quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

A Presidente da República reconhece dificuldades e pede o apoio direto de brasileiros

Fernando Rodrigues, 01/01/2015 
Dilma Rousseff ao discursar no plenário da Câmara
A presidente Dilma Rousseff tomou posse de seu segundo mandato nesta 5ª feira (1º.jan.2015) fazendo um discurso no qual reconheceu, em vários trechos, as dificuldades que terá para conduzir o país na área econômica e política. Chamou a atenção em sua fala o apelo por apoio direto da sociedade.

Depois de falar sobre as necessidades apresentadas pelos brasileiros na eleição de 2014, a presidente apelou a deputados e senadores: “Sei que conto com o apoio dos senhores”. Em seguida, disse também contar com os petistas. “Sei que conto com o militantes do meu partido, o PT” e com o “maior líder popular da nossa história, Luiz Inácio Lula da Silva”.

Dilma afirmou também que contará com os “movimentos sociais”, incluindo sindicatos e federações, na hora de aprovar medidas duras na economia. “Vamos provar que se pode fazer ajustes na economia sem revogar direitos conquistados”.

Esse apelo por apoio popular tem sido a regra para presidentes da República em dificuldades na atual fase democrática do país. Dilma sabe que será difícil aprovar no Congresso todas a medidas necessárias para estabilizar a economia e fazer o país voltar a crescer.

O discurso da presidente (leia a íntegra) começou às 15h36 no plenário da Câmara dos Deputados, que reunia congressistas e autoridades nacionais e estrangeiras.

Dilma finalizou às 16h21.

O discurso da presidente foi redigido para tentar refutar a interpretação de que as medidas que está tomando sejam contraditórias com o que ela prometeu durante a campanha eleitoral de 2014. Ficou apenas na retórica.

Para a presidente, o que está sendo feito é a correção de “distorções” –por exemplo, a redução do acesso ao benefício do seguro desemprego, medida já baixada por meio de uma medida provisória.

A presidente declarou que o “Brasil precisa voltar a crescer” e que os “primeiros passos para esta caminhada passam por um ajuste nas contas públicas”. 

Dilma prometeu no seu discurso de posse fazer os ajustes “com o menor sacrifício para a população”, mas não explicou como conseguirá empreender tal missão. Afirmou apenas que se compromete com a “manutenção de todos os direitos trabalhistas e previdenciários”..

Como repetiu Dilma, trata-se da “correção permanente de distorções e excessos”. É uma retórica que será colocada à prova quando as medidas forem votadas pelos plenários da Câmara e do Senado.

A presidente se escora numa retórica: “Vamos derrotar a tese de que existe conflito entre conquistas sociais e desenvolvimento econômico”.

Ao terminar sua fala, a presidente escolheu um verso que tentou inocular otimismo nos presentes ao plenário do Congresso. “O impossível se faz já. Só os milagres ficam para depois”, recitou Dilma. É uma frase de efeito retórico, mas cuja eficácia prática ninguém pode garantir.

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