sábado, 2 de fevereiro de 2013

Renan toma posse e critica uso excessivo de MPs

Eleito presidente do Senado na sexta-feira, com 56 votos contra 18 de Pedro Taques, o peemedebista disse que as medidas provisórias se banalizaram e prometeu fortalecer o Congresso
No primeiro discurso como novo presidente do Senado, logo depois de eleito na sexta-feira, Renan Calheiros (PMDB-AL) ressaltou a importância do equilíbrio entre os Poderes e defendeu um Legislativo mais forte. O senador criticou o uso excessivo de medidas provisórias pelo Executivo e prometeu acabar com o acúmulo de vetos sem deliberação.
— As medidas provisórias só podem ser editadas em situação de urgência e relevância, dois conceitos banalizados nos últimos anos e que atrofiaram o Congresso — reclamou.
Renan disse que pretende se reunir com o próximo presidente da Câmara dos Deputados para tentar uma solução definitiva para o excesso de MPs enviadas ao Parlamento.
Ele também prometeu trabalhar para limpar a pauta de vetos presidenciais do Congresso. Há mais de 3 mil vetos aguardando deliberação pelos parlamentares.
Renan Calheiros é parabenizado pelos colegas após a 
contagem dos votos
— Não acredito na política do fim do mundo. Não é o fim do mundo o Congresso derrubar vetos, que não mais se acumularão como mercadorias. Vamos criar em breve um mecanismo para limpar a pauta — prometeu.
O senador disse que pretende priorizar uma administração baseada na transparência e compromissada com a liberdade de expressão. Ele informou também que vai dar continuidade ao processo de modernização da Casa, iniciado sob a gestão de José Sarney (PMDB-AP).
O aumento da eficiência e a redução da despesa pública, a extinção e a fusão de órgãos, a meritocracia, a motivação, a profissionalização e a qualificação também foram prometidos por Renan.
Votação
Renan será o presidente do Senado no biênio 2013–2014. O parlamentar, que substitui José Sarney, recebeu 56 votos. O outro candidato, Pedro Taques (PDT-MT), teve 18. Houve dois votos em branco e dois nulos.
A reunião destinada à escolha do novo presidente começou às 10h20 e o processo de votação foi precedido de uma série de discursos. Dezoito senadores se revezaram na tribuna do Plenário na defesa de seus candidatos, que foram os últimos a usar a palavra. Os parlamentares do PMDB defenderam o direito do partido, dono da maior bancada na Casa, de indicar o presidente. Os opositores pregaram a necessidade de renovação e ética no comando da instituição.
Taques, que chegou ao pleito apoiado pelo PDT, PSDB, DEM, PSOL e PSB, admitiu ser um “anticandidato”, dada a pequena chance de vitória.
— Posso ser um perdedor. Mas, para mim, a lisura, a transparência, o comportamento austero são predicados inegociáveis ao presidente do Senado. Eu não temo o próprio passado e, portanto, eu não tenho medo do meu futuro — afirmou.
O senador também criticou a posição do Senado como “apêndice” e “puxadinho” do Poder Executivo.
— Chega de Senado perdigueiro. Chega de Senado sabujo. Somos senadores da República, não “leva e traz” do Poder Executivo — ­acrescentou o parlamentar.
Taques ainda citou o ex-senador Darcy Ribeiro:
— Os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem venceu.
Fonte: Jornal do Senado, 02/02/2013

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