por Válber Almeida (*)
O debate do dia 27 de agosto entre os presidenciáveis na TV Bandeirantes apenas reforçou as minhas impressões sobre Marina Silva: uma pessoa vazia, que não tem a menor noção do que está sendo proposto pela sua equipe de governo ao país e que não tem preparo algum para liderar um país tão complexo quanto o Brasil.
Fala um monte de verborragias para enganar incautos e para se auto-enganar.
Provocada por Luciana Genro sobre autonomia do Banco Central, tergiversou, falou, como de praxe, hectolitros de lugares-comuns e não encarou o que esta medida realmente significa: a entrega do controle da macroeconomia do país nas mãos dos banqueiros e especuladores.
Como a maioria destes banqueiros e especuladores é europeia e norte-americana, significa entregar para europeus e norte-americanos o controle da nossa economia.
Adeus soberania brasileira, é um retrocesso colonialista, isto é, a mudança que a Marina está propondo é a mudança para o retrocesso.
Para quem não sabe ou não se lembra, vale rememorar: foram estes especuladores e banqueiros que quebraram a Grécia, a Espanha, Portugal, os Estados Unidos e meteu a Europa em recessão.
A filosofia política de Marina Silva parece ser: “nada está tão ruim que não possa ficar ainda pior”.
Novamente perguntada sobre o Estado Laico e instigada por Luciana Genro, que a chamou de dogmática, propalou verborragias, frases prontas, vazias para um público que ela deve julgar esvaziado como ela.
Não encarou as consequências danosas da interferência religiosa nos processos políticos para o avanço dos direitos civis e para o próprio desenvolvimento científico, como é o caso da pressão religiosa contra as pesquisas com células embrionárias, baseada nos preconceitos da fé e nas interpretações de espertalhões e golpistas sobre as supostas vontades de Deus.
Chamou o “Mais Médicos” de um programa paliativo e foi repreendida por Dilma: cai na real, para quem está doente, em risco de morte, acesso à saúde nunca é paliativo, é urgente.
O coroamento de todas as asneiras foi chamar Chico Mendes de “elite”. Nossa! Doeu fundo essa, pelo que representa e pelo sacrifício pessoal que fez em favor de seus companheiros de pobreza, miséria e opressão, Chico Mendes não merecia ser igualado aos seus algozes.
Não é surpresa para mim, acostumada a trair seus companheiros para agradar as elites, a saga de golpes políticos de Marina já vem dos anos oitenta, quando resolveu se elitizar ao trair a proposta revolucionária do Chico Mendes e se aliar a um ambientalismo vazio e a um viés da sustentabilidade neoliberal***.
Não tenho mais dúvidas: Marina Silva é apenas um fantoche nas mãos de uma verdadeira elite que, esta sim, sabe muito bem o que quer e o que está fazendo.
Seu governo será uma tragédia, mas, em fim, é a democracia, só espero que o povo que vai lhe eleger esteja disposto a arcar com o sacrifício que lhe será imposto para bancar a farra dos especuladores com a capitulação do Banco Central e o inevitável fechamento das torneiras para os programas amplos de inclusão social.
Apesar ter saído dos confins do Brasil profundo, Marina aparenta viver um conto de fadas e não consegue se aprofundar em assunto nenhum: é superficial, rasa, despreparada e só.
Um Ciro Gomes a faria chorar ou ter um colapso nervoso num debate. Em tempo: Luciana Genro foi a única que expôs a verdadeira face dos nossos problemas: pagamento de juros abusivos e amortizações ilegítimas da dívida pública para banqueiros e especuladores.
É por isso que o Brasil não cresce e é por isso que a carga tributária não diminui. Por isso, qualquer promessa de redução da carga tributária é mentirosa e meramente eleitoreira se não houver uma renegociação da dívida pública.
Para quem quiser conhecer a metamorfose Marina Silva e sua saga de traições ideológicas e políticas: http://jornalggn.com.br/noticia/marina-e-sua-verdadeira-rede
* Santareno, é professor universitário. Reside em Belém (PA).
Fonte: Blog do Jeso, 28/08/14
Nenhum comentário:
Postar um comentário