sábado, 27 de fevereiro de 2016

Visita da presidente Dilma ao Chile, para participar do encontro com economistas

na Cepal e empresários foi muito proveitosa

Neste sábado (27), a presidenta Dilma Rousseff deu continuidade aos compromissos em Santiago, no Chile. Às 10h30, ela recebeu o CEO da LATAM, Henrique Cueto. Em seguida, às 11h, a presidenta se reuniu com o secretário-geral das empresas CMPC, Gonzalo García Balmaceda. Os encontros foram realizados no Hotel Sheraton.

À tarde, a partir das 15h, Dilma Rousseff realizou visita ao edifício-sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e se encontrou com economistas que atuam no organismo internacional. Após a visita, Dilma embarcou de volta para Brasília.

Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com economistas da Comissão Econômica Para a América Latina e Caribe (Cepal). Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Presidenta defendeu equilíbrio fiscal para estimular investimentos no Brasil

“Equilibrar o orçamento […] não é um fim em si. Você faz isso porque é essencial para que se crie um ambiente favorável ao investimento”, disse a presidenta Dilma em entrevista a jornalistas, neste sábado (27), em Santiago, no Chile. Uma das ações necessárias para isso é estabilizar a situação fiscal do País, o que passa necessariamente por uma reforma previdenciária. Dilma explicou que isso não é sinônimo de tirar direitos dos trabalhadores.

“O Brasil tem sólidas estruturas. Precisa agora de uma âncora no fiscal, precisa de uma reforma previdenciária, não para tirar direitos do trabalhador, mas para garantir esses direitos no futuro”.

A presidenta também defendeu que esta é uma reforma que não deve mudar regras da aposentadoria no curto prazo. “Podemos fazer uma reforma com tranquilidade em que você absorva todas as expectativas de direito. Mas que reconheça uma realidade, que é o fato, muito bom, que a população do Brasil está envelhecendo porque nossa expectativa de vida aumentou. E aqueles que trabalham vão ter que, progressivamente, sustentar uma parte maior da população que é a que não trabalha: os que aposentam e as crianças e os jovens”.

A presidenta destacou ainda que é necessário que se aumentem as receitas. “Nós não passamos por essa ponte sem receitas. E daí a importância da CPMF. Tudo isso só [se] faz por um motivo: queremos voltar a crescer”, afirmou a presidenta. Para isso é importante que haja também investimentos, apontou, tanto do setor privado quanto do público. Ainda em 2016, o governo vai realizar leilões de aeroportos, portos, rodovias e ferrovias.

Dilma defendeu que haja um clima de união que favoreça o Brasil a recuperar o grau de investimento. “O Brasil precisa se unir. Os empresários, os que geram emprego e renda, percebem a força do Brasil”.

Empresários chilenos reúnem com Dilma e dizem que acreditam no Brasil

O secretário-geral do grupo chileno CMPC, Gonzalo García Balmaceda, relatou à presidenta Dilma Rousseff, em encontro neste sábado (27), no Chile, o objetivo de continuar investindo no País. O grupo, que é dono da Celulose Riograndense, sediada no município de Guaíba (RS), tem investimentos da ordem de US$ 5 bilhões no Brasil, sendo o maior investidor chileno no País.

“A senhora presidenta nos convidou a conversar com ela para conhecer os investimentos da CMPC no Brasil. Dissemos à presidenta que estamos muito felizes de estar no Brasil, fomos muito bem acolhidos desde que chegamos em 2009. Temos uma presença em vários estados e obviamente que nossas intenções são continuar investindo no Brasil”, declarou.
A presidenta Dilma Rousseff durante audiências com o secretário-geral das Empresas CMPC, Gonzalo García Balmaceda, e com o CEO da Latam, Henrique Cueto. Fotos: Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Perguntado por jornalistas sobre o momento econômico que o Brasil enfrenta, o empresário declarou que os investimentos do grupo no Brasil são de longo prazo e manifestou confiança em que o cenário mude em breve. “Vivemos um momento de dificuldades, mas estamos seguros que serão superadas”.

Balmaceda disse também ter tratado com a presidenta sobre as restrições para que estrangeiros possam comprar terras no País. “Uma indústria de celulose necessita de terra para plantar eucaliptos”, disse. De acordo com ele, a presidenta demonstrou-se muito interessada em buscar uma solução para o tema.

A presidenta também se reuniu na manhã deste sábado com o CEO da Latam, Henrique Cueto. A companhia aérea é a maior da América Latina e é uma união da brasileira Tam com a chilena Lan.

Políticas econômicas e sociais do Brasil são referências para América Latina, diz Cepal

Em seu segundo dia de visita oficial ao Chile, a presidenta Dilma vai se reunir com representantes da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), organismo da Organização das Nações Unidas criado para estudar e formular propostas de desenvolvimento regional.

O economista Antonio Prado é o primeiro brasileiro a ocupar o cargo de secretário-geral adjunto da Cepal. Ele garante que as políticas do Brasil de redução da desigualdade e de combate à pobreza têm servido de inspiração para outros países. “É muito importante dizer que a própria prática de política econômica e social do Brasil passa a ser uma referência relevante. O combate à pobreza no Brasil foi muito bem sucedido, com políticas bem estruturadas, bem coordenadas e que vêm sendo motivo de exemplo para vários países da região”, afirma.

Na avaliação de Prado, o protagonismo brasileiro se estende também às discussões sobre o desenvolvimento sustentável e questões climáticas. “O Brasil tem dado exemplos bastante fortes no sentido de permitir que uma agenda mais ambiciosa de transformações dos problemas internacionais possam encontrar solução”, diz.

A maior participação brasileira em foros internacionais de discussão também comprova a posição de liderança do país, segundo o dirigente. “O Brasil é a sétima economia mundial, é um país com grande população, que tem grande capacidade e capacidade também de liderança e de influência. Portanto tem um papel a cumprir não somente nos foros regionais, como o Mercosul, a Unasul, a Celac, mas também em organismos extra-regionais como os Brics, mas fundamentalmente em organismos multilaterias como o Fundo Monetário Internacional, como o Banco Mundial e as próprias Nações Unidas, onde o Brasil há muito tempo vem lutando para fazer parte do Conselho de Segurança”, assegura.

Para Antonio Prado, a visita da presidenta brasileira à sede da entidade carrega consigo um simbolismo muito especial. “A presidenta Dilma tem uma formação econômica com influência Cepalina, portanto, nós estamos recebendo em nossa casa uma presidente que é amiga do pensamento histórico estrutural da Cepal. Mas também porque é uma presidente que tem um compromisso profundo com o tema da igualdade, que está no centro da agenda da Cepal”, garante.

Fonte:Blog do Planalto, 27/02/2016

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