quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Romero Jucá, líder do governo Temer no senado, é réu pela oitava vez no Supremo. Mas isso não vem ao caso!

O senador responde a outros sete inquéritos no STF. Também são alvos do novo processo os deputados Alfredo Kaefer, Jorge Côrte Real e o senador José Pimentel. Os quatro serão investigados por corrupção passiva e prevaricação

Congresso em foco, 23/11/2016

Em nota, líder do governo negou que "tenha recebido recursos para beneficiar empresas por meio de medidas provisórias"

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski decidiu nesta quarta-feira (23) abrir inquérito para investigar indícios encontrados contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR) na Operação Zelotes. O caso tramita em segredo de Justiça. Além deste caso, o líder do governo Temer no Senado responde a outros sete inquéritos no STF, sendo dois deles referentes à Operação Lava Jato.

Além de Jucá, também são alvos do novo inquérito os deputados Alfredo Kaefer (PSL-PR) e Jorge Côrte Real (PTB-PE). Lewandowski também abriu inquérito contra o senador José Pimentel (PT-CE). Os quatro parlamentares serão investigados por corrupção passiva e prevaricação. Destes, apenas Jucá já era investigado em outro inquérito da Zelotes.

Segundo relatório da Polícia Federal, o líder do governo no Senado alterou uma medida provisória de 2013 para favorecer o Grupo Gerdau. Na ocasião, o parlamentar era relator da matéria e fixou mudanças nas regras de tributação de lucros de empresas no exterior. Já Alfredo Kaefer e Jorge Côrte Real são investigados como autores de emendas criadas para beneficiar a empresa.

Em nota, Jucá negou ter recebido “recursos para beneficiar empresas por meio de medidas provisórias”. O líder afirmou ainda que “anunciou em plenário o veto a uma emenda que supostamente teria sido comprada. Em outra, o próprio acusador do senador já desmentiu a informação e disse que não pagou nenhum valor ao senador”.

Já o deputado Alfredo Kaefer disse estar “tranquilo” quanto à denúncia. Ele ressaltou que fez uma emenda para uma medida provisória para beneficiar “todas empresas multinacionais” e acabou chamando atenção de André Gerdau, que recomendou que a emenda fosse acatada por Jucá. O deputado afirma que foi procurado por um interlocutor do executivo, mas que não houve um encontro. O representante da empresa levou apenas um cartão da assessoria do parlamentar. Kaefer negou ainda conhecer André Gerdau pessoalmente, mas admitiu que conhece o pai dele, Jorge Gerdau.

Até o fechamento desta reportagem, o deputado Jorge Côrte Real ainda não havia se posicionado sobre o caso.

Leia a íntegra da nota do senador Romero Jucá:

“O senador Romero Jucá nega que tenha recebido recursos para beneficiar empresas por meio de medidas provisórias. Em relação a uma acusação específica, o senador anunciou em plenário o veto a uma emenda que supostamente teria sido comprada. Em outra, o próprio acusador do senador já desmentiu a informação e disse que não pagou nenhum valor ao senador”.

Leia a íntegra da nota do senador José Pimentel:

“Não fui notificado sobre os fatos que embasaram a decisão do ministro Lewandowski. O que posso dizer, mesmo sem saber do seu conteúdo, é que nunca pratiquei ato ilegal, nem recebi qualquer vantagem indevida no exercício da atividade parlamentar.”

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