quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Greve de professores completa um mês



IMPASSE

Comprometimento do ano letivo deixa 800 mil alunos em péssima situação 

A paralisação do sistema público de ensino no Pará completa 30 dias hoje sem perspectiva de volta às aulas, ou seja, sem acordo à vista entre Estado e servidores. Enquanto isso, os cerca de 800 mil alunos atendidos pela rede já tiveram seu calendário escolar comprometido, sobretudo os alunos que se preparam para o vestibular. Muitos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) afirmam sentirem-se prejudicados nas provas. 
 
Na iminência dos vestibulares das maiores faculdades públicas e privadas, estudantes do terceiro ano do ensino médio lutam para tentar repor suas perdas. Para os que podem pagar, o cursinho particular é a opção mais viável. "Ainda não vimos grande parte do conteúdo do vestibular, se não for pelas revisões no cursinho, sobram só os livros mesmo", explica Priscila Gonçalves, que acredita não contar com um professor para tirar dúvidas - o que torna impossível a compreensão do assunto estudado. 


Pâmela Gonçalves, que fez a prova do Enem e pretende prestar vestibular para Veterinária, reclama. "A prova é nacional e ninguém vai passar a mão na cabeça dos alunos do Estado porque teve greve de professores". As estudantes dizem entender que a greve é um direito dos professores, mas pensam também na data de conclusão do ano letivo. "Se com a greve do ano passado a previsão era pra março, com essa nova greve já nem sei", queixou-se Priscila.

A situação deve ser mais difícil para Vanessa Santos, 20 anos, que mora na Marambaia. Ela não tem condições financeiras para pagar cursinho e conta que não se saiu muito bem nas provas do Enem devido a greve dos professores. "Tentei estudar em casa, sozinha, mas é muito difícil, porque pintam várias dúvidas Tenho certeza que a paralisação prejudicou meu empenho nas provas. Sinto angústia por não saber quando a greve termina, porque minha vida depende muito dos meus estudos para continuar na luta do dia a dia. Espero que haja acordo e que esse pesadelo termine logo, antes que cheguem as provas das universidades", preocupa-se a estudante. Vanessa é candidata a uma vaga no curso de Medicina na Universidade do Estado do Pará (UEPA) e Jornalismo na Universidade Federal do Pará (UFPA). 

Fonte: O Liberal, 26/10/2011

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