quarta-feira, 16 de julho de 2014

Brics reúnem-se para reforçar o papel dos emergentes na nova ordem global

As demonstrações do poder dos Brics foram dadas a partir da presença de vários chefes de Estado no Rio de Janeiro

A Copa do Mundo acabou no domingo passado, mas o país continuou sob os holofotes da VI Cúpula dos Brics, grupo de nações emergentes integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que tem o claro objetivo de tornar-se um contraponto às potências do Ocidente. A aposta do governo de Dilma Rousseff é de que, mesmo sem a taça de campeão nos campos de futebol, o Brasil seja palco de importantes acordos comercias e de investimentos para dar novo impulso à combalida economia nacional. Brasil e Rússia assinaram acordos comerciais importantes.

As demonstrações do poder dos Brics foram dadas a partir da presença de vários chefes de Estado no Rio de Janeiro, para participar de um evento sócioeconômicopolítico de alta relevância. A chanceler alemã, Angela Merkel, teve um encontro privado com o presidente russo, Vladimir Putin, muito provavelmente para tratarem da crise na Ucrânia. Ela ainda conversou informalmente com a presidente Dilma e deve estreitar o diálogo com o presidente chinês Xi Jinping, o qual visitou recentemente. A Alemanha não vive seu melhor momento nas relações com os Estados Unidos, devido a denúncias de espionagens a integrantes do governo alemão. E se aproximar de China e Rússia é uma demonstração da contrariedade de Merkel com a Casa Branca.

Os encontros se estenderam por Fortaleza, sede da cúpula, e Brasília. “Sempre há um esforço do chefe de governo, quando o ambiente interno não é tão favorável, de se capitalizar politicamente com ações internacionais. Mas tendo em vista a distância temporal entre a cúpula e as eleições, não creio que a candidata petista terá ganho de imagem”, avalia Creomar Souza, professor de relações internacionais da Universidade Católica de Brasília. “O que permitiria uma capitalização eleitoral seria o anúncio de algum grande pacote de obras em setores estratégicos com recursos dos Brics”, completa.

Fonte: Correio Braziliense, 13/07/14

Nenhum comentário: