quinta-feira, 15 de março de 2018

As repercussões do assassinato da vereadora Marielle, do PSOL, do Rio



Assassinato a tiros da vereadora Marielle Franco, do PSOL, na região central do Rio na noite desta quarta (14), chocou o Brasil e já repercute negativamente no exterior; o crime, com características de execução, teve amplo destaque na imprensa estrangeira.

O caso está no “The New York Times”, “The Washington Post” e na rede ABC News, entre outros.

O assunto é um dos mais comentados no Twitter no mundo; nascida na favela da Maré e ativista do movimento negro, Marielle vinha denunciando crimes cometidos por policiais no Rio.


Eurodeputados de diversos países homenagearam a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), executada na noite desta quarta-feira, 14, durante plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo.

Nas redes sociais, GUE/NGL (Confederal Group of the European United Left/Nordic Green Left) também postou imagens de parlamentares com cartazes denunciando o ocorrido e cobrando justiça.

"Ela era conhecida por seu trabalho nas favelas do Brasil e havia denunciado recentemente abusos pelo exército brasileiro", escreveu o grupo.



Organização não governamental Anistia Internacional pediu investigação imediata e rigorosa do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro e defensora dos direitos humanos Marielle Franco, do PSOL.

A vereadora foi assassinada a tiros na noite de ontem (14), no centro do Rio.

"Marielle Franco é reconhecida por sua histórica luta por direitos humanos, especialmente em defesa dos direitos das mulheres negras e moradores de favelas e periferias e na denúncia da violência policial", disse a ONG.

"Não podem restar dúvidas a respeito do contexto, motivação e autoria do assassinato de Marielle Franco", completou em nota.

ONU: “chocante” a morte de Marielle, num Rio sob intervenção militar

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) classificou hoje (15) como "profundamente chocante" o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, do Psol.

Em nota, a porta-voz do Escritório da ONU, Liz Throssel, lembrou que Marielle era uma defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial, pelos direitos das mulheres e de afrodescendentes em áreas pobres do Rio de Janeiro.

A ONU pediu ainda que o inquérito ocorra "o mais rapidamente possível".


A execução brutal da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada a tiros na noite desta quarta-feira, já provoca manifestações; além do Rio, manifestantes começaram a se organizar pelas redes sociais para protestos e marchas em outras cidades pelo Brasil, como São Paulo e Belo Horizonte.

Enterro de Marielle hoje no Rio de Janeiro

15.mar.2018 - Milhares se reúnem na Avenida Paulista, em São Paulo, para fazer uma homenagem à Marielle Franco Foto da Folha de São Paulo

'Morte de Marielle não afeta intervenção no Rio', diz ministro da Justiça


O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou nesta quinta-feira, 15, que a intervenção militar no Rio de Janeiro não sofrerá alterações por conta do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL)..

"A morte da vereadora não afeta a intervenção federal no Rio", afirmou Jardim; ministro classificou o crime como "inominável tragédia".

Em nota, o interventor federal na segurança no Rio, general Braga Netto, se solidarizou com as famílias e amigos da vereadora e disse que "acompanha o caso em contato permanente com o Secretário de Estado de Segurança [o também general do Exército Richard Fernandez]".


O deputado federal Paulão (PT-AL), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), instituiu em caráter de urgência um grupo de parlamentares para acompanhar as investigações em torno do assassinato da vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL).

O grupo será coordenado pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) e será composto por outros três parlamentares do Rio: Benedita da Silva (PT), Glauber Braga (PSOL) e Wadih Damous (PT).


O perfil no Twitter da vereadora Marielle Franco, assassinada na noite desta quarta-feira no Rio, está repleto de ativismo pelas mulheres negras, pelos direitos humanos e ainda de muitas denúncias sobre a violência policial, especialmente no Estado.

Em uma de suas últimas postagens, ela questiona: "Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?"


Guilherme Boulos, líder do MTST e pré-candidato do PSOL à Presidência, destacou a correlação entre o assassinato da vereadora Marielle Franco e as recentes denúncias que ela vinha fazendo.

Difícil acreditar que a execução a sangue frio de Marielle e do motorista Anderson Gomes seja mera coincidência após as denúncias que ela vinha fazendo sobre a violência policial no Rio.


O ex-chanceler e ex-ministro da Defesa, Celso Amorim, se pronunciou nesta quinta-feira, 15, sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), e classificou o episódio de assassinato brutal.

"O assassinato brutal de Marielle Franco nos faz refletir sobre os objetivos e o sentido da intervenção federal/militar no Rio de Janeiro", disse Amorim.

"Temos que exigir uma apuração ampla e transparente sobre os autores do hediondo crime".


O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB-RJ, condenou o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, do PSOl.

"Marielle Franco foi executada. O assassinato consumou-se hoje mas é resultado de uma trama urdida pela barbárie que tomou conta do Brasil. Sob o fascismo, os grupos de extermínio agem livremente. Enquanto isso a intervenção militar revista mochilas de crianças das favelas", disse Wadih pelo Twitter.


Deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) condenou o assassinato de Marielle Franco e questionou o momento enfrentado pelo país.

"Professores espancados em SP lutando por direitos e a vereadora Marielle do PSOL executada no RJ após denunciar violência contra pobres e negros por parte da PM. Enquanto isto o exército revira mochilas de crianças e a Presidente do STF se encontra com o golpista para respaldar a prisão do Lula”.

Latuff escancara motivação de assassinato de vereadora no Rio

O cartunista Latuff divulgou nesta quinta uma charge que traduz as motivações por trás do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), na noite de ontem no Rio.

A ilustração mostra, com simplicidade, como a atuação de Marielle na fiscalização e denúncia se liga à sua brutal execução




O ex-presidente Lula comentou nesta quinta-feira, 15, o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), que denunciava ação de policiais militares nas favelas cariocas.
"Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marielle Franco, corajosa liderança política. O Rio de Janeiro e a democracia brasileira foram atingidos por esse crime político bárbaro", disse Lula.

"A violência é a irresponsabilidade da ausência do Estado. Esse país só tem um jeito: voltar a crescer, distribuir renda e dar oportunidade para o povo", afirmou o petista, em entrevista a uma rádio de Salvador.


O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), condenou o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL).

"Três absurdos cumulativos: 1) o bárbaro assassinato da vereadora Marielle e do Anderson; 2) a situação gravíssima e anômala que contextualiza o crime e, 3) pessoas que comemoram uma morte e pretendem dar "lição" aos defensores dos direitos humanos", escreveu Dino em sua página no Twitter.


O jornalista Luis Nassif afirmou nesta quinta-feira, 15, que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) foi um xeque na intervenção militar no Rio.

"Os tiros que a atingiram miraram diretamente o interventor militar", acrescenta o jornalista. 

"Marielle foi não apenas a consequência desse aumento da violência, como um desafio aberto das milícias e da PM contra o interventor. Para vencer o desafio, o general [Braga Netto] terá não apenas que identificar e prender os dois criminosos, como enfrentar uma força armada do 41º batalhão da PM", diz Nassif.


O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) afirmou que os assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) são "bandidos politizados".

"Sejam policiais ou não os assassinos de Marielle, são é bandidos assassinos. Mas são bandidos "politizados", pois mataram um quadro político de um partido de esquerda, Psol. Bandidos politizados tem nome: fascistas. No Brasil, na Itália e no mundo", disse Genro no Twitter.

Apesar de amigos e parentes não terem informações de que Marielle Franco (PSOL) estivesse sofrendo ameaças, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirma que o crime tem “características nítidas" de execução.

Para ele, o assassinato da vereadora é inadmissível e “é um crime contra a democracia, contra todos nós, não podemos deixar que isso se naturalize”.


Presidente deposta Dilma Rousseff condenou nesta quinta-feira, 15, a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL).

"Tristes dias para o país onde uma defensora dos direitos humanos é brutalmente assassinada. Ela lutava por tempos melhores, como todos nós que acreditamos no Brasil. Devemos persistir e resistir nesse caminho", disse Dilma.


A irmã da vereadora Marielle Franco (PSOL), Anielle Silva, reconheceu nesta quinta-feira, 15, o corpo da irmã, assassinada no Centro do Rio de Janeiro.

"Minha irmã foi brutalmente assassinada. Mais uma vítima dessa violência que está aí. Tentaram calar 46 mil vozes e as mulheres negras, mas não conseguiram. Não sei o que motivou isso. Ela tem um ano de mandato e não sei por que incomodava tanto", disse Anielle.


Jornalista Alex Solnik, colunista do 247, lembra que quatro dias depois de denunciar ação da Polícia Militar na favela do Acari, no Rio, a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) foi executada.

"Não será difícil identificar os executores. Mas os maiores responsáveis são as autoridades que implantaram um regime de terror no Rio de Janeiro a pretexto de trazer a paz", diz ele.

"Como se pudesse haver paz quando não há pão. E o maior deles é a principal autoridade da nação".

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