sábado, 22 de fevereiro de 2014

Conselho de Ética pode notificar deputado Zé Geraldo, por acusações a médica cubana

Agência Brasil
Publicação: 21/02/2014

O Conselho de Ética da Câmara pode intimar o deputado Zé Geraldo (PT-PA) para que ele explique o discurso que fez em plenário em 5 de fevereiro, quando falou sobre a situação da médica cubana Ramona Rodriguez, que abandonou o Programa Mais Médicos e pediu refúgio no Brasil.

Com uma nota em mãos, enviada pelo Conselho Municipal de Saúde de Pacajá, no Pará, onde Ramona atuava pelo programa brasileiro, o parlamentar reproduziu observações feitas pelo presidente do órgão local. Autoridades de Pacajá relataram que Ramona ingeria bebida alcoólica e tentou levar pessoas que conhecia na cidade para o alojamento que dividia com outras duas médicas estrangeiras.

Zé Geraldo também questionou a interferência política do DEM no caso. Ramona procurou a ajuda jurídica do partido para tentar asilo no Brasil e obter indenização por perdas trabalhistas. O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), considerou a fala ofensiva e encaminhou uma denúncia contra Zé Geraldo à Corregedoria Parlamentar da Casa. A acusação ainda precisa ser analisada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

O deputado poderá ser notificado e terá cinco dias para explicar suas declarações e, em 45 dias, a Corregedoria Parlamentar terá que analisar os fatos. Dependendo do resultado, Zé Geraldo pode ser notificado e terá que responder ao Conselho de Ética da Casa.

Zé Geraldo disse à Agência Brasil que a intenção não foi atacar a vida pessoal de Ramona. “A única coisa que falei foi da embriaguez, mas citei muito mais o embate político. Não tenho nada a ver com vida pessoal, mas com o envolvimento do DEM neste caso”, criticou.

O parlamentar admitiu que declarou em plenário que o DEM deveria “arrumar um emprego para ela” em vez de criticar o programa. “A médica não está saindo de Pacajá porque foi mal acolhida pelo programa, mas porque se incompatibilizou com as autoridades e a população local”, explicou. Ele alegou ainda que está sendo criticado “porque publicaram mais do que eu falei”.

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