sábado, 25 de outubro de 2014

TSE proíbe Veja de fazer propaganda de capa

A Revista Veja, de quatro em anos, prepara uma matéria, mesmo sem provas, para arrebentar o PT. Isso é jornalismo?

Reprodução
Reprodução mostra capa da revista, que saiu em edição extra, para favorecer Aécio

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu liminar na noite desta sexta-feira (24) que proíbe a editora Abril, responsável por publicar a revista Veja, de fazer propaganda em qualquer meio de comunicação da reportagem de capa segundo a qual a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam conhecimento do esquema de corrupção da Petrobras. A reportagem diz se basear em depoimento prestado na última terça-feira (21) pelo doleiro Alberto Youssef no processo de delação premiada a que ele se submete para ter direito à redução de pena.

>O pedido para impedir a publicidade da matéria foi apresentado pela campanha de Dilma na tarde desta sexta-feira. A defesa da petista requereu ao tribunal que a revista se abstivesse fazer propaganda de sua capa, que tem, na opinião dos advogados de Dilma, conteúdo ofensivo à candidata à reeleição. Para a campanha petista, uma eventual publicidade do caso tem por objetivo único beneficiar a candidatura do tucano Aécio Neves.

A ação da defesa de Dilma se ampara no artigo da Lei das Eleições que prevê que a propaganda eleitoral no rádio e na televisão restringe-se ao horário gratuito, sendo proibida a veiculação de propaganda paga. Essa mesma vedação, segundo campanha da petista, é estendida à divulgação de propaganda na internet e por meio de outdoors. Em caso de descumprimento da liminar, os advogados de Dilma cobram a aplicação de multa de R$ 1 milhão por veiculação proibida.

A campanha da presidente argumentou ainda que a revista Veja antecipou sua edição em dois dias com a "nítida intenção de tumultuar a lisura do pleito eleitoral do próximo domingo (26)". Citam ainda que a revista teria postado no Facebook dela, com 5,4 milhões de seguidores, notícia com o título "Tudo o que você queria saber sobre o escândalo da Petrobras: Dilma e Lula sabiam". Essa propaganda teria sido reproduzida na página oficial do PSDB, partido do adversário na disputa ao Palácio do Planalto, também na mesma rede social.

Em sua defesa, a Editora Abril sustentou que as liberdades de comunicação e de atividade econômica são direitos previstos na Constituição. Esses direitos, disse a editora, "não podem ser sufocados por medidas de cunho censor sob a alegação de imaginária propaganda eleitoral". Para Abril, o que se pretende é "impedir a imprensa de divulgar assunto que a sociedade tem o direito de tomar conhecimento". "Não houve ilícito algum na matéria publicada na edição e tampouco nas propagandas de divulgação da revista, de modo que a representada (Editora Abril) agiu no seu estrito direito constitucional", afirmou.

Em parecer, o procurador-geral Eleitoral, Rodrigo Janot, manifestou-se a favor da campanha da Dilma. Para Janot, diante da iminência da realização de uma propaganda eleitoral irregular, é necessário proibir a divulgação das publicidades sob pena de acarretar "prejuízo irreparável ao equilíbrio e (à) lisura do pleito".

Em sua decisão, o ministro Admar Gonzaga, relator do processo, afirmou que há elementos para acatar o pedido liminar, suspendendo, até o julgamento do mérito, qualquer publicidade da editora sobre o assunto. Segundo ele, cabe ao TSE "velar pela preservação da isonomia entre os candidatos que disputam o pleito". "Desse modo, ainda que a divulgação da revista Veja apresente nítidos propósitos comerciais, os contornos de propaganda eleitoral, a meu ver, atraem a incidência da legislação eleitoral, por consubstanciar interferência indevida e grave em detrimento de uma das candidaturas", afirmou o ministro.

Admar Gonzaga - um dos advogados da campanha de Dilma em 2010 - disse ainda que a antecipação em dois dias da divulgação da revista "poderá transformar a veiculação em verdadeiro panfletário de campanha, o que, a toda evidência, desborda do direito/dever de informação e da liberdade de expressão".

"No caso, muito embora o periódico possa cuidar - em suas páginas - desse tema sensível, confirmando sua linha editorial de maior simpatia a uma das candidaturas postas, entendo que a transmissão dessa publicidade por meio de rádio, ou seja, de um serviço que é objeto de concessão pelo Poder Público e de grande penetração, desborda do seu elevado mister de informar, com liberdade, para convolar-se em publicidade eleitoral em favor de uma candidatura em detrimento de outra", afirmou o ministro, em decisão divulgada às 23h36 desta sexta-feira (24).

Estadão, 25/10/2014

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Corrupção e críticas à gestão FHC marcam último debate entre Dilma e Aécio

Do UOL, em São Paulo, 24/10/20142

Reprodução/TV Globo
Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) se cumprimentam antes do debate

No debate derradeiro entre os candidatos à Presidência da República, promovido nesta sexta-feira (24) pela TV Globo, Dilma Rousseff (PT) procurou fazer críticas à gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) para desgastar Aécio Neves (PSDB), que escolheu a corrupção para tentar atingir a adversária. A dois dias do segundo turno das eleições, o embate entre os presidenciáveis foi morno, em comparação a outros confrontos.

Reportagem da revista "Veja", segundo a qual o doleiro Alberto Youssef teria declarado, em delação premiada, que a presidente e o antecessor Luiz Inácio Lula da Silva sabiam do esquema de desvios na Petrobras, apareceu apenas no primeiro bloco, após pergunta de Aécio. A falta de água em São Paulo, Estado governado pelo tucano Geraldo Alckmin, também foi mencionada apenas uma vez, provocada por Dilma. Em gravação divulgada hoje, Dilma Pena, presidente da Sabesp, diz quehouve "orientação superior" para não alertar a população sobre a falta de água.
'Petrolão' e críticas à gestão FHC

O tucano abriu o debate com uma pergunta a Dilma a respeito das denúncias da Veja. ""A senhora sabia?". Na resposta, Dilma afirmou que a "Veja" faz "oposição sistemática" a ela e ao PT e fez "calúnia e difamação" com a reportagem publicada esta semana. "E o senhor endossa na sua pergunta (…) A revista Veja não apresenta uma prova", disse a petista, que afirmou que a publicação tenta dar um "golpe eleitoral".

"E isso não é a primeira vez que ela fez: fez em 2002, em 2006, em 2010 e 2014, mas o povo não é bobo (…) O povo brasileiro vai mostrar a sua indignação no domingo, votando e derrotado essa proposta que o senhor representa."

Na réplica, Aécio disse que Dilma deveria se explicar, e não desqualificar a revista. "Não acreedito que acusação a revista seja a melhor resposta. A delação premiada só traz ao réu benefício se tiver prova."

No decorrer do bloco, Dilma mirou a gestão FHC, que, segundo ela, "deixou nas costas do povo as crises ocorridas nos oito anos de mandato, com arrocho salarial e desemprego". Em resposta, Aécio disse que, desde o Plano Real (1994), Dilma será a primeira presidente que terminará o mandato com a inflação maior do que recebeu.

"Eu acho que o senhor está mal informado, porque quem deixou o país com uma inflação maior do que recebeu foi o governo tucano, do Fernando Henrique", respondeu a petista.

"O seu governo afugentou os investimentos e a inflação infelizmente está de volta", afirmou o tucano. "A situação do Brasil é extremamente grave, candidata, e é preciso que seu governo reconheça isso, porque os mercados, outros países, os brasileiros, já reconhecem."
Candidatos falam a indecisos

No segundo bloco, Dilma e Aécio responderam perguntas de eleitores que se declararam indecisos. Eles foram selecionados pela Globo e acompanharam o debate no estúdio. Os temas abordados por eles foram a alta dos aluguéis, educação, corrupção e previdência. Em função do formato do bloco, houve poucos ataques entre os concorrentes.

O principal confronto ocorreu quando uma eleitora de Vespasiano (Grande Belo Horizonte) questionou os candidatos sobre o combate a corrupção. A petista afirmou que a "lei é branda", listou medidas que ela propõe para enduerecer a punição a corruptos e disse que, em seu governo, a "Polícia Federal investiga".

Aécio retrucou, dizendo que a maior medida contra corrupção dele é "tirar o PT do governo". Na resposta ao adversário, Dilma disse que Aécio representa um governo [Fernando Henrique Cardoso] cuja "prática era engavetar todas as investigações."

Os dois candidatos também trocaram farpas quando uma eleitora de Curitiba perguntou sobre os planos dos concorrentes para a questão previdenciária. Aécio prometeu acabar com o fator previdenciário, medida que achata e posterga as aposentadorias. Dilma retrucou, dizendo que o fator foi criado na gestão FHC. Na resposta, o tucano disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o fim do fator providenciário.
Falta de água e mensalão

A falta de água em São Paulo e a corrupção foram os temas que dominaram o terceiro bloco. Dilma questionou Aécio sobre a falta de água em São Paulo. "Quem não planeja, candidato, não consegue enfrentar os desafios que ocorreram, principalmente em um governo."

Aécio repassou a responsabilidade para o governo federal. "Certamente que houve [falta de planejamento], candidata, e segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), do seu governo. Não é apenas em São Paulo, nós estamos tendo em toda região Sudeste a ausência de água e a senhora sabe muito bem, nós tivemos a maior crise hídrica dos últimos 80 anos. Falta de chuva. O governo de SP, diferente do governo federal, buscou fazer o que estava a suas mãos."

Dilma respondeu que a responsabilidade sobre a água é do Estado. "Nós somos parceiros do projeto do São Lourenço, que é o único que o governo do Estado apresentou. Nós demos o dinheiro para fazer o projeto. E estamos financiando R$ 1,8 bilhão". Em um momento de descontração, a presidente citou o humorista e colunista da "Folha de S.Paulo", José Simão. "Eu vou concordar com o humorista José Simão. Vocês estão levando o Estado para ter um programa 'Meu Banho Minha Vida', é isso que vocês conseguiram", disse.

O escândalo do mensalão foi lembrado por Aécio, que perguntou a Dilma se o ex-chefe da Casa Civil do primeiro governo de Lula (2003-2006), José Dirceu, foi punido adequedamente ou "é também um heroi nacional?".

Na sua resposta, Dilma lembrou do mensalão do PSDB, ocorrido em 1998 em Minas Gerais, até hoje não foi julgado. "O senhor Eduardo Azeredo pediu renúncia do seu cargo para o processo voltar para a primeira instância. Há uma diferença expressiva. Houve o julgamento do mensalão ligado ao meu partido. Ah, é necessário dizer que eles estão e foram condenados e foram para a cadeia. No entanto, o mensalão do seu partido, não teve nem condenados, nem punidos."
Segurança pública

A segurança pública foi o tema predominante no quarto e último bloco do debate. Um eleitor indeciso perguntou a Dilma sobre o tráfico de drogas e perguntou qual a proposta para que ela melhorasse essa realidade.

Dilma afirmou que foram aplicados mais de R$ 17 bilhões no combate às drogas, ao crime organizado e ao tráfico de armas. Ela citou os centros de Comando e Controle criados na Copa do Mundo e disse que a experiência pode ser replicada em um eventual segundo governo. Aécio rebateu e afirmou que a adversária não executa os fundos aprovados pelo Congresso Nacional para a área.

Ibope: Em duas semanas, Dilma sobe e Aécio cai entre eleitores de Marina

Do UOL, em São Paulo, 24/10/2014

A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), subiu cinco pontos percentuais entre os eleitores de Marina Silva (PSB) no primeiro turno, de acordo com o Ibope, nas últimas duas semanas. Aécio Neves (PSDB) permanece como opção favorita de quem escolheu a ex-ministra do Meio Ambiente no pleito de 5 de outubro, mas perdeu quatro pontos percentuais no mesmo período.

Na pesquisa divulgada nesta quinta-feira (23), em que apareceu pela primeira vez na frente do tucano em intenções de voto no segundo turno, Dilma obteve 23% da preferência dos eleitores de Marina Silva, contra 60% de Aécio. Na sondagem realizada pelo Ibope em 9 de outubro, logo após o primeiro turno, Aécio tinha 64% nesse segmento, enquanto Dilma possuía 18%. A margem de erro das duas pesquisas é de dois pontos percentuais, para mais e para menos.

Brancos e nulos somam 12% na pesquisa divulgada ontem, e 5% dos 'marineiros' do primeiro turno permanecem indecisos --há duas semanas, esses números eram, respectivamente, 10% e 8%.

No total, a pesquisa desta quinta-feira indica Dilma com 49% e Aécio com 41% de intenções de votos do eleitorado. Há 3% de indecisos e 7% que pretendem anular ou votar em branco.

A subida de Dilma e a queda de Aécio ocorrem, coincidentemente, após Marina Silva declarar apoio ao candidato tucano, no último dia 12. Desde então, a ex-ministra apareceu ao lado de Aécio em um ato de campanha e também pediu votos ao candidato no horário eleitoral do PSDB.

No primeiro turno, Marina recebeu pouco mais de 22 milhões de votos, o equivalente a 21,32% dos eleitores que compareceram às urnas. Dilma obteve 41,59% (43 milhões de votos) e Aécio, 33,55% (34 milhões).

Na pesquisa divulgada ontem, o Ibope entrevistou 3.010 eleitores, entre segunda (20) e quarta-feira (22). A pesquisa foi encomendada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e pela TV Globo. O número de registro no TSE é BR-1168/2014.

A sondagem publicada no dia 9 atrás foi realizada entre 7 e 8 de outubro e ouviu 3.010 eleitores. Ela também foi encomendada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e pela TV Globo. O número de registro no TSE é BR-01071/2014.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ibope e Datafolha mostram Dilma à frente de Aécio

Segundo Ibope, petista tem 54% contra 46% do tucano; resultado do Datafolha é mais apertado: 53% a 47%

Correio Braziliense, 23/10/2014 


Pesquisa Ibope divulgada na tarde desta quinta-feira (23/10) mostra a presidente Dilma Rousseff (PT) com 54% dos votos válidos e Aécio Neves (PSDB), com 46%. Em votos totais, quando são considerados os nulos e brancos, a petista tem 49% da preferência, contra 41% do tucano. Ao declarar o resultado das eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), considera apenas os votos válidos.


A pesquisa, encomendada pelo jornal Estado de S.Paulo e a TV Globo, com registro BR-01168/2014, ouviu 2.010 eleitores em 203 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. O levantamento divulgado anteriormente pelo instituto, na quarta-feira passada (15/10), apontava Dilma com 49% e o tucano, com 51%.

Na tarde de hoje foi divulgada ainda pesquisa Datafolha. Dilma aparece com 53% das intenções de voto e Aécio, com 47%. Na pesquisa divulgada anteriormente pelo instituto, na madrugada de ontem, Dilma tinha 52% e Aécio, 48%. O levantamento doi encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo e a TV Globo. O Datafolha ouviu 9.910 pessoas ontem e hoje. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. O registro no TSE é BR-1162/2014.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Dilma e Aécio fazem acordo no TSE para acabar com ataques no horário eleitoral

Com a decisão, as coligações comprometeram-se a priorizar o debate de ideias no espaço horário eleitoral gratuito no rádio e na TV

Agência Brasil, 22/10/2014 


As coordenações jurídicas das campanhas dos candidatos que disputam o segundo turno das eleições presidenciais entraram em acordo hoje (22) para arquivar todas representações que foram protocoladas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas são referentes às eleições de 2014. O acordo firmado entre as coligações da candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) e de Aécio Neves (PSDB) foi homologado por unanimidade pelos ministros do TSE.

Com a decisão, as coligações comprometeram-se a priorizar o debate de ideias no espaço horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. O acordo foi acertado entre os advogados das duas coligações após a decisão na qual o tribunal entendeu que a propaganda eleitoral não pode ser usada para ofensas pessoais. O novo entendimento sobre a matéria, firmado na semana passada, provocou suspensões de trechos da propaganda dos dois candidatos.

Quem está com o povo? Tire suas próprias conclusões!

 




segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ibope, votos válidos: Helder tem 52% e Jatene, 48% na disputa pelo Governo do Pará

Levantamento com 812 pessoas foi realizado entre 14 e 16 de outubro. Margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Do G1 PA, 18/10/14

Pesquisa Ibope divulgada neste sábado (18) aponta os seguintes percentuais de votos válidos na corrida para o governo do Pará:
- Helder Barbalho (PMDB): 52%
- Simão Jatene (PSDB): 48%

Para calcular esses votos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.

A pesquisa foi encomendada pela TV Liberal.

É o primeiro levantamento divulgado pelo instituto no segundo turno da eleição para governador do PA. Segundo o Ibope, os candidatos estão empatados tecnicamente dentro da margem de erro, de três pontos.

Votos totais
Se forem incluídos os votos brancos e nulos e dos eleitores que se declaram indecisos, os votos totais da pesquisa estimulada são:
- Helder Barbalho (PMDB): 48%
- Simão Jatene (PSDB): 45%
- Branco/nulo: 3%
- Não sabe/não respondeu: 4%

O Ibope ouviu 812 eleitores em 43 municípios do estado de 14 a 16 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de três pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Pará sob registro PA-00052/2014 e no Tribunal Superior Eleitoral sob protocolo no BR-01121/2014.

Rejeição
O Ibope perguntou em qual candidato o eleitor não votaria de jeito nenhum. Veja os números:
Simão Jatene - 40%
Helder Barbalho - 37%
Poderia votar em ambos - 16%
Não sabe/não respondeu - 8%

Expectativa de vitória
O Ibope também perguntou aos entrevistados quem eles acham que será o próximo governador, independentemente da intenção de voto. Para 52%, Helder Barbalho sairá vitorioso; 38% acreditam que Simão Jatene ganhará; 10% não sabem ou não responderam.

Ibope, votos válidos: Dilma tem 56% e Aécio, 44%, no Pará

Levantamento com 812 pessoas foi realizado entre 14 e 16 de outubro. Margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Do G1 PA, 18/10/14

Pesquisa Ibope divulgada neste sábado (18) aponta os seguintes percentuais de votos válidos na corrida presidencial apenas com eleitores do Pará:
- Dilma Rousseff (PT) - 56%
- Aécio Neves (PSDB) - 44%

A pesquisa foi encomendada pela TV Liberal.

Para calcular esses votos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.

O Ibope ouviu 812 eleitores em 43 municípios do estado de 14 a 16 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de três pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Pará sob registro PA-00052/2014 e no Tribunal Superior Eleitoral sob protocolo no BR-001121/2014.

Dilma tem 52%, e Aécio, 48% dos votos válidos, aponta Datafolha

Levantamento com 4.389 eleitores foi feito nesta segunda (20). Margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Do G1, em São Paulo, 20/10/2014


Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (20) aponta os seguintes percentuais de votos válidos no segundo turno da corrida para a Presidência da República:
- Dilma Rousseff (PT): 52%
- Aécio Neves (PSDB): 48%

Para calcular esses votos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.

A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S.Paulo".

De acordo com o Datafolha, na reta final da eleição, os candidatos continuam empatados, no limite da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, mas Dilma aparece pela primeira vez numericamente à frente de Aécio em um levantamento feito após o primeiro turno.

No levantamento anterior do instituto, divulgado no dia 15, Aécio tinha 51% e Dilma, 49%.

Votos totais
Se forem incluídos os votos brancos e nulos e dos eleitores que se declaram indecisos, os votos totais da pesquisa estimulada são:

- Aécio Neves (PSDB): 46%
- Dilma Rousseff (PT): 43%
- Em branco/nulo/nenhum: 5%
- Não sabe: 6%

Na margem de erro, os candidatos estão empatados tecnicamente.

O Datafolha ouviu 4.389 eleitores no dias 20 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso significa que, se forem realizados 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro de dois pontos prevista. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01140/2014.

sábado, 18 de outubro de 2014

Ronaldo fala sobre sumiço de relatórios no TCE e vira piada no Twitter


Jogador tentou 'apoiar' Aécio Neves, mas acabou contestado pelos usuários da rede social 

O ex-jogador Ronaldo Nazário recebeu duras críticas de internautas no Twitter nesta quinta-feira (16) ao comentar a notícia de que relatórios técnicos utilizados por Dilma Rousseff (PT) em acusação contra Aécio Neves (PSDB), no debate da TV Bandeirantes, desapareceram do site do Tribunal de Contas de Minas Gerais. 

No debate, Dilma afirmou que o governo de Minas Gerais, por não ter cumprido o mínimo constitucional (12% da receita estadual) nas gestões do PSDB em Minas, teria “desviado” R$ 7,6 bilhões, pedindo aos telespectadores que conferissem a informação no site do TCE. 

A página saiu do ar e só retornou na manhã seguinte, sem os pareceres técnicos citados pela presidente, que só voltaram ao site no fim da tarde de ontem. Na manhã desta quinta-feira, a notícia da “Folha de S.Paulo”, publicada pelo perfil do UOL Notícias no Twitter, foi postada pelo ex-jogador. 

Apoiador do tucano, ele acrescentou o comentário “vão sumir todas as calúnias”. Internautas encararam a postagem como um erro de Ronaldo, que não teria entendido de qual sumiço a reportagem tratava. “Ronaldo, você leu a matéria? Acho que você não tem ideia do que aconteceu”, escreveu uma usuária. “Se é calúnia, por que estava registrado no Tribunal de Contas do Estado? Patético”, disse um internauta. “E nem sabe o que é TCE”, provocou outro. 

À tarde, após a repercussão do comentário, Ronaldo respondeu ao perfil satírico Dilma Bolada, que apoia a presidente e questionou o ex-jogador sobre sua frase. “Vai sumir porque não existe fundamento no que a candidata Dilma está inventando! Tudo mentira dela!”, escreveu o ex-atacante da seleção brasileira.

Fonte: Tribuna do Norte, 17/10/14 

Promotoria aciona Estado de MG por suposta fraude na saúde sob Aécio

PAULO PEIXOTO E LUCAS FERRAZ, ENVIADO ESPECIAL 

BELO HORIZONTE, MG - O Ministério Público de Minas Gerais ajuizou nesta sexta-feira (17) uma ação contra o governo do Estado por suposta fraude orçamentária nos gastos com saúde durante a gestão do presidenciável tucano Aécio Neves (2003-2010). 

Assinada por três promotores, a peça pede o ressarcimento aos cofres públicos de cerca de R$ 1,3 bilhão que, segundo a Promotoria, foi "maquiado" pelo governo Aécio e a estatal de saneamento Copasa para que o Estado atingisse o mínimo constitucional (12% da receita) dos gastos em saúde. 

A Promotoria pede o "ressarcimento ao Fundo Estadual de Saúde do montante computado e não investido". Ou seja, o Ministério Público afirma que o governo mineiro contabilizou os gastos sem efetivamente realizá-los. 

É a segunda ação contra o governo mineiro pelo mesmo motivo. O assunto tem sido explorado na campanha presidencial pela rival de Aécio, Dilma Rousseff (PT). Em outra ação que já tramita na Justiça, o Estado é réu por "maquiar", segundo a ação, cerca de R$ 4,3 bilhões que deveriam ter sido investidos na saúde entre 2003 e 2008. Dilma, na campanha, tem usado o valor de cerca de R$ 7,7 bilhões --montante que inclui os anos de 2010 e 2011. 

A promotora Josely Ramos, responsável pela área da saúde, propôs também, em 2010, uma ação de improbidade administrativa contra Aécio. Segundo a investigação, entre os anos de 2003 e 2008, mais de 50% dos investimentos da saúde provinham de ações da Copasa. Prestações de contas do Estado afirmavam que o governo havia transferido dinheiro à entidade para aplicá-lo em ações de saneamento. Auditoria realizada nas contas da Copasa, contudo, mostrou que a entidade não recebeu recursos do Estado para investir em saúde. 

A própria estatal reconheceu que a verba não foi transferida, segundo a ação. Da mesma maneira, o Estado também teria confirmado que os valores a que se refere o Ministério Público são provenientes da própria atividade operacional da Copasa. Sem analisar o mérito, contudo, o procurador-geral da Justiça, André Bittencourt, arquivou a ação de improbidade contra Aécio em janeiro deste ano por entender que Josely não poderia processar um governador, papel que caberia somente a ele. 

Josely argumenta que, quando propôs a ação, no segundo semestre de 2010, Aécio já havia deixado o governo. Ela recorre da decisão. OUTRO LADO O governo de Minas nega haver irregularidade. Diz que, naqueles anos, ainda não havia sido regulamentada a emenda constitucional que define os percentuais de investimento no setor. Por causa disso, o Executivo mineiro chegou a fazer um acordo com o TCE (Tribunal de Contas do Estado de Minas) de aplicação crescente e progressiva até atingir o percentual de 12%. 

O Estado também afirma que, durante o governo Aécio, todas as suas contas foram aprovadas, mesmo argumento apresentado pelo presidenciável do PSDB. 

Fonte: Tribuna do Norte Online, 17/10/14

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O que os politicólogos disseram sobre o debate dos presidenciáveis no SBT

Debate (no SBT) foi histórico, para ser lembrado daqui a dez anos

Por eliane cantanhêde, da Folha de S. Paulo (e cobertura de Veja.com)

Sem exagero, o debate do segundo turno desta quinta-feira foi um debate histórico, desses que a gente vai estar comentando em cinco, dez anos. Os dois candidatos muito agressivos, com ataques do início ao fim, mas ambos com respostas na ponta da língua e tiradas televisivas.

Aécio teve um trunfo inesperado, com a história do irmão de Dilma, que a pegou de surpresa.

Dilma teve o trunfo dela, com o "furo" da Folha, no meio do debate, sobre a afirmação do delator da Petrobras de que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (que já morreu), ganhou propina para esvaziar uma CPI da Petrobras de anos atrás.

No frigir dos ovos, dá para dizer que Aécio e Dilma saem feridos, mas saem vivos.

O mais importante é saber qual o percentual de indecisos ou de votos nulos e em branco que assistiram. Segundo a última pesquisa Datafolha, eles somam 12% do eleitorado.

Aécio e Dilma falaram para eleitores qualificados e, provavelmente, já definidos, tendo o cuidado de não perder votos. Mas, além de não perder, eles precisam ganhar. Ganharam?
Na Folha: Dilma e Aécio sobem tom de acusações e falam em familiares e bebida

O debate promovido por SBT, UOL e Jovem Pan nesta quinta-feira (16) foi marcado por uma maior agressividade nos ataques entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) –enquanto as propostas de governo mal foram abordadas em 1h20 de programa.

Com os candidatos empatados tecnicamente há uma semana, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta (15), novas acusações foram trazidas à tona, envolvendo episódios de nepotismo e de embriaguez.

Ao final do debate, ao conceder entrevista a uma repórter do SBT, a presidente passou mal e pediu para se sentar. Ela disse que sofreu uma queda de pressão. "Tive uma queda de pressão, o debate sempre exige muito da gente, foi isso, agora consigo concluir minha entrevista com você. Peço desculpas ao telespectador, mas é assim que nós somos", afirmou.
Reprodução/SBT 
Dilma passa mal ao final de debate do UOL, SBT e Jovem Pan

Aécio acusou Dilma de favorecer o emprego de seu irmão, Igor Rousseff, na prefeitura de Belo Horizonte durante a gestão Fernando Pimentel (PT).

A declaração ocorreu depois que Dilma repetiu, pela segunda vez no debate desta quinta, que o tucano havia empregado parentes no governo de Minas Gerais.

"Infelizmente agora nós sabemos por que a senhora disse que não nomeou parentes no seu governo. A senhora pediu que os seus aliados o fizessem", afirmou.

Igor, irmão único de Dilma, foi designado assessor especial do gabinete do prefeito de Belo Horizonte em setembro de 2003.

Quando ele se desligou da prefeitura, em 31 de dezembro de 2008, ocupava o cargo de assessor especial da Secretaria Municipal de Orçamento e Planejamento.

Fernando Pimentel, eleito governador de Minas Gerais no último dia 5, rebateu a acusação de Aécio pelo Twitter.

"Igor Roussef foi assessor especial na minha gestão em BH. Ele é advogado e trabalhou com regularidade e eficiência na prefeitura e na procuradoria do município", escreveu durante o debate.

O tucano também rebateu críticas de nepotismo relativas a sua irmã mais velha, Andrea Neves, que vinham sendo utilizadas por Dilma tanto neste quanto no debate anterior, ocorrido na segunda (13).

"No meu governo, me ajudou muito a minha irmã Andrea, figura extraordinária. Ela assumiu o serviço de voluntariado de Minas Gerais, me ajudou a coordenar a área de comunicação sem remuneração", disse o ex-governador.

"Lamento ter que trazer esse tema aqui, a diferença entre nós é que a minha irmã trabalha muito e não recebe nada, o seu irmão recebe e não trabalha nada", atacou.

Dilma, por sua vez, questionou Aécio sobre sua posição em relação à lei seca, que pune motoristas que dirigem embriagados – tema sensível ao tucano, que foi pego dirigindo com a carteira vencida e recusou-se a fazer o teste do bafômetro em 2011.

Aécio subiu o tom e disse que a candidata não tinha "coragem para a fazer pergunta direto".

"Eu tive um episódio sim, e reconheci. Tenho uma capacidade que a senhora não tem. Eu tive um episódio que parei numa Lei Seca porque minha carteira estava vencida e ali naquele momento inadvertidamente não fiz o exame e me desculpei disso", replicou.

Em 2011, ao se recusar a fazer o teste do bafômetro e dirigir com a carteira vencida numa madrugada no Rio de Janeiro, Aécio teve o documento apreendido em blitz da Operação Lei Seca.

À época, o tucano confirmou não ter feito o teste, mas disse que isso ocorreu porque os policiais já haviam constatado que sua habilitação estava vencida.

"A senhora caminha para perder essas eleições pela incapacidade que demonstrou inclusive de respeitar os seus adversários", rebateu Aécio.

Os candidatos também se acusaram mutuamente de mentir em várias partes do debate. Aécio chegou a dizer que Dilma fazia uma "campanha da mentira" e a petista falou que o senador "manipula palavras".

Análise: Marketing da pancadaria tenta desossar rival ao máximo

FERNANDO RODRIGUES, DE BRASÍLIA

O nível de agressão visto no debate presidencial desta quinta (16) é uma estratégia política deliberada das campanhas de Aécio Neves (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT). Trata-se apenas de retórica quando ambos falam em elevar o nível das discussões.

É que a esta altura da eleição, com os dois empatados, os cânones do marketing político oferecem duas opções principais.

A primeira é ter uma proposta de governo realmente muito atraente e inovadora para tentar pescar votos no eleitorado do adversário. Aécio precisa convencer parte dos dilmistas a votar nele. E Dilma tem de atrair aecistas. Não é saída fácil, sobretudo porque muitos brasileiros já conhecem em linhas gerais como se comportam no poder o PT e o PSDB.

Mas sobram eleitores que declaram voto num nome sem ainda estarem muito convictos. Nesse bioma dos "quase indecisos" surge a outra opção do marketing: tentar desossar o concorrente ao máximo.

Essa estratégia pode até não levar Dilma a ganhar eleitores de Aécio ou vice-versa. Só que a enxurrada de acusações tende a causar o desalento em algum aecista ou dilmista pouco convicto. O objetivo de PT e PSDB agora é incentivar parte dos eleitores adversários a pensar "acho que não vou votar em ninguém".

Pode parecer uma estratégia reducionista, mas é o que basta. Neste momento, quem consegue fazer um eleitor desistir de votar no rival já obtém uma vitória. Ainda que esse brasileiro só decida votar nulo.

Daí Aécio classificar Dilma de mentirosa e incompetente. Citar a Petrobras. Mencionar os baixos investimentos na área de segurança. E trazer também ao debate um caso pessoal: o do irmão da presidente que um dia teve um emprego público em Minas Gerais.

No caso da petista, as acusações ao tucano foram ainda mais pessoais. Para muitos, talvez Dilma tenha ultrapassado o aceitável num debate presidencial, mas a tática foi meticulosamente estudada pelo seu marketing: resta cerca de uma semana de campanha e é preciso usar ataques fáceis de serem entendidos.

Dilma tangenciou e perguntou sobre pessoas que abusam de álcool e drogas. Trouxe para a mídia de massa (a TV) o episódio em que Aécio foi barrado há alguns anos por uma blitz policial no Rio e se recusou a fazer o teste do bafômetro. O tucano estava treinado. Admitiu o erro e disse ter ficado arrependido.

Para não restar dúvidas, ao final do debate, o presidente do PT, Rui Falcão, foi explícito em entrevista ao UOL: "Todo mundo sabe que ele [Aécio] estava dirigindo embriagado".

Até dia 26 será assim. A mando do marketing, os brasileiros saberão cada vez mais detalhes das vidas pessoais de Dilma e Aécio.

Análise política do Estadão: Sem limites para a desconstrução das duas candidaturas

MARCELO DE MORAES - O ESTADO DE S. PAULO

Candidatos se preocuparam muito mais em desconstruir adversário do que em discutir programas de seus eventuais governos

A eleição mais acirrada do País desde sua redemocratização acabou produzindo um inesperado efeito colateral. Os debates entre a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves exibiram os dois candidatos se preocuparam muito mais em desconstruir o adversário do que em discutir programas de seus eventuais governos. Nesta quinta-feira, 16, no debate realizado pelo SBT, o nível da troca de ataques parece ter chegado ao seu grau mais elevado, com traulitadas violentas de ambas as partes, envolvendo família, álcool e corrupção, entre outros temas.

Ao adotarem a saraivada de críticas como estratégia, os candidatos sinalizam uma prioridade que inverte a lógica tradicional da política. Em vez de buscarem o interesse dos eleitores com suas propostas, a tática privilegia apontar o dedo para os defeitos dos oponentes.

O risco dessa estratégia é claro: aumentar a rejeição dos candidatos e indicar o caminho do voto nulo ou da abstenção para o eleitor. Afinal, ao ouvir tantos ataques mútuos, o cidadão sempre pode considerar que ambos têm razão nas críticas e se desapontar mais ainda com a política.

Até agora, as pesquisas de intenção de voto apontam para o empate técnico entre os dois candidatos, com Aécio levando pequena vantagem numérica. A segunda rodada de pesquisas do 2.º turno, divulgada na quarta-feira por Ibope e Datafolha, registrou a manutenção desse quadro, mas já indicou um ligeiro aumento de votos brancos e nulos e no número de indecisos.

Se os dois debates restantes forem novamente marcados pela tática da desconstrução de candidaturas sem limites, a taxa de rejeição poderá se tornar um fator muito mais importante para a eleição do que as propostas para saúde, educação, segurança ou outras áreas prioritárias para o País.

Marco Aurélio Garcia diz que Aécio explora 'sentimento anticomunista'

ADRIANO BARCELOS, DO RIO

O assessor especial da Presidência da República para assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, atacou as propostas do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) para a política internacional brasileira na tarde desta quinta-feira (16).

Garcia criticou principalmente o que entende como apelo de Aécio ao discurso anticomunista ao questionar nos debates e na propaganda eleitoral investimentos brasileiros no porto de Mariel, em Cuba.

"É um caso claro de exportação de serviço, é importante e fizemos com outros países, com o Chile e com a Venezuela, Bolívia, Colômbia. O candidato Aécio está tentando aproveitar, não sei se é anticomunista feroz, um sentimento anticomunista que existe em parcelas da população e transformar isso num problema. Não tem essa coisa de deixar de fazer um porto em Rio Grande (RS) para fazer um em Cuba, não tem isso", afirmou Garcia, para completar:

"Se ele quiser trazer isso, está apostando na desinformação".

O assessor da presidente Dilma Rousseff participou de encontro organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais em um auditório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Encontrou uma plateia favorável e respondeu as principais críticas da oposição à condução do Itamaraty no governo Dilma. Negou que haja antipatia do Brasil com os Estados Unidos e que o país esteja alinhado em demasia com "os bolivarianos", referindo-se especialmente à Bolívia de Evo Morales e à Venezuela de Nicolás Maduro.

INSINUAÇÃO

Durante a apresentação, Garcia explicou o atual momento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e fez insinuações que associam Aécio ao uso de entorpecentes. O tucano tem defendido mais segurança nas fronteiras para evitar o ingresso de cocaína no país.

"Se vocês lerem os documentos constitutivos da Unasul, verão que concretamente o que se dá ênfase ali é na questão da integração logística, da integração elétrica. Tudo isso vai exigir do governo brasileiro, mudança na capacidade de diálogo. Essa capacidade não se fará se nós dissermos que estamos cercados por países produtores de cocaína. (aplausos) Não entendo tanto essa obsessão com a cocaína, mas deixa pra lá (risos)."

No final, para a imprensa, Garcia criticou a proposta de Aécio de aproximação com o bloco de países da Aliança do Pacífico, em detrimento do Mercosul.

"Estamos há três meses defendendo um diálogo entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul. Quem está defendendo a Aliança do Pacífico não tem a mínima ideia do que é a Aliança do Pacífico.

Aécio não tem ideia de muitas coisas, mas essa aí em particular. Temos, em termos comerciais, tarifas com vários países da Aliança do Pacífico mais baixas que eles têm internamente", afirmou.

MAR DE LAMA

Em seguida, o assessor atacou mais diretamente a postura do candidato do PSDB e afirmou que o avô de Aécio, Tancredo Neves, que foi ministro da Justiça no último mandato do ex-presidente Getúlio Vargas (1951-1954), "daria voltas no túmulo" ao ver o tucano mencionando um "mar de lama" no atual governo.

"O Aécio está reeditando a velha agenda da direita brasileira. Neste particular ele não está inovando nada, ele é um candidato velho. A cereja no bolo foi a frase dele sobre o mar de lama. O avô dele, que participou daquele governo que era chamado de mar de lama, de Getúlio, deve estar dando voltas no túmulo. Essa é a linguagem que levou Getúlio ao suicídio, levou ao golpe militar, mas não vai nos levar a uma derrota. Se nos levar, tudo bem, faz parte da democracia, mas acredito que o povo brasileiro evoluiu muito". 

Em VEJA: Corrupção e ataques pessoais marcam debate agressivo entre Dilma e Aécio. Presidente-candidata tentou resgatar episódio no qual Aécio recusou-se a fazer o teste do bafômetro, mas tucano devolveu apontando o baixo nível da campanha petista

Se até agora, a aposta de Dilma Rousseff (PT) foi na tentativa de desconstrução do gestor Aécio Neves (PSDB), no debate promovido por SBT/UOL/Jovem Pan, a presidente-candidata buscou atingir o caráter do tucano. O ápice da estratégia petista ficou claro no terceiro bloco, quando Dilma sacou uma pergunta sobre a Lei Seca no trânsito, cujo verdadeiro objetivo era lembrar o episódio em que Aécio recusou-se a fazer o teste do bafômetro durante uma blitz no Rio de Janeiro. O tiro saiu pela culatra: Aécio respondeu dizendo que ela "poderia ter sido direta" e ele mesmo mencionou o episódio. Na sequência, acusou Dilma de rebaixar o nível do debate.


"Tenha coragem de fazer a pergunta diretamente. A senhora tenta deturpar um assunto que deve ser lidado com maior clareza. Eu tive um episódio sim, em que me recusei a fazer o teste do bafômetro. Minha carteira estava vencida. Eu me arrependi, diferentemente da senhora que não se arrepende de nada. Vamos falar de coisa séria, de como melhorar a vida das pessoas. Não é possível que a senhora queira fazer a campanha mais suja que já se viu. Quando a senhora ofende a mim, ofende a minha família, a senhora ofende todos os brasileiros que querem mudança", disse. Contrariando as regras do debate, a plateia aplaudiu.

Na mais acirrada campanha desde a redemocratização, o duríssimo debate entre Dilma e Aécio foi pontuado por acusações de corrupção e nepotismo. A temperatura subiu quando as duas campanhas prepararam “perguntas-surpresas”, sobre temas que não haviam sido abordados nos confrontos anteriores na televisão – no caso da petista, o ataque pessoal ao tucano.

Confrontado no debate anterior, da TV Bandeirantes, com o fato de que sua irmã, Andrea Neves, trabalhou no governo de Minas Gerais quando ele administrou o Estado, Aécio Neves disse que que ela exercia trabalho voluntário e não remunerado. Em seguida, apontou a nomeação do irmão de Dilma, Igor Rousseff, para um cargo de assessor da prefeitura de Belo Horizonte na gestão do petista Fernando Pimentel.

Os 15,2 milhões de votos de Minas Gerais também voltaram ao centro do debate. Em todos os blocos, a petista tentou apontar números desfavoráveis dos governos de Aécio ou mencionou o Estado lateralmente. O tucano reclamou: “Quem ligar a televisão desavisadamente agora vai achar que a senhora quer ser governadora de Minas Gerais ou prefeita de Belo Horizonte”. A petista reagiu dizendo que Aécio "quer falar em nome de Minas Gerais" e voltou a citar a reportagem do jornal Folha de S. Paulo, segundo a qual ele construiu um aeroporto na cidade mineira de Cláudio em terras de familiares – ele diz que a área é pública. "Querendo ou não tergiversar sobre esse assunto, é errado colocar um aeroporto na fazenda de um tio", disse Dilma, numa das sucessivas falas em que empregou tom professoral.

Aécio insistiu na linha de que a campanha petista propagandeia mentiras: "A sua campanha é a campanha da mentira. O Brasil não merece a campanha que a senhora quer fazer". O tucano também citou a profusão de escândalos que assolam a Petrobras. Duas vezes, ele lembrou que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi apontado pelo delator do esquema de propina na estatal, Paulo Roberto Costa, como um dos destinatários dos recursos desviados dos cofres da empresa. Além disso, também lembrou que Vaccari tem assento no conselho de administração de Itaipu Binacional. Dilma, entretanto, tinha uma carta na manga desta vez: citou a reportagem da Folha de S. Paulo na qual Costa diz que pagou propina ao ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, morto em março deste ano, para que ele ajudasse a esvaziar uma CPI que investigava a estatal em 2009.

Dilma também tentou relembrar denúncias antigas envolvendo o PSDB: "Onde estão os corruptos da privataria tucana?". Aécio devolveu: "Onde estão os corruptos do seu partido? Estão presos". E mencionou os mensaleiros: "O presidente do seu partido [José Genoino] foi preso, o tesoureiro [Delúbio Soares] e o ex-ministro da Casa Civil [José Dirceu] foram presos".

Fonte: Folha de S. Paulo + Veja, 17/10/14

Dilma e Aécio partem para ataques generalizados e têm duelo mais agressivo da campanha

Os candidatos fizeram o debate mais agressivo da campanha com ataques generalizados de ambos os lados, deixando as propostas de governo em segundo plano Fotos: Paulo hitaker/Montagem/Reuters

OSASCO - A presidente Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) fizeram nesta quinta-feira, nos estúdios do SBT, o debate mais agressivo da campanha com ataques generalizados de ambos os lados, deixando as propostas de governo em segundo plano.

No confronto, Dilma lembrou, por exemplo, o episódio em que o tucano foi parado em uma blitz da Lei Seca e se recusou a fazer o teste do bafômetro, e Aécio afirmou que um irmão da presidente foi nomeado para trabalhar na prefeitura de Belo Horizonte durante um governo do PT e não ia ao trabalho.

Os candidatos se acusaram mutuamente de mentir e, ao final do debate, Dilma chegou a se sentir mal e teve uma queda de pressão em um dia de forte calor em Osasco, na Grande São Paulo, onde ocorreu o debate. Mas ela se recuperou rapidamente.

A presidente acusou o PSDB de "ocultações" de provas, que teriam impedido que o PT, ao chegar ao governo federal, investigasse denúncias de irregularidades envolvendo os tucanos.

"Foram as provas que vocês levaram e as ocultações que vocês fizeram que impedem uma investigação maior", disse Dilma, ao responder Aécio, que havia questionado a razão de os governos petistas não terem investigados denúncias contra o governo anterior, emendo que ou não havia provas ou a presidente "prevaricou".

Dilma lembrou indiretamente o episódio em que Aécio foi parado por uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro e se negou a fazer o teste do bafômetro, alegando que estava com a carteira de habilitação vencida.

"Não é possível que a senhora queira vir aqui fazer a mais baixa das campanhas eleitorais até aqui", disparou o tucano que cobrou que a presidente tivesse "coragem" de fazer a pergunta diretamente. Ele reconheceu que errou no episódio em que foi parado, negou que estivesse embriagado e se disse arrependido de não ter feito o teste.

NEPOTISMO E INFLAÇÃO

Assim como no debate da TV Bandeirantes, Dilma voltou a acusar o adversário de nepotismo quando governou Minas.

Ao contrário do confronto anterior, quando não respondeu diretamente à presidente, dessa vez Aécio afirmou que Igor Rousseff, irmão da petista, foi nomeado por um cargo na prefeitura de Belo Horizonte, na gestão do petista Fernando Pimentel, e recebeu sem trabalhar.

"A diferença entre nós é que a minha irmã trabalha muito e não recebe nada, o seu irmão recebe e não trabalha nada", disparou Aécio, afirmando que sua irmã, Andrea Neves, o ajudou na área de comunicação do governo de Minas de forma voluntária.

Em um dos poucos momentos em que os dois adversários no segundo turno não trataram de acusações, Dilma criticou a proposta de Aécio de reduzir a meta de inflação, atualmente em 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos, para 3 por cento ao ano.

"Vocês falam que querem fazer a inflação convergir para 3 por cento. É importante para a dona de casa que está nos escutando, vou falar para ela. O que acontecerá se a inflação for para 3 por cento? Nós vamos ter uma taxa de desemprego de 15 (por cento)", afirmou a presidente.

MINAS GERAIS

O Estado natal dos dois presidenciáveis voltou a ser tema do debate entre Dilma e Aécio, com críticas da presidente aos dois mandatos que o tucano governou o Estado e com o candidato do PSDB acusando a petista de desrespeitar os mineiros.

"Pare de ofender Minas Gerais, candidata", disparou Aécio ao responder as acusações de nepotismo da presidente. O tucano chegou a ironizar a rival afirmando que, "desempregada" a partir de janeiro ela poderia se interessar em se candidatar ao governo de Minas.

A presidente rebateu evocando a juventude dos dois.

"Não coloque Minas Gerais como sendo sua... Se eu saí de Minas não foi para passear no Rio de Janeiro, foi porque eu fui perseguida... Minas não se confunde com o senhor."

Dilma voltou a afirmar que os governos tucanos "engavetavam" denúncias, ao que Aécio respondeu pedindo que a presidente não o medisse "com a sua régua".

O tucano também voltou a dizer que, no segundo turno da campanha, parecem haver dois candidatos de oposição e acusou Dilma de não ter feito em quatro anos o que vem propondo para um eventual segundo mandato.