sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Itaituba foi sede do Poder Legislativo Estadual: pena que nenhum representante da região tenha apresentado algum projeto de lei relevante

A sessão itinerante da Assembleia Legislativa do Estado foi o assunto da semana nos noticiários locais e não era pra menos, afinal essa foi a primeira vez na história que o município se tornou a sede do parlamento estadual, mesmo que por um dia.

A vinda dos deputados a Itaituba movimentou a rede hoteleira, restaurantes e empresas de transportes.

Os deputados mostraram-se simpáticos com a população e fizeram elogios à receptividade que tiveram. 

No discurso de abertura da sessão especial, o presidente da ALEPA (deputado Márcio Miranda) justificou o deslocamento de toda a estrutura do Poder Legislativo Estadual para Itaituba, afirmando que o projeto das sessões itinerantes aproxima o parlamento do povo, que tem a oportunidade de ver os seus deputados em atividade.

Pena que os nossos representantes não tenham apresentado nessa sessão, nenhum projeto de lei com real relevância para o município, e assim ficamos somente com o glamour de ter sediado uma sessão especial da Assembleia Legislativa, e as homenagens que sempre são feitas em ocasiões como essa, o que convenhamos é pouco para o custo bancado pelo contribuinte para a realização dessa sessão itinerante e, excetuando alguns excessos desnecessários como os sobrevoos de um helicóptero no local da sessão e até o pouso do aparelho em plena rua, digamos que a sessão valeu a pena, pois é possível que após a vinda dos deputados aqui a Itaituba, algumas questões locais ganhem maior visibilidade junto ao governo.

Uma dessas questões é a construção do hospital Regional, que inexplicavelmente já se passou quase o dobro do tempo previsto para a conclusão da obra e apenas trinta por cento do serviço estão prontos, e o mais grave é que consórcio construtor da obra já recebeu um aditivo de três milhões de reais.

As compensações negociadas pela ATAP com o município por causa da implantação das estações de transbordos de grãos em Miritituba também causaram surpresa em alguns dos deputados, que se interessaram pelo assunto. Um deles com quem eu conversei considerou irrisório o que o município está recebendo, e sugeriu que essas compensações sejam em forma de royalties, pagos mensalmente. Somente assim o município terá condições de reparar os danos que serão produzidos por essa atividade.

Mesmo que tardiamente, cabe ao governo municipal correr atrás desses mecanismos e tentar reverter esses acordos que realmente não representam nada diante das riquezas que irão passar por aqui, e dos danos ambientais e sociais que essa atividade irá causar; aliás, já está causando.

Esse deveria ter sido o grande tema a ser debatido nessa sessão itinerante, mas outra vez perdemos o bonde da história. 

Fonte: Blog do J. Parente/Artigo de Weliton Lima/Focalizando, 20/08/2015

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