quarta-feira, 25 de março de 2015

Caminhada vitoriosa

Nem a chuva desmobilizou os trabalhadores em educação da Rede Estadual que iniciaram hoje (25) pela manhã a greve, com uma assembleia geral em praça pública. Reunidos na praça da Leitura em São Brás, os educadores paraenses mostraram sua força e organização.



Após os informes dos distritos, Subsedes e Regionais, partiram em caminhada pela Av. Almirante Barroso em direção a SEAD. A decisão da greve foi tomada na última sexta-feira (20), depois que o governo Jatene (PSDB) anunciou mais uma dilatação de prazo para o pagamento do piso nacional, em atraso desde janeiro.

A pauta da categoria contém 30 itens, porém somente na 2ª quinzena de março o secretário de educação, Helenilson Pontes, recebeu o Sintepp. No entanto não teve prazos concretos para apresentar.

A situação ficou mais aguda depois que a Seduc orientou as URES/USES e direções de escola a limitar as lotações em 150h de regência, submetendo os trabalhadores a redução salarial.

Houve ainda audiência com a secretária de Administração, Alice Viana, o secretário de educação, Helenilson Pontes e chefe da Casa Civil, José Megale, onde a comissão do Sintepp apresentou os principais pontos da pauta e denunciou o desabamento do teto da sala de informática da EE. Pedro Teixeira, em Abaetetuba. O incidente só não foi maior na escola porque a mesma já está em greve.

O governo ostenta a alegação de que aplica o 5º maior salário do país, no entanto o vencimento base mantém-se abaixo do estabelecido pela lei do piso nacional. Com a imposição de 150h de efetiva regência, a questão fica mais aguda.


O governo diz ainda que pagará o piso reajustado em abril e tem como expectativa o pagamento do retroativo no mês de maio, dividido em parcelas que o estado disponibilizar. E diz que na próxima audiência informará o número de parcelas, que serão negociadas com o Sintepp.

Sobre concurso público o governo admitiu o TAC que assinou em 2014 com o Ministério Público Estadual (MPE), porém alega que apenas após a lotação de 2015 será possível estabelecer a real necessidade de novos professores. Disse ainda que a expectativa é lançar o edital até o 2º semestre deste ano para que os profissionais tomem posse em 2016.

Enquanto os trabalhadores lançavam a greve, a EE. Tiradentes II sofreu despejo judicial por falta de pagamento, deixando 700 alunos sem local para estudar. A documentação dos estudantes foi transferida para a EE. Orlando Bitar. E vale lembrar que a escola foi apontada no ano de 2014 como referência no ENEM.

O Sintepp questionou Helenilson Pontes que se existe uma máfia de horas extras na Seduc, como divulgou o Jornal O Liberal, a situação deve ser explicada pela secretaria, considerando-se que a mesma não é de responsabilidade dos trabalhadores, devendo o governo esclarecimentos a população e a imprensa manipuladora deste estado. O governo apenas confirmou que não existe tal máfia. O sindicato reafirmou a necessidade de concurso público.

O governo sugeriu a suspensão da greve até a conclusão pela Seduc do levantamento da lotação e pagamento do piso em abril.

O governo não quer negociar com o movimento grevista.

A fala do governo não tranquiliza a categoria sobre a lotação, segurança, reforma e retroativo do piso, portanto a suspensão da greve não está sendo cogitada. Enquanto o governo não apresenta uma posição concisa cerca de 700.000 alunos ficarão sem aula. O governo apontou a próxima reunião para discutir lotação no dia 08.04 (quarta-feira) e o dia 15.04 para tratar sobre o parcelamento do piso. A dívida com a categoria chega a R$ 100 milhões.

A greve inicia forte, tendo adesão de mais de 67 municípios, já no primeiro dia. Os demais realizam assembleia hoje (25) e amanhã (26) e encaminham para a Estadual e Regionais suas deliberações.

Os educadores tem pressa em obter respostas sobre a questão do piso e lotação, mas também esperam ações do governo quanto a reforma, segurança das escolas e demais pontos da pauta.

A categoria aprovou ainda que não concederá mais entrevista para o grupo Maiorana de Comunicação, em resposta ao descalabro de ter sido chamada de mafiosa e trapaceira pelo Jornal O Liberal. Amanhã (26) a categoria convoca a Marcha Nacional em Defesa da Educação, com concentração às 9h, na praça da República.

Fonte: SINTEPP, 25/03/15

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