de fato, visitou o local para ver se haveria interesse em comprá-lo, o que não ocorreu - e que ficou com a impressão de que ela não era proprietária do imóvel. O juiz Sérgio Moro quis saber por que ele tinha ficado com essa impressão, e a testemunha respondeu.

A testemunha disse que era pela surpresa da visitante com o apartamento, adicionando esta impressão àquela que ele já havia informado em depoimento ao Ministério Público, de que Dona Marisa não parecia alguém que estava conferindo uma obra encomendada.

Juízes cercam STF por salários gordos

Procuradores idem

Conversa Afiada, 01/12/2016
Deve ser o pessoal fura-teto (Crédito: Wilson Dias / Fotos Públicas)

De Kennedy Alencar, no Twitter:


Interessante a manifestação de juízes hoje no STF. Publicamente, contra Renan. Indiretamente, em defesa dos supersalários.   6:08 PM - 1 Dec 2016 303303 Retweets   341341 likes

Enquanto isso, no Globo:

No dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga a denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), juízes e promotores fazem um protesto em uma das entradas do Supremo contra o que consideram uma retaliação do Congresso Nacional contra a atuação da Justiça no combate à corrupção.

Gilmar trucida Moro

E esculhamba divulgação de conversa da Dilma

Conversa Afiada, 01/12/2016


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta quinta-feira o projeto de lei que define os crimes de abuso de autoridade e defendeu a derrubada, pela Câmara dos Deputados, de diversos tópicos das chamadas “10 Medidas de Combate à Corrupção”, projeto de iniciativa popular apresentada ao Congresso Nacional pelo Ministério Público. Ele se contrapôs, assim, ao juiz Sérgio Moro e aos procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Jato, que criticaram duramente os deputados após a aprovação do pacote, que eles dizem ter sido desfigurado.

Mendes participa, ao lado de Moro, de uma sessão temática no Senado para debater o projeto de lei de abuso de autoridade, a convite do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Momentos antes de Gilmar iniciar sua fala, Moro disse que não achava que este era o momento apropriado para debater a proposta, em meio às investigações da Operação Lava-Jato, que têm como alvo diversos políticos de quase todos os grandes partidos.

“Há bases hoje muito fortes que legitimam essa iniciativa [lei de abuso de autoridade]”, disse Mendes. “O propósito não é criminalizar a atividade do juiz, do promotor, do integrante de CPI no âmbito do Congresso, embora nós saibamos que isso ocorre.”

Ao lado de Moro, frequentemente questionado pelos métodos que utiliza na Operação Lava-Jato, o ministro reiterou a afirmação feita momentos antes por Renan de que não se deve cometer abusos para combater o crime.

“Eu gostaria também de dizer que, com a experiência já de anos que nós temos nessas questões, nesses debates, que nós agentes públicos, agentes políticos do judiciário, não devemos ceder à tentação de procedermos o combate ao crime mediante qualquer prática abusiva”, afirmou o ministro.

Mendes citou um texto do filósofo político italiano Norberto Bobbio (1909-2004), para dizer que “não fossem aprovadas leis excepcionais para o combate ao terrorismo, pois isso é um valor do Estado de direito”.

“Por isso, também não compartilho da ideia de que este não é o momento azado [oportuno] para aprovar a lei. Qual seria o momento azado? Qual seria o momento adequado para discutir esse tema, de um projeto que já tramita no Congresso há mais de sete anos? Como se fazer esse tipo de escolha do momento?”, disse. “ Acho inclusive, juiz Sérgio Moro, com toda a honestidade intelectual, [...] que a Lava-Jato não precisa de licença especial para fazer as suas investigações. Os instrumentos que aí estão são mais do que suficientes, como qualquer outra operação.”

O ministro do STF prosseguiu dizendo achar adequado “que se discuta esse projeto com toda a abertura mental, com toda a abertura de espírito, e que se discuta neste momento”. “Até porque operações vão continuar ocorrendo. Teríamos que, daqui a pouco, então, buscar um ano sabático das operações para o Congresso deliberar sobre um tema como esse? Não faz sentido algum. Todos nós devemos ter a consciência de que devemos atuar dentro dos parâmetros estabelecidos.” “Quanto mais operações nós tivermos, mais nós necessitamos de limites”, afirmou.

Vazamentos telefônicos

Mendes criticou duramente a divulgação de gravações telefônicas na TV, expediente utilizado diversas vezes ao longo da Operação Lava-Jato, quando até telefonema com conversa entre os ex-presidentes petistas Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva foi veiculado na televisão.

Ele descreveu uma conversa com um colega português que dizia achar “engraçado” que os brasileiros divulguem as conversas na televisão. “Eu disse: ‘na nossa ordem jurídica não permite, mas a gente se acostumou a essa violação’. Ele não sabia, ele achava que a nossa Constituição e as leis autorizavam esse tipo de vazamento, tantas vezes ele passando pelo Brasil havia visto isso na Rede Globo”, afirmou. “É preciso que haja limites para isso, de forma inequívoca. É preciso que a gente chame as coisas pelo nome.”

Dez medidas “autoritárias”

O ministro do Supremo também defendeu algumas modificações impostas pela Câmara às “10 Medidas de Combate à Corrupção”, na contramão das críticas de diversos setores da opinião pública e dos procuradores que ameaçaram abandonar a Lava-Jato caso o projeto fosse sancionado pelo presidente da República.

Além das restrições ao habeas corpus, Mendes criticou outras medidas derrubadas pela Câmara e que constavam no projeto apresentado pelo Ministério Público, entre elas a convalidação de provas ilícitas obtidas “de boa fé” e o teste de integridade.

Para Mendes, “as propostas populares também têm que ser escrutinadas”. “Neste ponto, não tenho a menor dúvida. A Câmara andou bem em rejeitar isso, como andou bem em rejeitar a ideia do aproveitamento de prova ilícita, como também aquela coisa do teste de integridade, a tal ‘pegadinha’ que se concebeu, de feição claramente autoritária.”

Valor cobra de Temer aumento da gasolina

E agora, golpista?

Depois de rever a política de preços da Petrobras, e colocá-los ao sabor do mercado, o governo Temer teria, em tese, que elevar a gasolina, em razão da alta do petróleo e do dólar; a questão é: Temer, que já está com aprovação perto de zero, tomará mais uma medida impopular?

Lindbergh a Moro: e se um juiz do Texas grampeasse Clinton e Obama?


Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou nesta quinta-feira, 1º, durante debate sobre o projeto de lei que pune juízes e procuradores por abuso de autoridade, que o juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato, também presente no Senado, "não está acima da lei".

"Não é sensato nem democrático considerar que uma tentativa de impedir um desequilíbrio na República, garantindo que todos sejam iguais perante a lei, é 'uma tentativa de controlar as investigações', como afirma Moro", disse.

Lindbergh ainda questionou: "O senhor fala muito dos EUA, imagina um juiz de primeira instância do Texas gravar e divulgar conversa entre Clinton e Obama. O que aconteceria com ele?".

Odebrecht pede perdão ao País por participar de processo de corrupção


"A Odebrecht reconhece que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial. Não importa se cedemos a pressões externas. Tampouco se há vícios que precisam ser combatidos ou corrigidos no relacionamento entre empresas privadas e o setor público. O que mais importa é que reconhecemos nosso envolvimento, fomos coniventes com tais práticas e não as combatemos como deveríamos. Foi um grande erro, uma violação dos nossos próprios princípios, uma agressão a valores consagrados de honestidade e ética. Não admitiremos que isso se repita", diz a nota de Marcelo Odebrecht, na nota "Desculpe, a Odebrecht errou" .

Delação da Odebrecht isenta Dilma de corrupção


O acordo de leniência assinado ontem pela Odebrecht vai direto ao ponto principal: em sua delação premiada, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da companhia e considerado o articulador da parte mais significativa da corrupção, diz que a ex-presidente Dilma Rousseff jamais pediu qualquer recurso para ela mesma.

Dallagnol diz que Dilma fez mais pelo combate a corrupção

Enfim, um reconhecimento

Coordenador da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, que antes do impeachment dizia que não havia diferença em ações de combate à corrupção entre os governos, reconheceu que na gestão da presidente deposta Dilma Rousseff houve mais avanço nesse sentido.

"Até o governo Dilma avançou propostas contra a corrupção muito melhores que as que foram aprovadas", disse nesta quarta-feira 30, em coletiva de imprensa convocada para criticar a aprovação, pela Câmara, das 10 medidas contra a corrupção, que inclui a proposta de abuso de autoridade contra magistrados.

Meirelles começa a ser fritado e Armínio será mais ouvido


Resultados catastróficos da economia ameaçam a permanência de Henrique Meirelles no comando da economia.

Depois da reunião de Michel Temer com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), tomou-se a decisão de que Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, será mais ouvido pela equipe econômica.

Nesta semana, foi divulgada a informação de que Meirelles aprofundou a recessão, com a queda do PIB no terceiro trimestre, e as forças que provocaram o golpe parlamentar de 2016 temem ficar associadas ao maior desastre econômico da história do País.

AGU desmente Temer em caso Geddel


Em nota oficial, a AGU (Advocacia-Geral da União) rechaçou a viabilidade da sugestão de Michel Temer ao ex-ministro da Cultura Marcelo Calero no episódio da construção do condomínio La Vue em Salvador: o assunto não poderia "em nenhuma hipótese" ser encaminhado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a advogada-geral da União, Grace Mendonça.

A afirmação reforça a versão de Calero, que considerou a orientação do presidente como uma manobra para que a obra do espigão de Geddel Vieira Lima fosse liberada.

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), a posição da AGU faz de Temer um "réu confesso".

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Maioria do STF vota para Renan virar réu


Em votação nesta quinta-feira, 1º, a maioria dos ministros dos Supremo Tribunal Federal votou pelo recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em 2013, contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Votaram a favor de Renan virar réu pelo crime de peculato os ministros Edson Fachin (relator do inquérito), Luis Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e a presidente, Cármen Lúcia; os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes rejeitaram a denúncia por completo.

Sai a delação do fim do mundo e ela começa por Emílio Odebrecht


Dono da maior empreiteira do País e pai de Marcelo, preso há mais de um ano em Curibita, Emílio Odebrecht foi o primeiro nome da empreiteira a assinar o acordo de delação premiada, que envolve 77 executivos.

Até agora, já se sabe que a Odebrecht delatou nomes como Michel Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do seu governo, o ministro José Serra, chanceler, e o presidente do PSDB, Aécio Neves (PSDB-MG).

Temer foi acusado de pedir R$ 11 milhões no Jaburu, Jucá de receber R$ 22 milhões, Serra de levar uma doação de R$ 23 milhões na Suíça e Aécio de ser pago pela Odebrecht, numa triangulação que envolve também seu marqueteiro.

Além da delação premiada dos executivos e ex-executivos, a empresa Odebrecht firmou com acordo de leniência com o MPF e vai pagar uma multa de R$ 6,7 bilhões.

Constatação

Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo, afirmou que um presidente precisa ter boa comunicação diretamente com a nação, e não com o Congresso. “Ele (o presidente) governa em função da legitimidade, da liderança, da expressão da sua vontade e da sua sintonia com o povo. Dilma não tinha nenhum desses atributos. Aí ela foi substituída por alguém que também não os têm, mas que acha que está legitimado pelo fato de ter o apoio de um grupo de parlamentares vistos pela população com alto grau de suspeição”. 

Para o ex-ministro, o mal-estar institucional vai perdurar durante os próximos dois anos.

Erro de Sergio Moro custa casamento, emprego e reputação de ex-diretor da OAS

Prisão indevida ordenada por Sergio Moro no âmbito da "Lava Jato" acaba com a vida de Mateus Coutinho. O ex-diretor da OAS perdeu o emprego, a esposa e foi impedido de conviver com a filha pequena

Pragmatismo Político, 01/12/2016
Juiz Sérgio Moro e ex-diretor da OAS, Mateus Coutinho de Sá (Imagem: Pragmatismo Político)



Por erro da força-tarefa da operação “lava jato” e do juiz Sergio Moro, a vida do ex-diretor da OAS Mateus Coutinho de Sá foi arruinada. Sua prisão indevida fez com que perdesse o emprego, sua mulher o abandonasse e ele fosse privado de conviver com sua filha pequena por quase seis meses, como informa o jornal Folha de S.Paulo. A recente absolvição de Coutinho de Sá pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região deixou patente a arbitrariedade de seu encarceramento.

Em julgamento de apelação concluído na quarta-feira (23/11), a 8ª Turma do TRF-4, por unanimidade, absolveu o executivo, por falta de provas. Ele tinha sido condenado a 11 anos de prisão por Moro, que alegava haver “prova robusta” do envolvimento da OAS no esquema de corrupção que funcionava na Petrobras.

Mateus Coutinho de Sá foi preso preventivamente em 14 de novembro de 2014, junto com os presidentes das empreiteiras OAS, Camargo Corrêa, Iesa Óleo e Gás, UTC e Queiroz Galvão, além de outros executivos. Desde o início, ele jurou inocência, mas não foi levado a sério. Diferentemente dos demais, não conhecia os outros detidos, nem parecia ter conhecimento de assuntos de suas conversas, segundo um outro preso disse à Folha.

Na cela em que ficou, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, também estavam Erton Medeiros Galvão, presidente da Galvão Engenharia, João Auler, ex-presidente do Conselho Administrativo da Camargo Corrêa, e Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente e herdeiro da Mendes Júnior. Por ser o mais novo, Coutinho de Sá dormia em um colchão no chão, já que não havia camas para todos.

Ainda que demonstrasse serenidade, a saudade da filha apertava, e ele passou a demonstrar sintomas de depressão. Mas o executivo não queria que a menina o visitasse, para evitar desgastes. De acordo com o jornal, um agente federal formado em Psicologia passou a ajudá-lo. Outro, porém, provocou-o, dizendo que Coutinho de Sá não veria sua filha tão cedo. Fora de si, ele partiu para cima do agente, e teve que ser contido por seus colegas.

Como seus Habeas Corpus foram negados pelos tribunais superiores, Coutinho de Sá cedeu à saudade e concordou com uma ida da filha ao presídio, desde que fosse em um dia sem outras visitas. Quando os outros presos ouviram a menina gritar “pai!”, a comoção foi geral, conta a Folha.

Finalmente, em 28 de abril de 2015, o executivo deixou a cadeia após o Supremo Tribunal Federalautorizar que ele e outros investigados da “lava jato” poderiam responder ao processo em prisão domiciliar. Depois, Moro substituiu a detenção por medidas cautelas, como o afastamento de atividades econômicas.

Mas o estrago já estava feito. Coutinho de Sá foi demitido da OAS e passou a sofrer preconceito por ter sido acusado de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. Pior: o desgaste acabou com seu casamento.

Juliano Breda, um dos seus advogados, lamentou sua prisão indevida. “Nenhum dos delatores da ‘lava jato’ tinha dito que Coutinho praticou qualquer tipo de crime. Ele não tinha absolutamente nada a ver com esse esquema.”

À Folha o executivo disse que não tinha condições de dar entrevista, e que estava concentrado em reconstruir sua vida.

Operação contestada

Para muitos profissionais do Direito, a “lava jato” está excedendo os limites legais na sua busca pela punição de corruptos. Muitos criticam a estratégia da força-tarefa da operação de prender preventivamente os acusados até que eles resolvam firmar acordo de delação premiada — intenção já admitida por integrantes do Ministério Público Federal.

Por sinal, todos os compromissos desse tipo firmados na operação “lava jato”, que investiga esquemas de corrupção na Petrobras, possuem cláusulas que violam dispositivos da Constituição — incluindo direitos e garantias fundamentais —, do Código Penal, do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984).

Ao conduzir coercitivamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento sem tê-lo intimado antes, a Polícia Federal violou o Código de Processo Penal e o próprio mandado no qual o juiz federal Sergio Moro autorizou a ação.

Isso porque o artigo 218 do CPP estabelece que o juiz só poderá requisitar a apresentação forçada da testemunha caso ela, tendo sido regularmente intimada, deixe de comparecer sem motivo justificado. No despacho do dia 29 de fevereiro, no qual autorizou a medida contra Lula, Moro ressaltou, em letras maiúsculas, que o “mandado SÓ DEVE SER UTILIZADO E CUMPRIDO, caso o ex-presidente, convidado a acompanhar a autoridade policial para depoimento, recuse-se a fazê-lo”.

Outra violação ocorreu quando o juiz Sergio Moro tornou públicas as gravações de telefonemas entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com professores de Direito e advogados ouvidos pela ConJur, os grampos não poderiam ter perdido o sigilo, por dois motivos igualmente graves.

Primeiro, porque se um dos participantes da conversa tem prerrogativa de foro por função, caberia à primeira instância mandar as provas para a corte indicada. No caso, Dilma só poderia ser processada e julgada (em casos de crimes comuns) pelo Supremo Tribunal Federal, conforme manda o artigo 102, inciso I, alínea “b”, da Constituição Federal.

O outro motivo é que, ao que tudo indica, as gravações das conversas foram ilegais, e Moro as divulgou sabendo disso. Pelo menos é o que mostram os horários em que os eventos foram publicados no site da Justiça Federal do Paraná.

Posteriormente, o ministro do STF Teori Zavascki declarou inconstitucional a divulgação dos grampos. Segundo o ministro, ao constatar que havia autoridades com foro privilegiado nos áudios, Moro deveria ter enviado os autos ao Supremo, para que a corte decidisse sobre a cisão ou não do processo.

Nessa ocasião, Sergio Moro não quebrou o sigilo telefônico apenas de Roberto Teixeira, advogado de Lula, mas também do telefone central da sede do escritório dele, o Teixeira, Martins e Advogados, que fica em São Paulo. Com isso, conversas de todos os 25 advogados da banca com pelo menos 300 clientes foram grampeadas, além de telefonemas de empregados e estagiários da banca.

A interceptação do número foi conseguida com uma dissimulação do Ministério Público Federal. No pedido de quebra de sigilo de telefones ligados a Lula, os procuradores da República incluíram o número do Teixeira, Martins e Advogados como se fosse da Lils Palestras, Eventos e Publicações, empresa de palestras do ex-presidente.

A inviolabilidade da comunicação entre advogado e cliente está prevista no artigo 7º do Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994). Segundo a norma, é um direito do advogado “a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia”.

De nada adiantaram os dois ofícios enviados pela Telefônica em fevereiro e março ao juiz Sergio Moro informando que ele havia autorizado a interceptação do telefone central do escritório Teixeira, Martins e Advogados. O responsável pelos processos da operação “lava jato” em Curitiba enviou um novo documento ao Supremo Tribunal Federal dizendo que a informação só foi notada por ele depois que reportagens da ConJur apontaram o problema.

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Recentemente, Moro autorizou, e a PF executou, a prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega enquanto ele estava no hospital Albert Einstein, em São Paulo, acompanhando uma cirurgia de sua mulher. Desde 2012 a mulher do ex-ministro faz um tratamento contra o câncer. Com a repercussão negativa do caso, a detenção foi revogada.

Gilmar Mendes deixa Sergio Moro atônito no Senado Federal

Gilmar Mendes e Sergio Moro entraram em rota de colisão durante debate sobre abuso de autoridade no Senado. Ministro do STF destrinchou proposta apoiada por Moro e criticou diversas práticas adotadas pelo juiz da Lava Jato, além de ironizar o “ano sabático” do juiz do Paraná

Prgmatismo Político, 01/12//2016
Gilmar Mendes e Sergio Moro no Senado Federal (Imagem: Agência Senado)

Em audiência pública no Senado Federal na manhã desta quinta-feira (1), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), bateu de frente com Sergio Moro ao criticar o ‘projeto anticorrupção’ apresentado pelos procuradores da Lava Jato e apoiado pelo juiz federal.

Gilmar avaliou que a Câmara dos Deputados acertou ao retirar do projeto itens que tratam de habeas corpus e aceitação de provas ilícitas.

Gilmar citou as limitações de concessões de habeas corpus e considerou “autoritária” a concepção do pacote proposto pelos procuradores. “Quem escreveu este dispositivo tem propósitos autoritários. É um atentado”, disse o ministro. (vídeos abaixo)

“A Câmara fez bem em rejeitar a questão do habeas corpus. Nesse ponto, a Câmara andou bem em rejeitar habeas corpus e a possibilidade de aceitar prova ilícita. Se esse projeto tivesse sido aprovado, isso acabava com o habeas corpus como o conhecemos”, disse Gilmar.

As críticas de Gilmar Mendes foram feitas diante do juiz Sérgio Moro, que apoia as medidas.

Discutir quando?

O ministro também criticou o argumento de que não é o momento para se discutir e votar o projeto de lei com definições mais claras e amplas do crime de abuso de autoridade.

“Não devemos ceder à tentação de procedermos o combate ao crime mediante qualquer prática abusiva”, disse Mendes. E defendeu que o tema seja discutido já, e não adiado.

Minutos antes, em sua fala, Sergio Moro disse que esse não era o momento adequado para discutir ou aprovar projetos que tratem de abuso de autoridade de juízes e procuradores.

“Talvez não seja o melhor momento para deliberação de uma nova lei de abuso de autoridade, considerando o contexto que existe uma operação importante, não só a Lava Jato, mas várias outras ações importantes”, afirmou Sergio Moro.

Mendes rebateu: “Qual seria o momento adequado para discutir esse tema, de um projeto que tramita no Congresso há mais de sete anos?”.

Ironia

Gilmar Mendes citou casos de vazamento de interceptações telefônicas e considerou ilegais e não previstas na Constituição. O exemplo foi uma critica direta a Sergio Moro que tem permitido vários vazamentos de interceptações telefônicas feitos pela Operação Lava Jato.

Em março, foram vazadas na imprensa gravações autorizadas por Moro entre a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. “Há vazamentos, e é preciso dar nome pelo nome (que é)”, provocou Gilmar.

Para ironizar Moro, o ministro usou a expressão “ano sabático” para dizer que as operações policiais em curso teriam que ser interrompidas para serem adaptadas à Constituição. A expressão foi utilizada por Moro há três dias para dizer que vai estudar nos EUA após a conclusão da Operação Lava Jato

Apoio popular ‘anticorrupção’

Gilmar Mendes afirmou que não é um argumento válido a favor do pacote anticorrupção afirmar que a proposta foi assinada por 2 milhões de pessoas.

“Não venham com argumento de chancela de 2 milhões de pessoas, porque eu duvido que esses 2 milhões de pessoas tivessem consciência disso”, afirmou.

Lindbergh vs. Moro

Outro embate na audiência pública ocorreu entre o líder da minoria, Lindbergh Farias, e o juiz Sergio Moro.

Em sua intervenção, o senador questionou Moro sobre a condução coercitiva do ex-presidente Lula, em 4 de março, e sobre o episódio da gravação de uma conversa entre os ex-presidentes Lula e Dilma. Segundo o senador, houve um claro abuso de poder por parte das ações da força-tarefa da Lava Jato.

“Imagine, nos Estados Unidos, um juiz de primeira instância do Texas gravar uma conversa de Bill Clinton com Obama e divulgá-la em horário nobre horas depois da gravação. Foi isso o que houve naquele caso”, afirmou Lindbergh.

Sérgio Moro, por sua vez, afirmou que fica preocupado com comentários desta natureza.”Fica claro aqui que se está afirmando que eu, na condução do caso, cometi abuso de autoridade e devo ser punido”, lamentou, partindo para a crítica.

VÍDEOS:

Para Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo, impeacment foi uma encenação

E governo Temer pode cair

Para o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, que comandou julgamento do mensalão, o impeachment de Dilma Rousseff foi "uma encenação" comandada por políticos corruptos que queriam apenas se proteger.

Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, Barbosa disse que o Brasil se transformou em um anão político e que o governo de Michel Temer corre o risco de não chegar ao fim.

O ex-ministro diz ainda identificar uma "fúria" contra Lula.

Para ele, prisão do ex-presidente sem fundamentos só prejudicaria ainda mais a imagem do país.

Jornais apontam que o golpe quebrou o Brasil, mas anda evitam mea culpa


Responsável direta pelo golpe parlamentar de 2016, hoje denunciado como "encenação" até pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, a mídia brasileira se dá conta de que esse processo arruinou a economia brasileira.

No Valor, "a economia derrete"; no Estado e no Globo, o Brasil se torna lanterninha no mundo; na Folha, 2017 passa a ser um ano perdido.

A quebra do Brasil foi construída em várias etapas: em 2014, ano da disputa eleitoral, a ordem era dizer que tudo ia mal, quando o País tinha pleno emprego.

2015 foi o ano do 'quanto pior, melhor', que visava criar as condições para o golpe.

Neste ano, com Michel Temer e Henrique Meirelles há mais de seis meses no poder, a recessão se aprofunda diante da incapacidade da dupla de apontar qualquer saída.

Dilma denuncia golpe dentro do golpe e pede eleições diretas já


"Assistimos estarrecidos e perplexos todas as tentativas de dar um golpe dentro do golpe. Temos que ter a ousadia de defender mais uma vez eleições diretas para presidente”, disse a presidente deposta Dilma Rousseff, ao participar de um evento da Central Única dos Trabalhadores, na noite de ontem em São Paulo.

"É isso que se chama golpe dentro do golpe. Você cria a temporalidade para que haja eleição indireta”, disse Dilma, ao prever que o processo no Tribunal Superior Eleitoral, que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, só será votado no ano que vem, para que, em caso de afastamento de Michel Temer, o novo presidente seja escolhido pelo Congresso – e não pela população.